Depois de duas semanas seguidas apontando diminuição no número de exemplares comercializados, a Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews demonstra recuperação no novo levantamento. O crescimento é tímido, apenas 2%, mas é boa notícia depois de uma queda de 9% na semana passada e 7% na anterior. A categoria Não Ficção é a que apresenta maior elevação, de 23%, e nela está o líder da lista Geral da semana. É Meu jeito de dizer que te amo, que Anderson Cavalcante [foto], empresário e palestrante, lança pela editora que ele mesmo fundou, a Buzz. Foram vendidos 2.218 exemplares desse livro escrito para declarar e reafirmar o amor. O autor fala da força do sentimento que se manifesta quando as palavras faltam ou a voz fica embargada. Como ele define, é o momento em que o coração está pulsando mais forte que o pensamento. Ficção é a outra categoria com aumento de vendas, de 13%. As outras três listas que compõem o levantamento tiveram reduções. Infantojuvenil caiu 4%, enquanto Autoajuda teve redução de 7%, e Negócios registrou a maior queda, 11%. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Prêmio Jabuti 2022 – agora na fase de avaliação das obras inscritas na disputa – adotou nesta que é a sua 64ª edição, o grafite como marca visual do evento. Na escolha dessa arte urbana, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) insere também uma celebração do Centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Foram escolhidos seis grafiteiros, cada um representando uma das regiões do país. Pelo Sudeste, o representante é Ciro Schu, artista com obras bem grandes espalhadas pela cidade de São Paulo, como o Museu Aberto de Arte Urbana, em grandes desenhos na lateral de prédios junto ao Minhocão [foto]. Os outros representantes são Raiz Campos, do Amazonas (Norte), os cearenses Teresa de Quinta e Robézio, do Acidum Project (Nordeste), o gaúcho Marcelo Pax (Sul) e Rafael Jonnier, de Cuiabá (Centro-Oeste). Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Após o bom resultado do evento presencial em março deste ano, a Feira do Livro Infantil de Bolonha (BCBF), maior evento para esse mercado, já anunciou as dadas da sua edição de 2023. Junto com a 60ª edição, os organizadores do evento divulgaram que a 3ª edição do BolognaBookPlus (BBPlus) e a 16ª edição do Bologna Licensing Trade Fair/Kids (BLTF/K) serão realizadas de 06 a 09 de março de 2023. O BolognaBookPlus, extensão da marca dedicada à publicação comercial, é organizado em cooperação com a AIE (Associação Italiana de Editores). E a Bologna Licensing Trade Fair/Kids já está estabelecida como a exposição que reúne os principais players internacionais de licenciamento e entretenimento na indústria voltados ao público infantil. Na edição de 2022, o Brasil foi representado pelas editoras Ateliê da Escola, Callis, Editora do Brasil, Girassol Brasil, Jujuba, Melhoramentos, Ôzé, Pallas e Todolivro, que atingiram R$ 1,5 milhão em vendas de livros e direitos autorais.

Entre notícias da semana sobre mercado editorial, a coluna Painel das Letras, na Folha, noticiou que Caetano Veloso movimentará as editoras no seu aniversário de 80 anos. Em agosto, a Companhia das Letras vai lançar um volume com todas as quase 400 letras escritas por Caetano ao longo de sua carreira. Compilado por Eucanaã Ferraz, o livro, que inclui até as letras das músicas gravadas em seu disco recente, Meu coco, não terá fotos. Além das letras, apenas breves textos de apresentação. A editora Bazar do Tempo lança, também em agosto, Objeto não identificado, livro organizado por Pedro Duarte com ensaios vários autores sobre diferentes aspectos da obra do compositor. O Estadão publicou longa entrevista com a filósofa e ativista Sueli Carneiro, considerada uma das maiores pensadoras negras do Brasil. Na conversa, ela faz uma retrospectiva histórica do feminismo negro no país e sublinha o surgimento de organizações lideradas por mulheres negras como “resultado da insuficiência teórica e prática do feminismo branco tradicional para identificar, compreender e equacionar politicamente as diferenças raciais e culturais das diferentes mulheres do mundo”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Dois nomes passaram a fazer parte das academias literárias: Mary del Priore [foto] e Paulo Niemeyer. Em comum, eles usam seus livros para tornar acessível a qualquer leitor suas áreas de estudo. A historiadora, que tomou posse na Academia Paulista de Letra, colaborou para aumentar a presença de livros de história no mercado editorial nos últimos 20 anos. Em 2021, Del Priore ganhou o prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas, pelo livro Sobreviventes e guerreiras, publicado pela Planeta. No Rio, o médico e escritor Paulo Niemeyer Filho é o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras. Autor de No labirinto do cérebro (Companhia das Letras), Niemeyer é o 24º médico a vestir o fardão da ABL. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro, com trabalhos publicados em mais de 100 capas nas principais revistas do mercado nacional, Paulo Vitale desenvolve um projeto autoral de retratos, que repercute cada vez mais. Ele lança em São Paulo, neste sábado (04), Drags, publicado pela Editora Brasileira. O novo livro reúne fotos de 50 drag queens, entre veteranas da cena paulistana desde os anos 1980 até artistas ainda no começo de suas carreiras. Os nomes das drag queens são tão exuberantes quanto seus visuais. Silvetty Montilla, Márcia Pantera, Danny Cowltt, Salete Campari, Lysa Bombom e Tchaka são bons exemplos. O lançamento será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073 - São Paulo / SP), das 18h às 22h. O livro custa R$ 99,90. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em seu livro Chão de Estrelas (Livros de Família, 222 pp, R$ 39,90), que leva o nome da recém-criada reserva de Mata Atlântica, em Paraty, Leo Slezynger conta o conceito, a visão, o processo de criação da reserva e tudo que envolve sua paixão e busca por impacto real e positivo de longo prazo nesse bioma que é considerado o mais rico em biodiversidade do planeta. Temas como desmatamento, impactos do aquecimento global e as reais ameaças aos biomas e povos originários brasileiros fazem parte da jornada que levou Leo, durante os dois anos de pandemia que viveu em Paraty, iniciar sua jornada para se tornar guardião da floresta, e aprender na prática as necessidades e dificuldades para reconstituí-la, para que se mantenha como uma fonte renovada de vida selvagem. Nesse período, Leo adquiriu diversas fazendas até formar uma área total de 210 hectares no litoral fluminense, região de Mata Atlântica junto ao Parque Nacional da Bocaina. Com mais de 25 cachoeiras e quatro jequitibás, a Reserva Chão de Estrelas parece um pedaço de terra encantado, entre montanhas, rios e cachoeiras. No decorrer do livro, Leo traz dados concretos sobre o impacto do extrativismo predatório e aponta caminhos para uma vida mais equilibrada com a natureza. Ao compartilhar sua jornada sobre o projeto Chão de Estrelas, o autor discorre sobre técnicas como agrofloresta e permacultura, por exemplo, explicando alguns conceitos e modos de agir no mundo em sintonia com a natureza, sempre respeitando seus ciclos e dinâmica próprios.

É para cuidar da ferida aberta pelas inúmeras crises engendradas pelo sistema capitalista que o martinicano Malcom Ferdinand propõe na obra Uma ecologia decolonial (Ubu, 320 pp, R$ 89,90 - Trad.: Letícia Mei) uma abordagem interseccional e sagaz, que reúne o ecológico com o pensamento decolonial, antirracista, em uma crítica contundente ao “habitar colonial da Terra”. Nessa análise, Ferdinand critica o que chama de “dupla fratura colonial e ambiental da modernidade”, de que resultam, por um lado, as teorias ecologistas que desconsideram o legado do colonialismo e da escravidão; por outro, os movimentos sociais e antirracistas que negligenciam a questão animal e ambiental. Como mostra o autor, tal fratura só enfraquece as demandas desses movimentos, uma vez que a exploração do ser humano e da natureza caminham lado a lado. Para tanto, escolhe como centro de seu pensamento as regiões caribenhas, com seus modos de vida crioulos e suas formas de resistência. Com um prefácio de Angela Davis, que situa historicamente o conceito de justiça ambiental, o livro oferece uma aproximação para pensar um navio-mundo que não mais atire algumas pessoas no porão, condenando-as a uma sobrevida precária sujeita a doenças, fome e morte, enquanto oferece a outras a perspectiva de uma viagem segura e lucrativa no convés, possibilitada justamente pelas condições daqueles no porão.

A crise ecológica é um assunto discutido há anos, porém são poucas as pessoas que tomam atitude para mudar, como Carlo Petrini. O italiano é reconhecido mundialmente por criar o movimento Slow Food, associação internacional sem fins lucrativos que, desde 1986, é comprometida em valorizar os alimentos, respeitando quem os produz, em harmonia com o meio ambiente e os ecossistemas. Petrini conseguiu chamar a atenção do Papa Francisco, também preocupado com o futuro da Terra, e eles se encontraram para debater o rumo da ecologia. As conversas se transformaram no livro TerraFutura: diálogos com o Papa Francisco sobre ecologia integral (Senac, 248 pp, R$ 82). A obra apresenta na íntegra as opiniões ex­pressas pelo Papa Francisco e por Carlo Petrini em documentos e diálogos, nos quais compartilham uma mesma preocupação: a forma como a sociedade vem se estruturando, indiferente a questões socioeconômicas e ambientais, sem se dar conta de que todos habi­tam um só espaço. As páginas são fruto das trocas de três encontros diferentes no inter­valo de três anos.

Quando questionadas sobre os motivos que as fizeram começar um serviço voluntário, trocar de profissão ou até mesmo mudar de país para trabalhar em causas humanitárias, muitas pessoas dizem: “Pra fazer a diferença”. Seja por objetivos pessoais ou profissionais, o que une a maioria das pessoas que dedicam semanas, anos ou grande parte da vida em iniciativas sociais é o desejo de sentir que estão de fato contribuindo para um mundo melhor. Para o jornalista e mestre em ciências Lucas Bonanno, escrever o livro Pra fazer a diferença (Alta Books, 256 pp, R$ 64,90) também foi uma forma que encontrou para contribuir com o desenvolvimento de um mundo mais solidário. O livro é o primeiro material em português com características de guia que revela ao leitor o passo a passo para atuar em causas socioambientais ao redor do mundo. Ao longo das páginas, o leitor perceberá a relação entre felicidade e satisfação profissional/social; e porque os projetos socialmente responsáveis não são um nicho de mercado, mas uma tendência que não tem mais volta. A obra traz ainda depoimentos de especialistas ligados a algumas das maiores organizações humanitárias internacionais, como Médicos Sem Fronteiras, Save the Children e Care Internacional.