Julgando o bem
PublishNews, 19/05/2004
Todos sabemos que é possível criar uma hierarquia do mal e puni-lo. Mas seria possível hierarquizar o bem? Como estabelecer medidas para quem faz o bem? Foi essa a batalha do judeu polonês Moshe Bejski - atualmente residente em Israel -, sobrevivente do Holocausto que idealizou o Jardim dos Justos, em Jerusalém. Neste jardim é plantada uma árvore para cada homem não judeu que salvou ao menos um judeu da perseguição nazista. A saga de Moshe Bejski foi contada pelo ensaísta e jornalista italiano Gabriele Nissim no livro O tribunal do Bem - A história de Moshe Bejki, o homem que criou o jardim dos Justos (Itália Nova Editora, 352 pp., R$ 43). O livro foi originalmente lançado em 2003 pela gigante italiana Mondadori, alcançando grande repercussão no país peninsular. Bejski foi salvo por Oskar Schindler (os documentos por ele fornecidos permitiram ao cineasta Steven Spielberg escrever e filmar "A Lista de Schindler") e soube transformar seu destino pessoal em um exemplo universal. Tendo escapado de Auschwitz graças a Schindler, Bejski pagou seu débito de gratidão a seu salvador conduzindo por longo tempo uma campanha até que ele fosse honrado como exemplo moral - apesar de uma grande oposição pelo fato do industrial alemão ter se servido de prisioneiros dos campos de concentração como mão de obra gratuita. Bejski objetava que a única coisa que se deve recordar de uma pessoa que salvou alguém foi sua ação justa, ainda que isolada de outras facetas da pessoa. A capa e projeto gráfico da edição brasileira de O Tribunal do Bem foram desenvolvidos pela Cia. de Desenho, empresa de design gráfico que depois de cinco anos de trabalho com livros didáticos resolveu se dedicar a outros segmentos literários.
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