A Condessa de Ségur é um dos mais consagrados nomes da literatura infantil do século XIX, juntamente com Lewis Carroll, Carlo Collodi e Hans Christian Andersen. Em Condessa de Ségur (Ediouro, 239 pp., R$ 39,90), além de brindados com a tradução e adaptação do imortal jornalista, contista e romancista Herberto Sales, os leitores ganham a oportunidade de ter três obras da autora reunidas em um só volume. Em suas histórias, a Condessa retrata um mundo de palácios e carruagens que ela conheceu bem. Os cenários por si só concedem uma aura de contos de fada aos livros, transportando-nos a paisagens e ambientes de sonhos. "Sofia, a desastrada" é um hilariante relato das artimanhas de uma menina de sete anos, que por vezes é capaz de levar sua mãe, babá e primo ao limite, porém nunca deixando de ser adorável. Enfim, é o retrato de uma infância da qual nenhuma criança deveria ser privada. Depois, em "As meninas exemplares", vamos encontrar Sofia alguns anos mais velha, órfã e sob os cuidados de uma madrasta cruel. No entanto, esse contexto adverso é quebrado quando ela está na companhia das sempre dóceis e obedientes irmãs Camila e Madalena, personagens que se contrapõem ao seu espírito irreverente. Finalmente em "As férias", os episódios assumem um ritmo de maior ação, tendo Paulo, o primo de Sofia considerado medroso no primeiro livro, como herói de incríveis aventuras de naufrágio e entre índios selvagens em uma ilha deserta.