Milionários e socialistas
PublishNews, 24/09/2004
George Bernard Shaw (1856-1950), foi uma das personalidades mais originais e poderosas de sua época. Autor de mais de 70 obras teatrais e de numerosos ensaios sobre arte e críticas sociais foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1925 e é hoje considerado o fundador do teatro moderno inglês. Bernard Shaw manteve até o final dos seus noventa e quatro anos um pensamento independente, contestador e original. Dramaturgo, escritor e ensaísta, o irlandês também se tornou célebre por seus estudos sociais. Um dos mais notáveis é esse Socialismo para milionários (Ediouro, 144 pp., R$ 24,90), ensaio onde usa sua conhecida ironia e visão mordaz sobre a humanidade como fio condutor. Escrito em 1901, o texto levanta questões atuais e, mais do que oferecer respostas e conclusões, nos faz pensar sobre a nossa sociedade e a forma como os seus diferentes estratos interagem entre si. Ao mesmo tempo socialista e antimarxista, defensor da liberdade e crítico à democracia, Bernard Shaw não encontrava incompatibilidade entre suas convicções e sua riqueza. Contrário a atividades filantrópicas que, segundo ele, serviriam para dispensar o governo de cumprir seu dever público, escreveu em Socialismo para milionários um elegante libelo à liberdade de pensamento e, ao contrário do que possa parecer, um singular ensaio de tons humanistas disfarçado de guia de comportamento para milionários.
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