Até bibliotecários usam o xerox na faculdade
PublishNews, 21/06/2004
A pirataria foi outro assunto bastante presente nas discussões do I Encontro Preparatório para o Fórum Nacional de Leitura. O editor Carlos Augusto Lacerda, por exemplo, tocou na questão da reprografia em sua exposição crítica à Lei do Livro. "A reprografia aparece apenas implicitamente, não explicitamente, nos artigos 3º e 4º da Lei do Livro", observou. Lacerda ainda sugeriu que é necessário engajar os reitores de universidade e defendeu que fosse criado uma forma de pontuação negativa no sistema de avaliação das universidades para as escolas que apresentassem a prática de fotocopiar livros. Uma outra sugestão de Lacerda não agradou os representantes da Associação Nacional de Livrarias (ANL). O editor levantou a hipótese de que se criasse um sistema de descontos para os alunos através das livrarias universitárias, que operariam com lucros reduzidos ou mesmo sem fins lucrativos. Mais tarde, quando obteve a palavra, o vice-presidente da ANL, Eduardo Yassuda, lembrou que as livrarias já estão diminuindo, e não podem assumir um trabalho que seja sem fins lucrativos a priori. "As livrarias pedem apenas que sejam lembradas como importante canal de distribuição de livros", também afirmou Yassuda. O presidente da ABDR, Enoch Brüder, aproveitou seus cinco minutos ao microfone para defender com veemência a luta contra a reprografia. Suas colocações encontraram eco em Vera Novais, da Abrale, que lembrou o paradoxo de que "há bibliotecários que, ao longo de sua formação universitária, nunca tiveram contato com livros, apenas com o xerox".
[21/06/2004 00:00:00]