Talvez uma das atrações mais esperadas da programação da Feira do Livro de Sharjah tenha sido a mesa com o Nobel de Literatura 2021, Abdulrazak Gurnah. Desde os primeiros dias da Publishers Conference, o autor tanzaniano tem assistido aos painéis do evento, sempre discreto e atento. Na noite da última quarta-feira (03) a entrevista com Gurnah aconteceu em um grande salão da feira que caprichou no ar-condicionado – se lá fora fazia 30º, dentro da grande sala a temperatura não devia passar os 18º. Nascido na ilha de Zanzibar e radicado no Reino Unido, desde os 18 anos, o autor começou o bate-papo contando como recebeu a notícia de que havia ganhado o Nobel: para ele, receber ligação de um número desconhecido só poderia ser alguém tentando vender ou cobrar algo. Por isso, quando avisaram que ele era o Nobel de Literatura de 2021, a notícia soou como uma piada, logo foi aceita de bom grado. Os temas tratados em suas obras – os efeitos do colonialismo, racismo, a vida dos refugiados e ainda o abismo entre culturas e continentes – também foram temas da conversa. O Nobel comentou como vê o tratamento que os refugiados recebem e como usa o que vê ao seu redor como mote para suas obras. “Fico o mais próximo possível da experiência que quero escrever. É preciso sempre manter a mente e olhos abertos e prestar atenção no que acontece ao redor para passar isso para a escrita”, declarou. No dia seguinte, jornalistas de diversos países tiveram a oportunidade de conversar novamente com Gurnah. Conversar com o Nobel de Literatura? Por que não? Clique no Leia Mais para conferir a conversa que Abdulrazak Gurnah teve com nossa repórter Talita Facchini.

A ficção científica Duna virou febre. A sua versão cinematográfica chega aos cinemas justo na hora que as restrições impostas pela pandemia se arrefecem. Resultado: no fim de outubro, a película alcançou a marca de US$ 300 milhões arrecadados em bilheteria. E isso se refletiu na Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews. O livro de Frank Herbert publicado no Brasil pela Aleph chegou à Lista em 2020. De acordo com o Painel Analítico do PublishNews+, vendeu de lá e até a semana passada cá 805 cópias. O título volta à lista nessa semana, ocupando a oitava posição da Lista de Ficção, com 761 cópias vendidas, quase que dobrando o número de vendas registrado no Painel. Mindset milionário (Buzz), de José Roberto Marques, que na semana passada ocupava a segunda posição do Ranking Geral, subiu e hoje está em primeiro lugar, com 4.880 exemplares vendidos na semana. Centelha divina (Luz da Serra), de May Andrade, ficou em segundo, com 2.375 e o combo O milagre da manhã + O milagre da manhã para transformar seu relacionamento (BestSeller / Record), de Hal Elrod, Honoree Corder, Paul Martino e Stacey Martino, completa o pódio, com 1.691. Clique no Leia Mais e confira outros destaques da Lista dessa semana.

Neste sábado (06), a Livraria da Vila inaugura uma nova loja no Shopping Morumbi (Av. Roque Petroni Júnior, nº 1089 - Nível Superior Loja 103/104S - São Paulo / SP). Essa será a 16ª unidade da rede – 14 delas na Grande São Paulo e outras duas no Paraná. A loja tem 250m² e deverá abrigar aproximadamente 20 mil livros e 1,2 mil itens como jogos, brinquedos educativos e artigos de papelaria. A nova unidade conta ainda com espaço de 40m², exclusivo para o público infantil. São seis mil livros destinados a esse público. No entanto, uma loja icônica deverá fechar as suas portas para reabrir em novo endereço. Em e-mail enviado a departamentos comerciais das editoras, a responsável pelas compras da rede informa que a unidade da rua Lorena, nos Jardins, funcionará no endereço que ocupa há quase 15 anos até janeiro de 2022. Em março, será reinaugurada em novo ponto na mesma rua. Essa tem sido uma estratégia inteligente da Vila: ocupar lojas menores (logo com operação menos custosa) para garantir margem. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

Nesta quinta-feira (04), os organizadores da Bienal Internacional do Livro Rio fizeram uma coletiva para apresentar aos jornalistas a sua programação de 2021. O evento acontecerá de forma híbrida entre os dias 3 e 12 de dezembro, no Riocentro, com transmissão pela internet. Os ingressos para visitação presencial já estão à venda pelo site do evento. Entre os autores internacionais estão o português Valter Hugo Mãe, os norte-americanos Matt Ruff, Julia Quinn, Beverly Jenkins e Josh Malerman, a argentina Mariana Enriquez e o japonês Junji Ito, um dos mais conceituados em mangá. Entre os nomes nacionais, destacam-se Thalita Rebouças, Conceição Evaristo, Itamar Vieira, Aílton Krenak, Caco Barcellos, Nei Lopes, Otávio Junio, Raphael Montes, Tati Bernardi, Gabriela Prioli, pastor Henrique Vieira, Teresa Cristina, Lua de Oliveira, Luiz Antonio Simas, Lulu Santos, Antônio Fagundes, Aza Njeri e Eliane Brum. Outra novidade é o recorde de visitação de alunos da rede municipal carioca ao evento. No total, serão 40 mil estudantes convidados a partir da parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio (SME), que vai disponibilizar mais de R$ 12 milhões para a compra de livros com o Cartão Bienal. Cerca de 47 mil professores de escolas públicas municipais também serão beneficiados com um voucher para comprar seus livros preferidos. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, nesta quinta-feira (04), a atriz Fernanda Montenegro como ocupante da cadeira de número 17, vaga desde a morte de Affonso Arinos de Mello Franco, em março de 2020. Fernanda recebeu 32 votos a seu favor e era a única candidata à posição. “Fernanda Montenegro é um dos grandes ícones da cultura brasileira. Intelectual engajada e sensível leitora do real. Sua presença enriquece os laços profundos da Academia com as artes cênicas. Com ela, adentram, luminosos, tantos, personagens, que marcaram gerações, passado, presente e futuro”, declarou o acadêmico Marco Lucchesi, que preside a ABL. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

Não consegui dormir direito, de tão animado. Eu sentia que ia acontecer. Quando me deitei, repensei as conversas e senti que estava muito próximo de fechar negócio, e com muitos editores diferentes. Com algum acabaria dando certo! Exportar literatura brasileira é um sonho tão antigo que, sentindo-o próximo, perdi o sono. Depois do café da manhã, o ônibus me levou para a feira. As reuniões começaram, e fui à mesa da editora inglesa, a Ayse Ozden, para fechar negócio. Em dez minutos, vendi dois autores nacionais para a editora londrina. Viva! Segui para a reunião com a Rose Mary Salum, e mais um negócio fechado, venda de mais um autor nacional, alta literatura. E quatro livros vendidos para o editor jordaniano Ahmed Zyoud. Seis vendas! E eu estaria contente com apenas uma! Quem já jogou pôquer sabe como é quando estamos quentes, quando as cartas boas apenas vem e tratamos de aproveitar. Como estava quente, ainda tentei bater o martelo com editores turcos, moçambicanos e mais uma mexicana, e chegou bem próximo. Acho que consigo finalizar amanhã! Só queria contar para os amigos brasileiros da Rua do Sabão. E para minha mãe, claro! Bati em tantas portas para publicar literatura brasileira mundo afora, tantos e-mails nunca haviam sido respondidos, reuniões desmarcadas, e finalmente estava dando certo não para um, mas para todos os autores da Rua, para todos que acreditaram em trazer suas obras para uma pequena editora ao invés de serem mais um nas grandes. Estava dando certo! Claro, detalhes a serem formalizados, contratos a serem assinados, mas tudo ficou bem apalavrado. Clique no Leia Mais e confira o capítulo de hoje do Diário de Sharjah, do editor brasileiro Leonardo Garzaro.

Além de editor, Marcelo Ferroni é escritor e está lançando seu quinto romance. As maiores novidades: Uma viagem no tempo (mapa lab, 128 pp, R$ 49) é uma ficção científica que tem como cenário o mundo corporativo. Tecnologia, nanotecnologia, física quântica, micropartículas, megacorporações e a velha ganância humana dão o tom da distopia. A história gira em torno de um objeto que promete revolucionar o mundo tecnológico – o celular Challenger Ten –, mas uma falha no chip quântico do produto coloca tudo a perder, trazendo graves repercussões globais. Da noite para o dia, os executivos da multinacional Challenger descobrem que o aparelho disfuncional é capaz de se conectar com o passado. O que poderá render dessa descoberta? Neste sábado (16), entre 15h e 19h, o autor recebe convidados para autógrafo na Livraria Janela (R. Maria Angélica, 171 - loja B - Jardim Botânico, Rio de Janeiro / RJ).

Lançado originalmente em 2001 e já esgotado, Linha férrea (96 pp, R$ 36), da cearense Tércia Montenegro, volta às livrarias pela coleção Grua Guarda, da Grua. Na coletânea de contos, linhas férreas cortam paisagens, emprestam-lhes movimento e pouso, determinam os campos de trânsito e comércio, sublinham os espaços de multidão e exílio. Pelo volume, Tércia ganhou o Prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, promovido pela revista CULT.