Portugal vai ganhar uma nova editora para publicar livros em português, a Língua Mátria. Idealizada por Jaime Mendes – profissional do mercado com passagens pela Cosac Naify, Zahar e GEN e um dos sócios fundadores da Saudade Livraria e Distribuidora – e Bianca Vivarelli, psicanalista, cantora e musicoterapeuta, a nova casa editorial pretende levar obras de autores brasileiros para a Europa. Conhecedor do mercado editorial português, Jaime entendeu as especificidades do país desde que iniciou a operação da Saudade, em 2020: com 10,4 milhões de habitantes e o tamanho do estado de Pernambuco, o mercado português vende por ano 13 milhões de exemplares e valoriza a diversidade de títulos. Pensando nisso – e no fato de perder oportunidades de importar determinados autores brasileiros que muitas vezes fazem sucesso no país e têm os direitos comprados por editoras portuguesas –, Jaime e Bianca decidiram que era hora de fazer o negócio sair do papel. “Aqui, eu acabo sendo uma espécie de embaixador da edição brasileira em Portugal, porque estou abrindo essas fronteiras. Eu estou gerando essa demanda e estou mostrando toda a diversidade”, explica Jaime. “A partir da distribuidora, eu percebo antes o que é que pode ser interessante pra cá e também posso publicar muitos títulos que as editoras portuguesas não vão publicar aqui”. Além da questão dos direitos autorais e de trazer uma maior visibilidade à literatura brasileira, o ponto da comercialização e distribuição também pesou na decisão de abrir um novo negócio. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (14) a lista completa de inscrições habilitadas e inabilitadas para a 17ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, o maior do país em premiação individual para o gênero. Neste ano, foram recebidas 218 propostas de inscrições na categoria "Melhor Romance do ano de 2023" e 230 para "Melhor Romance de Estreia do ano de 2023". A lista completa pode ser conferida no Diário Oficial do Estado de São Paulo. As inscrições inabilitadas têm o prazo de até cinco dias úteis, a contar da publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo, para apresentar recurso. Serão aceitos os recursos enviados para o e-mail premiosaopaulodeliteratura@sp.gov.br dentro do prazo. Já para o caso de inscrições com falhas relacionadas, por exemplo, com envio de documentos faltantes, ilegíveis ou enviados em desacordo com o solicitado no edital, os proponentes têm o prazo máximo de três dias úteis, a contar da publicação no Diário Oficial, para realizar o envio dos elementos faltantes por e-mail. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Eu sei que você está acostumado a me ver escrever na minha coluna mensal sobre livros, conteúdo, marketing, mundo digital e tal. Mas dessa vez não… dessa vez vou tomar a liberdade de falar sobre um outro assunto, que considero tão importante quanto os negócios em si. A gente tem falado muito de IA, mas às vezes eu acho que a gente tá deixando de lado questões humanas e urgentes. Talvez seja impossível tirar os negócios dessa equação e talvez seja inclusive por eles que a gente precise falar ainda mais desse assunto: saúde mental. Quero aproveitar o fato de que completei 39 anos semana passada – sendo 20 anos de carreira, dos quais 12 deles em conteúdo – e juntar com todas as muitas discussões que tem acontecido por conta das olimpíadas e a saúde mental dos atletas…os que não foram e os que deram a volta por cima. Aniversário é sempre um momento de olhar o que passou, o que a gente quer daqui pra frente e acho que esse equilíbrio entre o trabalho e a vida fora dele são um caminho sem volta. Minha semana de aniversário ainda acabou com um show do Natiruts, que tem letras com frases como: leve com você só o que for bom, que o verão do seu sorriso nunca acabe. Parece bobo, mas tem um impacto gigante. Cresci em uma geração que foi abertamente motivada a trabalhar até cair, a não dormir direito (dormir é pros fracos, dorme quando morrer) e a medir o sucesso pelo tamanho da conta bancária. Isso faz cada vez menos sentido. Clique no Leia mais para conferir este artigo na íntegra.

O Premio Desmadres de Escritura em Portuñol publicou a antologia com os textos vencedores da sua primeira edição. Os premiados são publicados em formato de livro digital pelo Grupo Heterónimos, da Argentina, e o livro está disponível para ser baixado gratuitamente no site do prêmio. Entre os brasileiros selecionados, estão Ademir Demarchi, Isadora Barcelos e Chico Pascoal. Há também escritores argentinos, uruguaios e venezuelanos. O prêmio é o primeiro concurso que buscou dar visibilidade à produção literária escrita em "Portuñol", fenômeno muito comum nas zonas fronteiriças entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e foi promovido como parte do Desmadres – Festival de Literatura Latinoamericana, realizado em Buenos Aires em agosto de 2023. Os jurados do concurso foram Javier Gasparri (Argentina), Ana Elisa Ribeiro (Brasil) e Eliana Sturza (Brasil), além de um Comité de Lectura. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Um álbum publicado em inglês e distribuído internacionalmente pela Marsupial Editora está entre os finalistas de um dos mais prestigiados prêmios norte-americanos dos quadrinhos, o Ignatz Awards, focado em obras lançadas por editoras independentes. A coletânea The wheels on the bus and other horror stories foi lançada no mercado norte-americano no final de 2023 pela Marsupial através de seu selo de quadrinhos Jupati Books. O lançamento ocorreu simultaneamente com sua versão em português, intitulada Atirei o pau no gato e outras histórias de terror. A lista completa de finalistas pode ser vista clicando aqui. A votação é aberta para quem se registrar no site. Segundo o editor Lucio Luiz, responsável pela publicação, esta é a primeira vez que uma editora brasileira é indicada diretamente, por uma publicação própria, a um importante prêmio de quadrinhos por lá. O livro, indicado na categoria de melhor antologia, traz quinze histórias que transformam canções infantis tradicionais em contos de terror. Há ainda outro brasileiro finalista, Hugo Canuto (na categoria de novo talento), pela versão em inglês de Contos dos Orixás, publicado lá pela Abrams Books e aqui pela Trem Fantasma. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Ciranda Cultural abriu duas vagas, para os cargos de vendedor júnior e consultor comercial, ambas PJ. Para a vaga de vendedor, os requisitos incluem desejável conhecimento e experiência do canal editorial de varejo; compreensão básica dos princípios de vendas e práticas de atendimento ao cliente; conhecimento prático da dinâmica e dos requisitos do cliente e do mercado; conhecimentos do Pacote Office e desejável conhecimento com call center. Negocias contas, prospectar novos clientes e desenvolver a carteira de clientes da editora estão entre as funções da vaga. A segunda oportunidade, para consultor comercial pede excelentes Habilidades de comunicação; proatividade; conhecimentos do Pacote Office e com call center; e formação superior em Administração de Empresas, Marketing e áreas correlatas. A pessoa contratada cuidará do relacionamento com os autores, professores e escolas; e da divulgação comercial e de eventos. Interessados devem encaminhar currículos para elaine.santos@cirandacultural.com.br até 23 de agosto.

A livraria infantil Casa Cosmos (Rua Natingui, 544, Vila Madalena – São Paulo / SP) – que tem sua inauguração para o grande público marcada para o sábado (17) – recebe editoras, autores, ilustradores e parceiros de mercado para apresentar em primeira mão a curadoria e o espaço, dois dias antes, nesta quinta-feira (15), das 17h às 20h. Além de abrigar títulos escolhidos com cuidado, pensando em temas atuais e importantes representados tanto por reconhecidos autores e ilustradores, quanto por profissionais em ascensão, a Casa Cosmos também oferecerá atividades para crianças com a educadora e pedagoga da casa, e palestras, cursos e workshops para adultos. Em julho, a fotógrafa e cineasta Jessica Nolte, idealizadora da Casa Cosmos, participou do Podcast do PublishNews para falar sobre os planos da nova livraria. Para além de existir como uma livraria infantil em um espaço físico acolhedor e totalmente voltado aos desejos e necessidades das crianças e de seus cuidadores, a Casa Cosmos quer se colocar também como uma plataforma sobre parentalidade e infância, cursos, workshos e palestras. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz mais dois editais. O primeiro deles visa registro de preços para aquisição de livros de literatura infantil e infantojuvenil para bibliotecas escolares uma rede municipal de ensino. O valor chega a R$ 136 mil. O segundo edital da semana tem com objeto a aquisição de bibliografias visando atender às demandas dos cursos de bacharelado em zootecnia e em geografia de uma universidade na região nordeste. O valor ultrapassa os R$ 350 mil. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A escritora Aline Bei é a convidada do próximo bate-papo Segundas Intenções, realizado na Biblioteca de São Paulo (Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, Santana, São Paulo / SP), no dia 17 (sábado), às 15h. Neste encontro, o público terá a oportunidade de explorar os bastidores da vida e da obra da autora, em uma conversa que promete ser intimista e enriquecedora. Aline Bei, nascida em São Paulo em 1987, é uma das vozes mais influentes da literatura contemporânea brasileira. Formada em Letras pela PUC-SP, em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena e pós-graduada em Escritas Performáticas pela PUC-Rio, se destaca por sua habilidade de mesclar linguagens artísticas em suas narrativas. Seu livro de estreia, O peso do pássaro morto (Nós, 2017), foi um sucesso imediato, conquistando prêmios de prestígio como o Prêmio São Paulo de Literatura e o Prêmio Toca. Em 2021, Aline lançou seu segundo romance, Pequena coreografia do adeus, pela Companhia das Letras. O bate-papo Segundas Intenções é uma oportunidade para os leitores conhecerem mais de perto a trajetória da autora. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Com certeza, você já ouviu o ditado que diz que todos os caminhos levam a Roma, mas talvez não tenha dimensão do que isso de fato significa. Afinal, como poderia a queda do Império Romano, ocorrida há mais de 15 séculos, estar conectada ao mundo de Mark Zuckerberg? O que amarra os romanos a um dos períodos mais tenebrosos da humanidade, o nazismo? E o que um filme de Hollywood como Interestelar teria a ver com o maior imperador da história, Júlio César? Em Roma, o Império Infinito (HarperCollins, 315 pp, R$ 59,90 – Trad.: Isabela Sampaio), o jornalista italiano Aldo Cazzullo mergulha na história da civilização romana, apresentando sua fundação mítica, a era republicana, as conspirações e revoltas e as lições deixadas por imperadores e líderes que continuam a nos inspirar ou amedrontar. Os mitos de Eneias e Rômulo e Remo, os heróis (incluindo muitas mulheres), as figuras notáveis como Espártaco e as diversas histórias extraordinárias — como a de um povo que, por sua fé, passou de perseguido a dominante em todo o mundo Ocidental — se unem em uma narrativa de fôlego. Cazzullo mostra aos leitores que conhecer o mito de Roma e toda a mística envolta nele é muito mais do que conhecer o passado — é conhecer a nós mesmos, herdeiros dessa civilização que ainda hoje nos molda.

A escola pública é sem custos, a educação é um direito e o conhecimento não é tratado como mercadoria. Isso é o que muitos acreditam. No entanto, Diana Gonçalves Vidal e Wiara Rosa Alcântara trazem outra perspectiva em História econômica da escola (Editora Unesp, 237 pp, R$ 68), mais um título da Coleção Diálogos em história da educação. “Ao longo de mais de 20 anos de pesquisa, as autoras desconstroem nossa visão idealista ao explorar a materialidade econômica das escolas obrigatórias no início do século XX. Elas identificam os ‘mediadores de ideias’ (pedagogos, higienistas, didáticos) que viam na escola pública um mercado lucrativo,” comenta, nas orelhas, a pesquisadora Anne-Marie Chartier. Em oito grandes eixos, as autoras analisam catálogos, inventários, ordens de compra, contratos comerciais entre público e privado, administração e fornecedores e reconstroem a circulação de materiais escolares em escala nacional, internacional ou local (a cidade), como fabricação artesanal ou industrial de móveis, suprimentos de todos os tipos, publicação de livros didáticos, encomendas de bibliotecas. Os capítulos do livro evidenciam a transição de uma reflexão local para uma abordagem transnacional e destacam as pressões externas de agentes comerciais e industriais sobre a educação de massas.

As observações e anotações de Charles Darwin sobre a expedição de cinco anos (1831 até 1836) realizada a bordo do navio HMS Beagle resultaram, depois de um tempo, na elaboração da Teoria da Evolução, algo que transformou a ciência para sempre. Mais do que isso, tal viagem revolucionou a forma de entender a vida e o lugar que cada espécie ocupa no mundo. Em uma edição sem cortes, a partir da tradução original, A viagem do Beagle (Edipro, 640 pp, R$ 149 – Trad.: Daniel Moreira Miranda) conta com inédito prefácio do professor argentino, doutor em Ciências Sociais e Humanidades, Héctor Palma, que descreve os impactos da expedição sobre os povos originários da América do Sul. Sob o comando do capitão Robert FitzRoy, a segunda expedição do HMS Beagle, além da pesquisa científica, teve a tarefa de transportar de volta à Terra do Fogo três indígenas que haviam sido levados à Inglaterra. Justamente este encontro entre Darwin e os povos originários que é analisado e contextualizado pelo prefaciador. Rica em detalhes, esta narrativa é um convite para uma jornada completa. Da Inglaterra ao Brasil, com passagens por Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Equador, com extensão para Oceania e Sul da África. Quanto as terras tupiniquins, visitadas por Darwin em 1832, foram descritas por ele como um local com larga diversidade ambiental.

Terceiro volume da série Terra Brasilis, a editora L&PM lança a edição pocket de Capitães do Brasil (336 pp, R$ 49,90), de Eduardo Bueno. Na terceira obra da coleção, o jornalista e escritor resgata personagens esquecidos e traça uma narrativa dos bastidores da formação do nosso país. De forma atraente e vibrante, recobra o período da história colonial brasileira iniciado em 1530, quando, após a assinatura do Tratado de Tordesilhas e diante do persistente tráfico de pau-brasil pelos franceses, a Coroa portuguesa dá-se conta de que não tem outra alternativa senão colonizar o território “descoberto” cerca de 30 anos antes. Doze “capitães do Brasil” (também chamados de “donatários”) são escolhidos pelo rei português entre conquistadores, militares e/ou altos funcionários para se estabelecer no Novo Mundo como representantes de Portugal, cada qual em sua capitania ー uma faixa horizontal, que percorria do sertão ao litoral. Trata-se da primeira vez que os europeus iriam se lançar no ousado projeto de transplantar seu modelo civilizatório para as vastidões continentais do Novo Mundo. No terceiro volume da sua provocadora série que conta a história do Brasil colônia, Eduardo Bueno foca no período de 1530 a 1550 para nos revelar quem foram esses homens, as aventuras e tragédias de suas vidas, e como ajudaram a moldar a experiência brasileira.

Ao falar da Independência do Brasil, o primeiro nome a ser associado é o de D. Pedro I, o príncipe português, autor do famoso brado às margens do riacho Ipiranga, que se tornaria imperador da nova nação. Sem muito esforço, é possível lembrar também do rei D. João VI; do patriarca José Bonifácio; de D. Leopoldina, a imperatriz de fina educação; ou da marquesa de Santos, a amante do monarca – figuras de destaque em filmes, novelas e relatos sobre o processo que levou ao Sete de Setembro. No entanto, o elenco do enredo complexo que resultou na emancipação da antiga colônia é muito mais amplo. As articulações envolveram políticos progressistas e conservadores, religiosos, lideranças femininas, jornalistas, nobres, membros de organizações clandestinas, ativistas, estrangeiros, funcionários públicos e muitos outros que, de alguma forma, ajudaram a escrever uma nova e importante etapa da história do país. Em Os nomes da Independência (Difel, 208 pp, R$ 59,90), Rodrigo Trespach tece a trama desse evento fundador valendo-se das linhas biográficas de cinquenta dessas pessoas. O historiador resgata vultos como Gonçalves Ledo, Gama Lobo, Chalaça, frei Caneca, Maria Quitéria, lorde Cochrane, Hipólito José da Costa, entre outros, bem como os artistas que registraram, em seu tempo, a epopeia da libertação da pátria.