Brasil é o país do momento em Londres. Ontem, segundo dia da Feira do Livro, a mesa sobre tradução falou sobre a expansão da literatura brasileira no Reino Unido. “É engraçado, ouvimos de algumas pessoas ‘você já ouviu falar de fulano?’ e você responde ‘sim, eu te mandei um email falando sobre ele em 2006” brinca o mediador Daniel Hahn, diretor do centro britânico para tradução literária. Margaret Jull Costa, renomada tradutora que já verteu obras de Saramago concorda, e acredita que parte disso é porque a literatura brasileira contemporânea deixou de buscar ‘brasilianidade’: “O único livro que vale a pena traduzir é aquele que fala com todas as culturas”, afirma Jull Costa. Para Stefan Tobler, editor e tradutor britânico, os editores “superaram esse negócio de saber se é um livro ‘brasileiro’ ou não, eles buscam só boa literatura”. Sua editora, a And other stories, vai publicar este ano o livro All dogs are blue, do brasileiro Rodrigo de Souza Leão. Mas o bom momento não é fruto apenas da nova geração de autores, segundo Fábio Lima, da Biblioteca Nacional, “as editoras brasileiras também fizeram um movimento de expansão internacional”. Lima falou sobre o programa de tradução da Biblioteca Nacional, que foi elogiado por Daniel Hahn, pois oferece maior apoio ao tradutor.
O terceiro e último dia da feira também teve Brasil como tema. O Business Breakfast promovido pela Frankfurt Academy reuniu editores estrangeiros, como a Wiley, e brasileiros, como a IBEP e Blucher.
Uma das editoras brasileiras que também marcou presença no café da manhã foi a mineira Cedic, de livros infantis, que participa da feira de Londres há 4 anos, com estande próprio entre as editoras estrangeiras, assim como faz em outras feiras internacionais. Mas nem tudo são flores: faltando apenas 6 semanas da Feira Book Expo America, em Nova York, o Brasil cancelou o estande.