O Global Book Crawl, um evento voltado para a comunidade global de livreiros, vai ocorrer na última semana de abril de 2025. A iniciativa sem precedentes convida livrarias independentes ao redor do mundo para se unirem localmente, criando "book crawls" (uma espécie de turnê guiada) em seus bairros, cidades e regiões. Os leitores serão encorajados a vistar diversas livrarias em uma área, celebrando a cultura de cada comunidade enquanto se conectam a um movimento global. Com participantes já confirmados nos EUA, Espanha, México, Quênia, Irlanda, Austrália, Suécia, Itália e Suíça, o Global Book Crawl vai tomando forma para ser uma celebração global dos livros e das culturas literárias locais. Usando a hashtag #globalbookcrawl, cada evento local vai amplificar as vozes das livrarias independentes e atrair novos leitores. A produção do evento agora abre o convite também a lojas brasileiras. O Global Book Crawl é liderado por Jessica Stockton-Bagnulo (Greenlight Bookstore, EUA), Brid Conroy (Tertulia Bookshop, Irlanda), e Federico Lang (Librería Luces, Espanha), e representa um esforço para criar novas conexões por meio dos livros. Para mais informações sobre como participar do evento, é possível visitar o site www.globalbookcrawl.org. Clique no Leia mais para conhecer melhor o projeto.

Como digerir a perda de 7 milhões de leitores brasileiros nos últimos 5 anos? De início, fui ao ChatGPT perguntar quais países têm esse número de população, por ser mais ágil que o Google, e me vi assessorado por um poderoso instrumento de informação. Sim, Líbano, Sérvia e Paraguai têm aproximadamente 7 milhões de habitantes. É como se o Paraguai inteiro não tivesse mais leitores. A IA das redes sociais vem tragando, em poucos anos, jovens e tradicionais habitués da leitura para pontos de atenção com predominância de imagens e símbolos. Foram necessários 5 séculos para tornar a Europa um continente de leitores, e o Brasil, que nunca chegou a sê-lo, agora parece distanciar-se desse perfil. Aliás, é como perfis e não como leitores que nos ajustamos melhor, como consumidores mapeados por algoritmos na Web. Antes que a falta de intimidade com a ironia cause ruído, isso é uma crítica. Como editor no setor livreiro, procuro elaborar alguma resposta útil ao triste cenário divulgado na Pesquisa Retratos da Leitura, realizada pelo Instituto Pró-Livro neste 19 de novembro de 2024. Ocorreu-me que o resultado das eleições nos EUA foi relacionado por especialistas à censura de obras literárias na maior parte do país, que a extrema direita tem aumentado seus representantes nos governos da Alemanha, capital econômica da Europa, e da América Latina, em que o Brasil é um dos casos mais emblemáticos. Clique no Leia mais para conferir a íntegra deste artigo.

A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) sediará a XXXV Assembleia Geral da Associação de Estados Ibero-Americanos para o Desenvolvimento das Bibliotecas Nacional do Países Ibero-Americanos (ABINIA), entre os dias 3 e 6 de dezembro. A assembleia reunirá diretores de 12 bibliotecas nacionais na sede da FBN, no Centro do Rio de Janeiro, e seis diretores em participação virtual. A última vez em que a instituição recebeu o encontro internacional foi no ano 2000. O evento é fechado para convidados e representantes dos países membros, com transmissão ao vivo nos dias 4, 5 e 6/12, pelo canal do YouTube da FBN. Estão confirmadas as participações presenciais dos seguintes países: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, Espanha, Guatemala, México, Panamá, Paraguai e Portugal. Com participação remota, estarão Bolívia, El Salvador, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Um dos destaques é a participação de Portugal, que volta a integrar a Assembleia após alguns anos de ausência. “A integração da América Latina é um sonho de muitas gerações, uma forma de obra aberta de imensa amplitude e, nos últimos anos, adquire maior vigor a partir de um olhar às línguas e etnias do continente – sem excluir as raízes ibéricas de Espanha e Portugal, que se aprofundaram ao longo da história. Esse grande encontro, que não acontecia no Brasil há exatos 24 anos, é um momento fundamental para rediscutirmos e pactuarmos todo um processo de integração a partir das políticas da memória, do acesso, da cultura e da democracia. É grande o nosso orgulho e a sintonia fraterna que será construída a partir do encontro na cidade do Rio de Janeiro”, afirma Marco Lucchesi. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Academia de Letras da Bahia realizou na última semana as eleições para definir os representantes da instituição para o biênio de março/2025 a março/2027. O pleito, concretizado por meio eletrônico, teve a inscrição de uma única chapa, com 16 integrantes, conforme o Estatuto da instituição. Dos 39 eleitores aptos, 37 votaram, sendo a Chapa ALB eleita com 36 votos. Foram eleitos para presidente o escritor Aleilton Fonseca e para vice-presidente o jurista Edvaldo Brito, para um mandato de dois anos. A Diretoria eleita deverá tomar posse em março de 2025, após um período de transição, conforme as normas da Casa. Atualmente, o antropólogo e escritor Ordep Serra é o presidente da instituição pela segunda vez e o professor e escritor Marcus Vinícius Rodrigues ocupa a vice-presidência. Eles permanecem à frente da Academia de Letras da Bahia até março do próximo ano. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e-mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana temos três novidades. A Editora Asinha apresenta Do outro lado do muro, um livro que convida crianças e famílias a explorarem temas de coragem, empatia e amizade através da encantadora história de Lili e sua fiel amiga, a vaquinha Magrela. Em uma aventura repleta de descobertas e aprendizados, o livro incentiva o respeito pelos animais e celebra a parceria entre pai e filha, revelando o poder transformador da generosidade e do altruísmo. Já Uma coleção de guarda-chuvas é um livro bilíngue que traz uma história encantadora sobre amizade e imaginação. Escrito em português e inglês, o livro narra a relação entre Ana e Clara, amigas que encaram os dias de chuva de formas bem diferentes: enquanto Ana se entedia, Clara transforma o dia com sua coleção especial de guarda-chuvas, trazendo cor e alegria até para os momentos mais nublados. E por último, o título Gia lagartixa que explora de forma lúdica temas como amizade, autoconhecimento e habilidades socioemocionais. A história é sobre Gia, uma lagartixa que, apesar de seu papel importante no ecossistema, sente falta de algo em sua vida. Inspirada por uma conversa da autora com seu filho, a obra convida os pequenos leitores a refletirem sobre o valor da amizade verdadeira e a importância de se conhecer e valorizar a si mesmo. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – divulga mais dois editais. O primeiro deles é referente o registro de preços para futura e eventual aquisição de bibliotecas com obras literárias diversas. A disputa está prevista para o dia 05 de dezembro e o valor ultrapassa R$ 1,8 milhão. Já o segundo edital diz respeito ao registro de preço para futura e eventual contratação de empresa para aquisição de livros didáticos. O valor ultrapassa R$ 7 milhões e o pregão também acontece no dia 05 de dezembro. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o radar desta semana, clique aqui.

A 19° edição do Fórum das Letras, evento literário realizada pela Universidade Federal de Ouro Preto, inicia nesta sexta (29) e seque até o dia 3 de dezembro (terça), homenageando o mineiro Affonso Ávila, um dos mais importantes poetas do Brasil. Com uma programação centrada em cinema e poesia, com debates, filmes, sarau, concertos de música e performances poéticas, o Fórum das Letras continua com sua missão de valorização das literaturas de língua portuguesa, mas sempre com muito destaque aos autores nacionais. Confira a programação completa no perfil do evento no Instagram. A professora Guiomar de Grammont, da UFOP, também coordenadora e idealizadora do Fórum das Letras, lembra que “a história da literatura costuma dar pouco destaque às produções textuais que se situam na fronteira entre as artes e as letras. No entanto, desde fins do século XIX, a concretude das palavras foi posta em relevo por Mallarmé e, posteriormente, por poetas de vanguarda como Apollinaire e Marinetti. A ênfase no aspecto visual do texto foi recuperada, no Brasil, pela poesia concreta”, explica. Na programação destaque para a exibição do documentário Nada será como antes, dirigido por Ana Rieper, sobre o Clube da Esquina, movimento musical que começou nos anos 60, em Belo Horizonte e se expandiu para o mundo. A exibição ocorre no dia 29, à tarde, no Anexo do Museu da Inconfidência. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A InBook Editora está à procura de um estagiário que tenha ensino médio completo e que esteja cursando o ensino superior. As funções do cargo incluem a produção de propostas, pesquisa de mercado e atuação direta com o sócio da editora. A editora está localizada na Zona Sul de São Paulo e interessados devem encaminhar currículos para claudiofilho@inbook.com.br até 5 de dezembro.

Nesta quinta (28), a série Encontro com os Escritores terá sua última edição do semestre. A convidada da vez será a cartunista Laerte, que compartilhará sua história de formação como leitora, as influências que marcaram sua trajetória artística e seu processo criativo. O evento gratuito ocorrerá das 19h às 21h, na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 – São Paulo / SP), na região central de São Paulo, e as inscrições podem ser feitas pelo site da Universidade do Livro. A mediação será realizada pelo professor Fábio Sgroi. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Adriano: meu medo maior (Planeta), livro de memórias do ex-jogador de futebol publicado pela Editora Planeta, vai ganhar um evento em São Paulo. Com a presença de Adriano, o lançamento será na quinta-feira (28) e contará com sessão de autógrafo na Livraria Drummond do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – Consolação, São Paulo / SP). Escrita pelo jornalista e documentarista Ulisses Neto e narrada em primeira pessoa, a obra humaniza o personagem, tão presente no imaginário do público, ao narrar as histórias vividas pelo jogador, revelando suas fragilidades, sonhos, desejos e arrependimentos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O que aconteceu por trás das câmeras para que a Globo se tornasse, ao mesmo tempo, uma gigantesca janela e um poderoso espelho da sociedade brasileira? Como foi possível construir a hegemonia que dominou, absoluta, por décadas, o entretenimento de massa, o telejornalismo, o esporte e o mercado publicitário do país? Quem, de carne e osso, fez as escolhas certas ou erradas que conduziram a Globo pelos caminhos que ela trilhou no tapete político, no caldeirão social e no palco cultural do Brasil? O que é lenda e o que é fato na história de uma das maiores redes de televisão do mundo? Estas respostas podem ser encontradas na trilogia A Globo, escrita pelo jornalista Ernesto Rodrigues, que oferece uma visão inédita e profunda sobre o impacto da emissora na vida de várias gerações de brasileiros. Ernesto baseou-se em um extenso trabalho de pesquisa que durou mais de cinco anos e que inclui mais de 60 entrevistas inéditas, realizadas pelo autor, com pessoas que atuaram dentro e fora da emissora ao longo dos anos. O primeiro volume, Hegemonia (Autêntica, 672 pp, R$ 129,80), abrange o período de 1965 a 1984 e desvenda os bastidores da implantação e consolidação da emissora em um cenário político dominado pela ditadura militar, em meio a uma disputa feroz de audiência com as emissoras concorrentes, e à polêmica em torno da legalidade do acordo da Globo com o grupo Time Life, enquanto visionários como Walter Clark e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) transformavam o mercado publicitário. O livro será lançado nesta quinta (28), na Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Rio de Janeiro / RJ), com um bate-papo entre o autor e Octavio Guedes, da GloboNews. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Novo livro do historiador Jaime Pinsky, Osjudeus: a luta de um povo para se tornar uma Nação (Editora Contexto, 256 pp, R$ 59,90), lança um olhar histórico sobre a sobrevivência do povo judeu através dos séculos. A sobrevivência do povo judeu, mantendo sua identidade, durante quase 2000 anos não é algo simples de se explicar, considerando numerosos episódios de preconceitos, segregação, perseguições, conversões forçadas, massacres e expulsões. Mais ainda, este mesmo povo lutou para se transformar em nação, com território, estrutura jurídico-política, língua própria, cultura e todos os demais elementos que caracterizam um Estado Nacional. O livro Os judeus explica como e por que isso aconteceu, a partir de uma pesquisa documental e de uma análise de textos produzidos em diferentes épocas e situações sociais. Como escreveu o prof. Paul Singer, “a contribuição de Pinsky, gostosa de ler e fácil de entender, é uma obra histórica no melhor sentido da expressão”.

Com prefácio de Laurentino Gomes, Os retornados (Record, 443 pp, R$ 89), de Carlos Fonseca, é uma leitura indispensável para aqueles interessados na diáspora africana e nas complexas interseções entre identidade, história e esquecimento. A obra conta com um caderno de fotos com registros do próprio autor, que é fotojornalista, feito ao longo de 25 anos de viagem e pesquisa. Por meio de dezenas de entrevistas e de uma pesquisa que se desenvolveu ao longo de 25 anos, e que levou Carlos Fonseca, autor do livro, a passar vários meses na África, o livro navega nas águas passadas e presentes dessa epopeia afro-brasileira, contando a história de seus principais atores: ex-escravizados africanos e nascidos no Brasil que, ao longo do século XIX, cruzaram novamente o oceano, em um movimento de retorno à África. Ao embarcar de volta para a terra natal de seus antepassados, os retornados carregaram na bagagem parte da herança cultural adquirida no Brasil e marcada pela escravidão: o idioma (a expressão “tabom”, usada para denominar os retornados de Gana, vem do português “está bom”), a tradição culinária, os festejos populares (como o carnaval de Lagos e a dança da burrinha, acompanhados por velhas cantigas entoadas em português) e a arquitetura das casas que fizeram construir do outro lado do oceano. Hoje, os descendentes desses retornados estão espalhados por quatro países: Benim, Nigéria, Togo e Gana. São vários milhares de pessoas, chamadas agudás, tabons ou simplesmente “brasileiros”. Por meio de uma profunda contextualização histórica, Carlos explora a situação das comunidades que ainda mantêm um vínculo cultural e afetivo com o Brasil e a urgência em preservar essa identidade afro-brasileira que rapidamente se desvanece em outro continente.

Resultado dos trabalhos do grupo de pesquisa Áfricas: Sociedade, Política e Cultura (Uerj-CNPq), Pegadas no rio, sombras no tempo (Selo Negro Edições, 288 pp, R$ 99,90) convida o leitor a conhecer biografias, histórias de vida e trajetórias de personagens pouco abordadas na historiografia africana, contribuindo para problematizar não só as grandes narrativas ocidentais como o próprio exercício de construção histórica. Nesse sentido, a obra lembra que também o ato de narrar a África por africanos sempre está atravessado por disputas de poder e entrelaçado em contextos políticos, sociais e culturais específicos, que não podem ser desconsiderados. Os textos aqui reunidos abarcam um vasto período (da antiga civilização cuxita, no Sudão do século I AEC, ao Moçambique do século XXI) e nos levam a percorrer diferentes regiões da África, explorando temas como o papel do feminino, a formação de elites locais, racismo, resistência, emancipação, construção de heróis e nacionalismo, entre outros. A diversidade de personagens, escolhidas por seu protagonismo em diferentes contextos, dá visibilidade às muitas camadas do que significa ser africano. A obra – organizada por Matheus Serva Pereira, Silvio de Almeida Carvalho Filho e Washington Nascimento – traz ilustrações que enriquecem os depoimentos e personificam as biografias.

Ao longo de dez artigos escritos por professores e pesquisadores brasileiros, Deus e o diabo na terra dos cedros: o Líbano contemporâneo (Tabla, 264 pp, R$ 73) revisita a história contemporânea do Líbano a partir do final do período otomano até a atualidade, cobrindo os principais eventos e turbulências que afetaram o pequeno país mediterrânico. Estudar o Oriente Médio exige uma análise crítica que seja capaz de ir além das questões puramente religiosas e dos momentos conjunturais, descritos, em sua maioria, de forma simplista e superficial. Deus e o diabo na terra dos cedros busca esclarecer alguns pontos centrais para entender a história do Líbano e as questões econômicas, políticas e sociais que têm provocado deslocamentos e movimentos dessa diáspora libanesa que fincou suas raízes no Brasil. A obra, organizada por Murilo Meihy e Samira Adel Osman, vai desde a história antiga até os acontecimentos mais recentes. Os artigos discutem temas diversos, como os impactos do imperialismo e do colonialismo na formação do Líbano, o processo de conquista libanesa de sua independência e o sectarismo que perpassa toda a história recente do país, os quinze anos sangrentos da Guerra Civil e suas disputas narrativas, a política libanesa e a questão dos refugiados, a relação entre produção artística e documentação histórica, as noções de memória e ruína como temas centrais na arte libanesa contemporânea e a relação entre passado, presente e futuro que segue como a maior ambiguidade vivida pelo povo libanês.