Após dois anos e uma reforma estrutural inédita nos seus 60 anos de história, a Casa do Sol – sede do Instituto Hilda Hilst (IHH) em Campinas (SP) – reabre neste fim de semana com uma também inédita feira de livros (a primeira Feira Literária Hilstianas), reunindo editoras e uma programação aberta ao público. O evento apresenta pela primeira vez os resultados da reforma do imóvel, que ao longo do ano recebe artistas para residências, mantém um programa educativo e se dedica também à preservação do espaço – onde Hilda viveu por décadas e que recebe parte de seu acervo. Foram mais de R$ 3 milhões em investimentos diretos. Entre as atrações previstas para o fim de semana (23 e 24 de agosto), estão uma aula com Amara Moira e shows com o Grupo Diladim e Naná Lewi. As editoras e livrarias participantes são as seguintes: Instante, Quelônio, Fósforo, Incompleta, Relicário Edições e Livraria Candeeiro. A programação começa às 9h do sábado (23), e o show de encerramento está marcado para o domingo (24), às 18h. De acordo com o IHH, o objetivo da reforma foi devolver à “histórica residência de Hilda Hilst sua plenitude arquitetônica e poética”. “A gente fez um restauro que se preocupou muito com a parte estrutural”, explica ao PublishNews o diretor do Instituto, Daniel Fuentes. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

EXCLUSIVO PN | A Zona Oeste do Rio vai receber a Festa Literária do Oeste do Rio (FLOR) entre os dias 21 e 23 de agosto. O tema desta 4ª edição será “Literatura sem fronteiras: histórias dos subúrbios cariocas em diálogo com jovens da Zona Oeste”. Com uma programação cultural intensa, oferecendo à plateia mesas de bate-papo com escritores, sessões de contação de histórias, batalhas de rima, lançamentos e sorteio de livros e um concurso de cosplay literário da região, o evento será realizado na sede da Ser Cidadão (Rua Fernanda, 140 – Rio de Janeiro / RJ), com entrada gratuita. “A FLOR é uma iniciativa cultural que contribui para a ampliação de repertórios, a formação de leitores e o pensamento crítico, que são alguns dos pilares da nossa organização social. E é uma alegria trabalhar em rede com tantos parceiros, e perceber a ampliação do público, resultados e abrangência a cada edição", diz a presidente da Ser Cidadão, Leticia Monte, ao PublishNews. Clique no Leia Mais para conhecer a programação do evento.

O Grupo Elo Editorial anuncia a chegada de Carlos Machado para ocupar o posto de Gerente Comercial. Com mais de 30 anos de experiência no mercado editorial, o executivo construiu a sua trajetória em empresas como Editora Abril, Distribuidora Fernando Chinaglia e Panini Brasil. Carlos terá como missão fortalecer a presença da Elo no varejo, ampliar parcerias estratégicas e consolidar o portfólio em novos pontos de venda. Sua experiência no desenvolvimento de produtos e relacionamento com grandes clientes será fundamental para o crescimento da editora, que é especializada em livros para crianças, jovens e projetos de incentivo à leitura. “Assumo o desafio de fortalecer a presença do Grupo Elo no varejo e ampliar parcerias estratégicas. Com a experiência de mais de 30 anos no mercado editorial, acredito no potencial dos nossos produtos para conquistar novos leitores", afirma.

O escritor Marcelo Moutinho vai conversar com o público sobre a sua primeira biografia, Estrela de Madureira: A trajetória da vedete Zaquia Jorge, por quem toda a cidade chorou (Editora Record), nesta quinta (21), às 17h30, no Teatro Raimundo Magalhães Jr, o maior da Academia Brasileira de Letras (Av. Presidente Wilson, 203 - Rio de Janeiro / RJ). Sob a coordenação do acadêmico Antônio Torres, a aula-show gratuita terá a participação do cantor Pedro Paulo Malta e do violonista Luís Filipe de Lima. Zaquia Jorge (1924-1957) foi uma artista de primeira grandeza, que marcou a vida cultural do Rio de Janeiro dos anos 1940 e 1950. Trabalhou na célebre companhia de Walter Pinto, se destacou nos palcos, contracenou com Dercy Gonçalves e Oscarito e fundou o seu próprio teatro. O livro recupera a história da vedete que morreu aos 33 anos, afogada na então inóspita praia da Barra da Tijuca, causando comoção popular e especulação midiática. A sua morte trágica inspirou o samba "Madureira chorou", grande sucesso do Carnaval de 1958. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A antologia Um século em cem crônicas (Biblioteca Azul, selo da Globo Livros) será lançada nesta quarta (20), às 19h, num bate-papo das organizadoras Maria Amélia Mello e Cláudia Mesquita com o jornalista e escritor Joaquim Ferreira dos Santos, que abrirá a noite de autógrafos na Livraria da Travessa do Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 / loja 205 A – Rio de Janeiro / RJ). O livro estará à venda por R$ 84,90. Algumas das melhores crônicas que frequentaram as páginas do jornal O Globo nos últimos 100 anos foram reunidas neste volume. Ao todo, são textos de 32 autores fundamentais, entre eles Guimarães Rosa, Nelson Rodrigues, Danuza Leão, Rubem Braga, João Ubaldo Ribeiro, Jô Soares e Fernanda Young - ilustradas por caricaturas de Paulo Cavalcante. Do lirismo à crítica social, do humor à melancolia, a obra revela um gênero literário genuinamente brasileiro. Desde a primeira edição, publicada em julho de 1925, a crônica se consolidou como uma marca registrada do diário carioca — uma janela sensível e íntima para hábitos, tensões e encantos da vida brasileira. “Ficou claro que O Globo é a casa do cronista brasileiro. As boas crônicas adormecem nos jornais e amanhecem nos livros”, afirma Maria Amélia – que teve a ideia inicial do projeto. Para saber outros detalhes da obra, clique no Leia Mais.

A cidade de Araxá (MG) vai viver 48h intensas de literatura e encontros a bordo do Circuito Literário do Cerrado, a ser realizado nesta sexta e sábado, dias 22 e 23 de agosto, na Fundação Cultural Calmon Barreto (Praça Artur Bernardes, 10 – Araxá / MG). O evento pretende transformar a cidade em um grande palco de celebração da leitura, da arte e da diversidade cultural do Cerrado Mineiro. Com entrada gratuita, o Circuito reunirá leitores, escritores, educadores, artistas, comerciantes e famílias em uma programação acessível, diversa e totalmente voltada para o fortalecimento da cena literária local. A participação do escritor best seller e roteirista Raphael Montes é uma das mais aguardadas do evento. Ele levará as suas histórias a um bate-papo neste sábado (23), às 19h. O evento tem o compromisso de democratizar o acesso à literatura, promovendo ações voltadas especialmente às comunidades mais vulneráveis. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Vida em Marte (Relicário, 140 pp, R$ 65,90 – Trad.: Stephanie Borges), da poeta estadunidense Tracy K. Smith, é o livro de estreia da autora no Brasil. Reconhecida e premiada em 2012 com o Prêmio Pulitzer de Poesia, Tracy K. Smith imagina uma trilha sonora para o universo. Sua poesia, com referências tiradas de David Bowie e da ficção científica, acompanha as descobertas e fracassos da existência humana para sugerir que o importante não é tanto desvendar os enigmas do universo, mas sim acolher o seu mistério. Ainda assim, todos buscamos respostas — na religião, na ciência, na arte —, mas a interrogação permanece viva, não se encerra, especialmente quando se depara com a perda e o luto. É por isso que Smith, que escreveu esses poemas após a morte de seu pai, um dos engenheiros do Telescópio Hubble, constrói sua metáfora marciana: o espaço exterior, sinônimo daquilo que não pode ser plenamente conhecido, onde seu pai se desvaneceu. Eleva o olhar às estrelas, mas focaliza a lente de seu telescópio no concreto, no íntimo, até mesmo no doméstico.

Prestes a completar 80 anos quando A paixão medida (Record, 128 pp, R$ 69,90) foi lançado, em 1980, Carlos Drummond de Andrade chegava à nova década com uma obra que transmitia vitalidade de estreante. O livro tem início com versos em que Drummond segue na sua investigação sobre a relação do ser com a imensidão do mundo. Recorrente em sua produção, o poema de amor está representado no soneto Confronto, em que se dá o encontro entre o Amor e a Loucura, dois sentimentos tão distantes e tão próximos. O poeta olha para trás em textos que revisitam o próprio passado e a História, declarando seu amor às suas “duas riquezas: Minas / e o vocábulo”, segundo o poema Patrimônio. A finitude está no horizonte, vindo a galope no autobiográfico A morte a cavalo. Aqui há três pequenas obras-primas de sua poesia em prosa: A cruz e a árvore, O marginal Clorindo Gato e A visita. Ainda nesta coletânea, o poema O corvo, de Edgar Allan Poe, faz a ponte para o encontro, ocorrido em 1919, entre o jovem Mário de Andrade e o consagrado Alphonsus de Guimaraens, na cidade mineira de Mariana. Trata-se de uma colagem que põe em diálogo a obra de três grandes poetas.

O poeta persa Obeyd Zakani (1300-1371) é um dos escritores vistos como fundamentais do Oriente Médio, e sua obra mais famosa é Mush-o Gorbeh, aqui traduzida como Os ratos e o gato persa (Editora 34, 64 pp, R$ 54). Nesta fábula em versos rimados, pela primeira vez publicada no Brasil, o leitor tem a relação de um poderoso felino com o reino dos ratos, numa impiedosa sátira aos tiranos que, no passado e no presente, sempre se apresentam sob novos disfarces. Vertida ao português por Beto Furquim, que recriou os ritmos e a graça do original, a história é acompanhada pelos desenhos do artista Alex Cerveny, que encontrou o manuscrito utilizado como base para esta edição, e por um posfácio de Rodrigo Petronio, que aborda os principais aspectos da vida e obra de Zakani.

Em Ninguém pode parar uma mulher ventania (Planeta, 192 pp, R$ 61,90), Ryane Leão fala sobre assumir a bagunça bonita da vida. Em uma reflexão sobre o tempo, as quebras, o movimento, o céu, a magia de estar viva, o gosto agridoce das tentativas, a escritora fez compromisso de alimentar seus sonhos mais absurdos e até mesmo selvagens. No livro, Ryane aborda temas como a experiência feminina, autoaceitação, sentimentos, religiosidade, mudanças, obstáculos e muitos outros que são tratados com sensibilidade em um estilo poético. A escritora conquistou leitores Brasil afora e vendeu mais de 150 mil exemplares com sua estreia literária. Questões raciais, luto, dor e sonhos são alguns dos tópicos que aparecem em sua obra, que também pode ser conhecida por meio do perfil no Instagram com mais de 150 mil seguidores.

As vísceras das coisas (Patuá, 119 pp, R$ 60), de Maurício Simionato, propõe uma espécie de testemunho poético a partir de uma perspectiva de seu tempo e também de tempos e espaços paralelos. Tempos de guerras e tempos de trégua. Tempos para não fugirmos das guerras e nem deixarmos de vê-las e senti-las, por mais invisíveis que possam parecer. Um percalço na luta pela vida pode parecer ser ínfima e irrisória para alguns, mas ser brutal e cruel a outros. A intensidade da dor de uma guerra não se mede. Decerto, alguém pode ao menos tentar relatar sua visão sobre o que restou entre os escombros fumegantes, seja em Gaza, no Sudão, na floresta amazônica ou nas demais periferias do mundo. O novo livro reúne poemas que perpassam os diferentes aspectos das batalhas e enfrentamentos travados pelo ser humano, mesmo que estes embates sejam, muitas vezes, invisíveis. Os poemas permeiam o cotidiano de forma bélica, psicológica, ilusória e fantástica. Para contar essa história, por vezes, o autor vale-se de caminhos que se aproximam de um jazz onírico, um baião caótico e um blues profético, que dialogam com doses do lirismo existencialista.