Elas eram muitas mulheres
PublishNews, 16/07/2004
Organizado por Luiz Rufatto, 25 Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (Record, 368 pp., R$ 39,90) reúne textos inéditos de 25 autoras que começaram a publicar prosa de ficção a partir de 1990. As histórias selecionadas por Rufatto são essencialmente urbanas. Tratam de forma ora debochada, ora reflexiva, sobre temas como a solidão, o sexo, a amizade e outros assuntos da vida contemporânea. "Ainda hoje o papel intelectual da mulher na sociedade brasileira não corresponde à sua verdadeira importância", diz Rufatto. O escritor reúne neste livro escritoras que já alcançaram o sucesso e outras que prometem em pouco tempo integrar esse bem-sucedido time. Não houve limite de idade, tema, ideologia, estilo ou extensão do trabalho. Por outro lado, vale ressaltar que todos os textos são inéditos. O organizador reconhece inúmeras características comuns à prosa das autoras selecionadas. "Profundamente mergulhadas num universo mudo pela internet, surdo pela música altíssima ou cego pelas paredes dos shoppings, poderíamos circular os nomes de Clarah Averbuck, Simone Campos, Mara Coradello, Állex Leilla, Ana Paula Maia e Claudia Tajes. Luci Collin e Guiomar de Grammont, de maneiras diversas, debochada a primeira, auto-reflexiva a outra, estabelecem um diálogo com a própria linguagem. O cinismo pode estar presente tanto em um texto refinado como o de Fernanda Benevides de Carvalho, quanto no de um ilusioriamente simples como o de Ivana Arruda Leite. Encontramos a frustração (basicamente a sexual), que leva à solidão, em Lívia García-Roza, Cíntia Moscovich e Nilza Rezende. A morte como expiação sobrevoa os contos de Tatiana Salem Levy, Adriana Lunardi e Paloma Vidal. Em Claudia Lage a redenção pelo corpo; em Índigo, pela alma. O viés engajado encontra abrigo em Tércia Montenegro e Rosa Amanda Strausz, com faturas diversas. O lado terrível da amizade, expõe Cecília Costa; os pequenos cortes no cotidiano banal, Adriana Lisboa; a paixão que arrebata, Heloisa Seixas. O fantástico habita Augusta Faro. A inventividade formal marca Letícia Wierzchowski", revela Rufatto.
[16/07/2004 00:00:00]