O enorme diferencial entre o juro interno e externo, que já trouxe uma enxurrada de dólares para o Brasil neste ano, e um quadro de inflação em queda abrem oportunidade para o governo tomar duas decisões de grande repercussão: de um lado, reduzir o custo do dinheiro; de outro, segurar a baixa do dólar, que já encosta na barreira dos R$ 3 e acende um sinal amarelo quanto ao ritmo de crescimento das exportações. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reúne-se hoje e amanhã tendo pela frente esse cenário. A percepção do mercado é de que a taxa pode cair modestamente do atual patamar de 26,5% ao ano. Um juro básico menor, segundo o estrategista do Citigroup Asset Management, Paulo Tenani, contribuiria para manter o equilíbrio na relação dívida pública/PIB, num momento em que a inflação entra em rota descendente. Desta forma, o BC faria o ajuste no câmbio via política monetária.