A quinta-feira (17) na Feira do Livro de Frankfurt contou com grande participação brasileira em diferentes espaços do evento. A manhã começou o Círculo de Poemas, representada por sua criadora, Rita Mattar, recebendo oficialmente o Prêmio Aficionado, que promove indivíduos, organizações e iniciativas que estão fazendo a diferença na indústria editorial. Para a plateia internacional, Rita explicou como a ideia do projeto surgiu e que, segundo ela, foi uma boa surpresa ver que as pessoas começaram a assinar o Círculo e que os livros realmente começaram a sair e se popularizar. O dia continuou com Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e diretora da VR Editora, em um painel sobre ações climáticas, no qual falou para o público internacional sobre a criação do Guia ESG, da CBL, lançado no mês passado. O autor Fabricio Corsaletti, vencedor do Prêmio Jabuti 2023 com a obra Engenheiro fantasma (Companhia das Letras), participou de uma mesa sobre poesia ao redor do mundo para falar sobre seu trabalho e compartilhar sua visão sobre a poesia contemporânea. Luiz Schwarcz, CEO da Companhia das Letras, recebeu o Premio Internazionale di Editoria Cesare De Michelis. Em sua quarta edição, o prêmio reconhece editores que se distinguiram no cenário internacional pela vitalidade e inovação de suas conquistas editoriais. Em seu discurso, ele compartilhou sua visão sobre o que é ser editor. Para ele, a edição não é uma arte. “Esse termo deve ser utilizado apenas para o trabalho dos escritores, a quem dedicamos nossas vidas. (...). Edição não é uma arte, mas sim devoção. E devoção no sentido literário, não religioso”, disse. O dia finalizou com a já tradicional Caipirinha Hour, junto com o SPDAY, ação da CreativeSP que visa promover as editoras presentes aproveitando a grande movimentação do estande brasileiro. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Café com Deus Pai 2025 (Vélos), diário devocional do pastor Junior Rostirola cujas versões vêm dominando a Lista de Mais Vendidos nos últimos anos, assumiu a ponta da Lista do PublishNews nesta sexta-feira (18), contabilizando 2.414 exemplares vendidos nas livrarias brasileiras na semana de 7 a 13 de outubro. A Lista relaciona vendas em 39 redes e livrarias nacionais. Neste ano, a Livraria da Flip – operada pela Travessa – não conseguiu, sozinha, emplacar nenhum título (nenhuma edição vendida na Festa superou o 20º das listas de Ficção de Não Ficção). Quem domina a categoria Ficção é a Panini – dos 20 títulos presentes, 11 são mangás da editora, entre Jujutsu kaisen, One piece e Demon slayer. A novidade da semana é a reimpressão de Jujutsu Kaisen: Batalha de Feiticeiros Vol. 6. Em Não ficção, são quatro novos títulos. A Novena de Natal – 2024 (Paulus Editora), Cuidar até o fim (Sextante), de Ana Claudia Quintana Arantes, Educação mais inteligente (Gente), de Celso Niskier, e A ciranda das mulheres sábias (Rocco), de Clarissa Pinkola Estes – a mesma autora de As mulheres que correm com os lobos. Já em Autoajuda, a novidade é Emoções inteligentes (Novo Século), do coach Tiago Brunet. No ranking geral entre as editoras, quem lidera a semana é a Sextante (com 15 títulos nas diferentes categorias), seguida por Panini (11), Grupo Editorial Record (9) e Planeta (9).

Um novo projeto da Academia Brasileira de Letras com a Rádio Novelo lançou nesta semana (17) o primeiro episódio de uma série de histórias sobre seus imortais. O episódio de estreia de 'Conversas imortais' teve como protagonista Lygia Fagundes Telles. A reportagem d'O Globo fala que toda quinta-feira um episódio novo será lançado e contará com fatos bibliográficos curiosos sobre os escritores. E foi também publicada no jornal a notícia de que a escritora Siri Hustvedt, viúva de Paul Auster, anunciou que está escrevendo livro de memórias sobre o marido, que morreu em abril de 2024. O Estado de S. Paulo relembrou a trajetória de Antonio Skármeta, autor do livro O Carteiro de Pablo Neruda (Teorema). Foi lá também a reportagem que revela as exigências feitas pela família de Gabriel García Márquez para a adaptação do streaming de Cem anos de solidão. A colunista Mônica Bergamo noticiou que A Feira do Livro acontecerá entre os dias 14 e 22 de junho de 2025. A edição homenageará escritores do Rio de Janeiro, cidade eleita pela Unesco como a Capital Mundial do Livro em 2025. O cenário da música internacional esteve entre as pautas do mercado literário na última semana. A Revista Monet noticiou que livro de ex-namorada do cantor Liam Payne contem passagem que fala sobre ameaças contra a própria vida. A modelo Maya Henry e o ex-One Direction tiveram um relacionamento entre 2019 e 2022. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Eu achei que teria muitos desafios nessa primeira Feira de Frankfurt. O jet lag, o ritmo das reuniões, o idioma, acompanhar as demandas do Brasil mesmo com a diferença do fuso... mas o que realmente me desestabilizou é algo completamente inusitado. Eu, como toda boa paulista, sou adepta do um beijinho na hora de cumprimentar. Só que descobri que os gringos amam dar dois! Era sempre aquele constrangimento... você começa a se afastar e a pessoa ainda está com a outra bochecha esperando mais uma bitoca. Perdi as contas de quantas vezes me afastava antes da hora e ficava aquele constrangimento no ar. E pior! Quando eu achei que estava me acostumando e ia dar dois encontrava um dos meus que estava se afastando antes de mim! Pior que isso era só o encontro com os povos mais frios. Enquanto nos inclinávamos para o beijinho, eles estendiam a mão para um aperto frouxo. A diferença cultural nos cumprimentos é tão grande, que quando eu já tinha desistido da dúvida do um ou dois beijinhos e do constrangimento de receber uma mão enquanto ia abraçar, resolvi adotar a postura clássica do aperto de mãos... foi justamente nesse momento que encontramos uma adepta do movimento contra as mãos! Ela disse: prefiro cumprimentar com abraço, a gente não sabe onde as pessoas tocaram! Ou seja, o cumprimento é opcional, mas o constrangimento não. Clique no Leia mais para conferir a íntegra deste relato.

A cidade de Santos, litoral paulista, receberá a 16ª edição da Tarrafa Literária, um dos mais imponentes e longevos eventos de literatura do país, entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro. Na abertura, que será realizada no Sesc Santos, na noite do dia 30, o festival homenageará Plínio Marcos (1935-1999), escritor e dramaturgo santista, conhecido por textos como Navalha na carne e Dois perdidos numa noite suja, com a presença de seu filho Kiko Barros. Nos demais dias, o evento segue com mais de 40 artistas no Teatro Guarany, localizado no centro da cidade. Durante a Tarrafa Literária, de forma gratuita, o público poderá acompanhar as mesas com a participação de escritores como o português José Luís Peixoto, autor de Almoço de domingo (Companhia das Letras) e vencedor dos prêmios José Saramago e Oceanos, além dos brasileiros Fernando Morais, José Falero, Lilia Schwarcz, Mariana Salomão Carrara, Marilene Felinto e Raul Juste Lores. O apresentador Marcelo Tas e o jornalista Ariel Palacios também participam da programação do evento no Teatro Guarany. Com capacidade para 270 pessoas, o auditório sediará ainda as sessões de autógrafos após as mesas de discussões. O psicanalista Christian Dunker, o jornalista André Barcinski, a arquiteta e urbanista Erminia Maricato, o escritor Marcílio França Castro, o escritor e crítico literário Miguel Sanches Neto, as escritoras Betina Anton e Morgana Kretzmann, o analista ambiental Pablo Casella, a jornalista Natália Viana e a professora de teoria da literatura Ligia Diniz estão entre os convidados desta edição do evento. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Associação Brasileira das Editoras Universitárias divulgou nesta sexta-feira (18) a lista de obras finalistas da 10ª edição do Prêmio Abeu. Os vencedores serão conhecidos em uma cerimônia na Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2500 – São Paulo / SP), na quinta-feira, dia 21 de novembro. O momento é marcante para a Associação, pois o Prêmio chega à sua 10ª edição, firmando-se como a pioneira em prestigiar exclusivamente publicações universitárias e acadêmicas. Realizado desde 2015, o Prêmio Abeu distingue as melhores edições no âmbito do conhecimento científico, além da tradução e projeto gráfico mais acurados, em nove categorias: Ciências Humanas; Ciências Naturais e Matemáticas; Ciências Sociais; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências da Vida; Linguística, Letras e Artes; Literatura Infantojuvenil; Projeto Gráfico; e Tradução. As categorias têm seus finalistas, menções honrosas e vencedores definidos por um corpo de três jurados para cada, que são pesquisadores nas principais universidades brasileiras, com longa carreira no ensino superior e renomado saber em suas áreas de atuação. Clique no Leia mais para ver a lista de obras finalistas.

Com o objetivo de escalar sua operação em canais e segmentos do e-commerce, a Editora Melhoramentos fechou parceria de serviços com a Luft Logistics, que reúne expertise na área logística editorial. Como forma de celebrar a parceria, representantes das duas empresas se reuniram em 02 de outubro em um dos centros de serviços Luft Solutions, na cidade de Cajamar, em São Paulo. O objetivo da Editora é escalar a operação para ampliar capacidade no e-commerce, por meio da Operação Multilivros Luft Solutions. A parceria se baseia na contratação dos seus serviços logísticos de fulfillment. Especializada no mercado editorial e com grande investimento tecnológico, a Luft Solutions opera com mais de 25 editoras, incluindo líderes do setor. Sua operação editorial contempla 18 mil SKUs e 12 milhões de exemplares, movimentando, em média, 913 mil peças/mês (outbound) e 750 mil peças/mês (inbound). “Estamos felizes em anunciar nossa parceria logística com a Luft, que tem sido essencial para aprimorar nossos processos e garantir uma operação ainda mais eficiente. Com sua expertise, a Luft nos ajudou a movimentar, desde junho, mais de 1 milhão de livros, 80 mil maletas e outros itens diversos. Acreditamos que, juntos, podemos alcançar novos patamares de eficiência e inovação”, afirma Carolina Alcoforado, Diretora de Novos Negócios e Inovação da Melhoramentos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Depois do celebrado romance O que pesa no Norte (Moinhos, 2022), indicado ao Jabuti e ao Oceanos, o escritor paraibano Tiago Germano está de volta à crônica com A índole dos cactos (Caos & Letras). A obra será lançada neste sábado (19), às 19h, na Livraria Ponta de Lança (R. Aureliano Coutinho, 26, Vila Buarque – São Paulo / SP), depois de uma conversa com os também escritores Cristhiano Aguiar e Mauro Paz. Vencedor do Prêmio SESC Rubem Braga, duas vezes finalista do Jabuti e semifinalista do Prêmio Oceanos, Germano chama a atenção por se alternar entre gêneros diferentes – a crônica, o romance e o conto – com a mesma qualidade literária. Em A índole dos cactos, o leitor encontrará um conjunto de mais de 60 crônicas que transitam no vasto espaço da memória, com atenção especial à infância, seus assombros e descobertas; ao ofício da escrita e o universo da literatura, ao cotidiano das cidades e dos nossos tempos. Permeiam os textos o olhar perspicaz do cronista, repleto de lirismo e humor, e uma linguagem fluente onde o leitor navega entretido até o ponto final. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O filme A invenção de Hugo Cabret é o tema da próxima edição do CineCiência, programa mensal do MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, que traz discussões sobre produções cinematográficas pela ótica científica. A sessão, gratuita, acontece no dia 20 de outubro, às 16h, e o debate conta com a presença do filósofo da história Rogério da Costa, professor da PUC-SP, e mediação de José Luiz Goldfarb. O filme é baseado no livro de mesmo título, de Brian Selznick, publicado no Brasil pela Edições SM. Dirigido por Martin Scorsese, o longa venceu cinco prêmios do Oscar, incluindo as categorias de Efeitos Visuais, Direção de Arte e Fotografia. No filme, a própria história do cinema é recontada numa trama repleta de mistérios envolvendo até um robô autômato. A produção é atrativa para todos os públicos, e uma de suas características mais importantes é a multiplicidade de gêneros, sendo tarefa difícil enquadrá-la em um simples segmento cinematográfico. O filme é, ao mesmo tempo, aventura, fantasia, ação, comédia, romance, drama e ficção científica. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nos últimos 100 mil anos, seres humanos acumularam um imenso poder. No entanto, mesmo com todas as descobertas e conquistas, estamos diante de uma crise sem precedentes, com um colapso ambiental iminente e desinformação correndo solta. A chegada da era da inteligência artificial também representa um perigo para nós. Afinal, por que somos tão autodestrutivos apesar de tudo o que conquistamos? Nexus (Companhia das Letras, 504 pp, R$ 89,90 – Trad.: Berilo Vargas e Denise Bottmann) olha para a nossa história e avalia como o fluxo de informações moldou a nós e o mundo onde vivemos. Em uma narrativa que vai desde a Idade da Pedra e passa pela canonização da Bíblia, pelas primeiras caças às bruxas modernas, pelo stalinismo, pelo nazismo e pelo ressurgimento do populismo hoje, Yuval Noah Harari convida o leitor a examinar a complexa relação entre informação e verdade, burocracia e mitologia, sabedoria e poder. O autor explora como as várias sociedades e sistemas políticos utilizaram informações para atingir seus objetivos, assim como as escolhas que precisamos fazer num momento em que a inteligência não humana ameaça a nossa própria existência.

Mulheres na Ciência – o que mudou e o que ainda precisa mudar (Oficina Raquel, 180 pp, R$ 54), organizado pelas pesquisadoras Letícia de Oliveira e Tatiana Roque, constitui uma importante colaboração acadêmica para todas as pessoas interessadas em estudar o fenômeno da participação das mulheres no universo das Ciências. Se é verdade que as últimas décadas foram marcadas por um visível aumento da presença das mulheres neste meio, não se pode deixar de notar que, no imaginário da população, o “gênio científico” ainda é ligado, via de regra, ao gênero masculino. A entrevista concedida pela economista Hildete Pereira de Melo, que abre o livro, é reveladora de tal realidade, e aponta para uma série de questões importantes a serem debatidas, tais como a divisão sexual do trabalho, o acesso à Educação formal, a relação entre maternagem e produtivismo científico. Em suma, como ela própria afirma, “o poder na mão do sexo masculino ainda é uma questão extremamente presente”.

Quando O segundo sexo foi publicado pela primeira vez, na França, em 1949 ― revolucionário, audacioso, brilhantemente escrito e surpreendentemente moderno ―, provocou tanto indignação quanto inspiração. A partir da pergunta “o que é uma mulher?”, Simone de Beauvoir desafiou as convenções sociais da época, demonstrando que a mulher sempre foi definida, na cultura ocidental, em oposição ao homem. A mulher independente (Nova Fronteira, 120 pp, R$ 49,90 – Trad.: Sérgio Milliet) contém três capítulos-chave dessa que é considerada a obra-prima de Simone. Encontram-se aqui a introdução do primeiro volume, assim como o capítulo IV, que dá nome a esta coletânea, além das páginas finais do segundo volume. Eles jogam luz sob a condição feminina na sociedade e identificam reformas sociais práticas para a igualdade de gênero. Esta seleção endossa a atualidade do pensamento de Simone de Beauvoir, que se tornou uma das maiores referências do feminismo em todo o mundo.

Neste seu novo e controverso livro Brasil Apartheid (Geração Editorial, 416 pp, R$ 98), o pesquisador médico Luís Mir trata de um tema polêmico, o conceito de “raça”. “Raça”, para ele – e para a ciência – não existe. “Raça” é uma construção não científica, puramente social, construída para distinguir pessoas umas das outras por suas características físicas, dividi-las e explorá-las. E pele não tem cor. O que existe, portanto, é desigualdade social e discriminação. A espécie humana, lembra Mir, surgiu na África há apenas 300 mil anos, 13,4 bilhões de anos depois do surgimento do universo. Descendemos de um animal que desenvolveu habilidades e começou a pensar sobre si mesmo e o mundo. Este ser primitivo espalhou-se pelo planeta e, dependendo do ambiente, assumiu diferentes formas físicas e tons de pele. A pele é incolor. Sob o sol da África, para se proteger da radiação solar, a pele desenvolveu pigmentos evolutivos que a tornaram escura. O homem migrou para áreas frias e pouco ensolaradas do planeta e nelas a pele perdeu pigmentação, tornando-se clara. Na América tropical, ela continuou fortemente pigmentada. Mas uma só espécie humana.

Nos ensinaram a obedecer. Nos ensinaram a obedecer sem nunca nos perguntar se concordávamos com as regras ou se desejávamos qualquer coisa relacionada a elas. Nos ensinaram a abolir nossos desejos para sermos respeitadas. A pautar nosso valor pelo olhar do outro. A nos largar pelo caminho para construir e cuidar a vida dos que nos rodeiam. Nesse caminho imposto, não sobra nada nosso. Não sobra a gente. Para interromper esse percurso, é preciso desobedecer às regras, as que não foram criadas nem pelas mulheres, muito menos para as mulheres. Em Desobediência (HarperCollins, 160 pp, R$ 59,90), Iana Villela, uma “desobedecedora” de regras, navega por fatos cotidianos e nos leva a refletir sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea. Iana Villela é escritora, formada em Letras pela PUC-Rio. Com forte atuação nas redes sociais, começou a publicar reflexões sobre o lugar da mulher na sociedade em 2011, nas redes sociais. A projeção dos textos a levou a colaborar com a Revista TPM e a unir seguidoras e seguidores atrás de um mesmo propósito.