O anúncio de mais verbas de estatais para o cinema anda provocando um coro de reclamações de produtores de outras áreas culturais. Sexta-feira, o BNDES divulgou que vai empregar um volume recorde de recursos no financiamento de produções cinematográficas - serão R$ 15 milhões, 114% mais do que no ano passado. A verba irá financiar a produção de 41 filmes aprovados pelo Banco. Por sua vez, a Petrobras anunciou anteontem uma verba extra de R$ 4,8 milhões, destinada à distribuição de filmes nacionais. A notícia da alocação de mais recursos da Petrobras para a área audiovisual foi recebida com revolta por representantes de artes cênicas e artes plásticas, que já haviam lamentado a discrepância entre os valores destinados a suas áreas no Programa Petrobras Cultural, anunciado há 15 dias. Metade da verba de R$ 60 milhões do programa da estatal para 2004 será dedicada ao cinema. Os R$ 30 milhões restantes serão distribuídos entre preservação e memória da música (R$ 10 milhões), das artes (R$ 5 milhões) e do patrimônio imaterial (R$ 5 milhões), além de R$ 5 milhões para artes em geral (novos projetos cênicos e plásticos) e R$ 5 milhões para projetos que estimulem a cidadania e democratização. O cinema é ainda contemplado com R$ 35 milhões reservados pela BR Distribuidora.