Uma história pernambucana
PublishNews, 26/08/2003
Quem nunca olhou um retrato antigo, de alguém que viveu há muitos e muitos anos, e tentou imaginar como teria sido a vida daquela pessoa, cujos restos mortais talvez nem existam mais? Foi o que fez a escritora pernambucana Luzilá Gonçalves Ferreira quando se deparou com uma fotografia do século XIX que retratava a baronesa Antonia Carneiro da Cunha. O rosto eternizado em papel fotográfico lhe estimulou a imaginação, a ponto de Luzilá escrever No tempo frágil das horas (Rocco, 172 pp., R$ 22,50), romance que refaz a trajetória da nobre senhora pernambucana. Foi preciso pesquisa para recuperar datas e fatos marcantes da vida da personagem. Mas seus amores, desejos, frustrações e pensamentos nasceram todos do talento ficcional da autora. "Os personagens desse romance existiram mas as paixões são imaginadas como sempre", declara Luzilá. Antonia era filha de um senhor de engenho pernambucano, que arranjou seu casamento. Para que sua riqueza permanecesse na família, a menina foi prometida em casamento ao próprio tio, Manoel Joaquim Carneiro da Cunha, 20 anos mais velho, que mais tarde seria nomeado barão de Vera Cruz.
[26/08/2003 00:00:00]