O mercado editorial brasileiro tem visto com mais atenção iniciativas "gamificadas". Com escopos e formatos diferentes, os projetos se colocam dentro de um mesmo objetivo: o de melhorar a experiência do leitor enquanto usuário. De acordo com a Pesquisa Game Brasil, realizada em 2022, quase 75% da população é adepta dos videogames. A consultoria Newzoo divulgou que, em 2021, o Brasil teve uma receita de R$ 11 bilhões no setor de games. Aplicativos, plataformas e livros-jogo são alguns dos exemplos recentes presentes no setor editorial brasileiro, com editoras cada vez mais investidas em oferecer produtos em formato gamificado, visando atingir não apenas aqueles que desejam iniciar o hábito de leitura, mas também leitores experimentados. Em 2023, o livro A mandíbula de Caim (Intrínseca), foi um dos destaques da Lista de Mais Vendidos do PublishNews. O livro físico tem relevante papel nesses produtos recém-lançados, que têm o jogo não como uma sobreposição ao livro, e nem ao conteúdo da leitura, mas como um fim em si mesmo. A editora Intrínseca conta com outros casos de sucesso dentro do mundo dos livros-jogos, como Destrua este diário, que vendeu mais de 1 milhão de exemplares, o fenômeno do TikTok A mandíbula de Caim e o novo Murdle. A editora Melhoramentos tem dois projetos que abraçam a "gamificação", e a Record também está investindo na área. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A Contec, evento que celebra a Feira do Livro de Frankfurt em diferentes cidades da América Latina, realiza pela primeira vez uma edição no Chile, de 9 a 11 de julho. O evento será realizado no Centro Cultural La Moneda, em Santiago, e conta com o apoio do Ministério da Cultura, Artes e Patrimônio do Chile. Na ocasião, mais de 30 palestrantes da Europa, Chile e outros países latino-americanos compartilharão ideias e experiências sobre as tendências atuais da indústria editorial. Especialistas participarão de apresentações, mesas redondas e workshops sobre as possibilidades oferecidas pela Feira de Frankfurt: venda e compra de direitos, internacionalização, implicação comercial de metadados, formatos de áudio e uso de inteligência artificial nas indústrias criativas. Entre os palestrantes internacionais podemos destacar a presença da agente alemã Nicole Witt (Agente Literária); Simone Bühler, diretora do Programa Convidados de Honra da Feira; os editores alemães Anne Schlag, (Kunstanstifter) e Roland Spahr (Fischer Verlage); Guido Arroyo (diretor no Chile da distribuidora Big Sur); o mexicano Carlos Rojas (representante da Zebralution); a argentina Eugenia Bascarán (fundadora da produtora Reading-U e que foi representante da Storytel e Spotify para a América Latina), o brasileiro Ricardo Costa (CEO da MVB para a América Latina). Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Feira Internacional do Livro de Sharjah (6 a 17 de novembro) abriu as inscrições para a sua 14ª edição da Conferência de Editores, organizada pela Sharjah Book Authority (SBA). O evento ocorrerá de 3 a 5 de novembro e as inscrições vão até 30 de agosto. A Conferência serve como um importante encontro global para editores, distribuidores e especialistas em livros e fornece uma ampla plataforma para discussões aprofundadas sobre os mais recentes desenvolvimentos e desafios na indústria editorial. Os participantes podem ainda se envolver com diversos palestrantes e especialistas que cobrirão uma ampla gama de tópicos, incluindo marketing, licenciamento, vendas e compras. A conferência apresentará mais uma vez workshops profissionais dinâmicos em vez de seminários tradicionais. Este formato foi concebido para melhorar a interação dos participantes e focar em questões críticas, beneficiando editores e agentes literários e contribuindo para o avanço geral da indústria. A agenda da conferência inclui soluções e experiências inovadoras destinadas a expandir o alcance dos livros e das indústrias criativas em novos mercados e terá um foco particular nos temas da Inteligência Artificial e audiolivros. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Festa Literária Internacional de Paraty (9 a 13 de outubro) anunciou nesta quinta (13) que João do Rio será o autor homenageado da sua 22ª edição. Figura proeminente da vida intelectual no início do século XX, João do Rio (1881-1921) foi cronista prolífico, mas também autor de romances, ensaios, contos, peças de teatro, conferências sobre dança, moda, costumes e política. Como pioneiro da crônica moderna, mudou o modo de fazer jornalismo. Além disso, registrou a história de uma cidade que se transformava de maneira vertiginosa, com humor, sagacidade e instinto etnográfico. “João do Rio não separou jornalismo de literatura. Sua busca por transformar o ofício em grande arte é um convite a pensarmos no fazer literário em seu campo expandido”, comenta Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip. Entre suas principais obras estão A alma encantadora das ruas, Vida vertiginosa, Dentro da noite e As religiões no Rio. Sua obra se encontra atualmente em domínio público. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Núcleo de Estratégias e Políticas Editoriais (Nespe) disponibiliza agora uma ferramenta desenvolvida para utilização gratuita do mercado editorial: trata-se de um modelo de "book proposal" e um exemplo de como preenchê-lo, visando instruir autores pouco familiarizados com a confecção do documento e facilitar a vida dos editores que avaliam obras inéditas. O arquivo é um documento que serve de modelo para autores apresentarem suas obras para agentes e editores, por exemplo. O "book proposal" está em Creative Commons e pode ser utilizado e adaptado sem custo (desde que citado os créditos de desenvolvimento, já no rodapé do documento). Foi desenvolvido em parceria com diversos profissionais do mercado, editores e agentes literários parceiros do Nespe. Clique aqui para acessar o modelo e clique aqui para acessar o exemplo. No próximo sábado (15/06), às 10h, o Nespe também realizará um pitching literário com 11 autores da 6ª turma de Escrita Criativa, sendo que duas dessas autoras foram vencedoras do Prêmio Maria Carolina de Jesus no ano passado. O Núcleo convida editores e agentes literários para ver as apresentações. Quem tiver interesse, pode enviar um email para leandromuller@nespe.com.br e o link para o evento será encaminhado.

A editora Planeta abriu uma vaga para assistente de produção editorial. Os requisitos incluem graduação na área da educação, preferencialmente em Letras; experiência anterior na área em editora ou sistemas de ensino, mesmo que seja freelance; conhecimentos sobre áreas de tecnologia; e conhecimentos do Pacote office. A principal tarefa da pessoa auxiliar será apoiar o editorial nos processos de produção de conteúdo impresso e digital, quer sejam didáticos, paradidáticos ou literários. Também fará parte do escopo correções textuais, batidas de emendas, cotejos de arquivos diagramados e organizar informações relacionadas a imagens, contratos e textos de acordo com os padrões editoriais da empresa. Além disso, a editora contará com o auxílio nas tarefas administrativas, como na organização de arquivos, solicitação de contratos e orçamentos e controle de pagamentos para trabalhos de freelancers. O regime é CLT e 100% presencial. Interessados devem encaminhar currículos para selecao@grupoplanetabrasil.com.br.

O livro Rouge favela, de Wesley Barbosa, marca a estreia da BR Marginalia, editora da brasileira Nichelle Teles dedicada a traduzir obras de escritores periféricos afro-brasileiros na França. Com tradução de Alain François, revisão de Vincent Achour e Nichelle Teles, e correção de Gayané Zavatto, Rouge favela inicia os trabalhos de Teles dedicados à tradução francesa de escritores brasileiros, especialmente de culturas afro-brasileiras periféricas e quilombolas, que se encontram à margem dos circuitos literários tradicionais. A editora pretende lançar duas publicações por ano, e busca “quebrar a norma imposta pelo mercado editorial em que vozes periféricas não são consideradas legítimas de serem publicadas porque não respeitam a 'norma culta'. Quero publicar textos que sejam acessíveis a todes, tanto na linguagem e conteúdo, quanto no valor”, diz a editora em um comunicado. Rouge favela será lançado em junho e será vendido exclusivamente pelo site da editora, nas ruas e bares de Marselha. A partir de setembro, mês dos lançamentos literários na França, o livro estará disponível nas livrarias. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No mês de julho, a Globo Livros vai publicar O mito do mito, o livro inédito de Rita Lee. A obra, uma ficção com toques de realidade e mistério, começou a ser escrita em 2005 e foi finalizada em 2019. Mas Rita decidiu lançá-lo apenas com uma condição: que fosse postumamente. “Não quero ninguém me perguntando de meras coincidências com fatos ou pessoas reais. Escritora‐mistério”, escreveu no livro. Na história, a cantora é a própria protagonista e mergulha em uma sessão de terapia com um doutor esquisitão, que só atende quando o sol se põe. No divã, ela se abre em busca de respostas para profundos questionamentos internos. A pré-venda já está disponível na Amazon com um brinde: uma ecobag exclusiva; e tem edição assinada pelo amigo e jornalista Guilherme Samora. O lançamento oficial será no dia 29 de julho. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre as novidades programadas para a semana entre os dias 28 de julho e 3 de agosto, estão o livro inédito de Rita Lee, O mito do mito (Globo Livros); Chomsky & Mujica: sobrevivendo ao século XXI (Civilização Brasileira), de Saúl Alvídrez, obra na qual Pepe Mujica, o político mais querido do mundo, e Noam Chomsky, “o mais importante dos pensadores contemporâneos”, conversam sobre questões transcendentais que afetam a humanidade; e Meu nome é Malala (Companhia das Letrinhas), livro infantil da Nobel da Paz Malala Yousafzai. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

O novo lançamento das Edições Sesc São Paulo, Direitos LGBTI+ no Brasil: novos rumos da proteção jurídica, com organização de Renan Quinalha, Emerson Ramos e Alexandre Melo Franco Bahia, traz 20 artigos de especialistas e pesquisadores sobre a memória, o presente e os desafios que se apresentam às conquistas de direitos das pessoas LGBTQIAP+. O lançamento ocorre no dia 19 de junho, quarta-feira, a partir de 19h, no Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP), com um bate-papo entre Renan Quinalha e a cantora Filipe Catto. O livro traz um panorama dos direitos conquistados pela comunidade, o atual momento dessas conquistas e um olhar para o horizonte, considerando a crescente onda conservadora que acomete o mundo. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Composto por textos escritos ao longo das últimas três décadas, quase todos por ocasião de aniversários da moeda, 30 anos do Real: crônicas no calor do momento (História Real, 224 pp, R$ 69,90) chega às livrarias. Organizadas por Gustavo H. B. Franco, as crônicas que compõem o volume, publicadas na imprensa nos últimos 30 anos, refletem os pensamentos desses três protagonistas da concepção e implementação do plano econômico que domou a hiperinflação no Brasil. Franco, Bacha e Malan compartilham suas avaliações escritas durante essa jornada. Comandante da equipe econômica, articulador político e comunicador público, o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso foi a figura central para a concepção, aceitação e sucesso do Plano Real. E agora é homenageado neste livro que celebra o êxito da empreitada. O livro inclui um texto de autoria do ex-presidente, escrito em 2019, com um olhar mais distanciado da economia. Dividida em seis partes que retratam a trajetória do Plano Real a cada quinquênio, a obra forma uma espécie de diário dessa jornada — um trajeto que nada teve de retilíneo, considerando a multiplicidade de acidentes de percurso e a magnitude do desafio. A obra será lançada no dia 25 de junho (terça-feira), às 18h30, na Livraria da Travessa Iguatemi (Av. Brig. Faria Lima, 2232 - São Paulo / SP) e no dia 8 de agosto na Livraria da Travessa Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Rio de Janeiro / RJ).

Cinco décadas após o levante que mudou os rumos da história de Portugal, a Ateliê Editorial publica a segunda edição — revista e ampliada — da obra A revolução dos cravos: economias, espaços e tomadas de consciência (Ateliê Editorial, 312 pp, R$ 102), de Lincoln Secco. O professor e historiador desenvolve sua pesquisa explicando as motivações que levaram à queda do poder salazarista, apontando a crise política e social que desencadeou a Revolução de 25 de abril de 1974: “Por que partir de uma crise, de uma revolução? Ela pode condensar toda uma história de longa duração caracterizada por tentativas de superação de uma fratura histórica. O momento crítico pode ser tanto um ponto de chegada quanto um ponto de partida”, aponta Secco na nota de explicação da nova edição. O livro conta também com cronologias, apenso documental, tabelas gráficas e índice onomástico. Em sua obra, Lincoln demonstra que é possível explicar um movimento revolucionário a partir de uma perspectiva de longa duração, analisando não apenas o período célebre da queda de um poder tirânico, mas o contexto antes e depois de seu marco, datado em 25 de abril. Para além do levante militar de esquerda que derrubou uma das mais reacionárias ditaduras do século passado e da icônica atitude das mulheres distribuírem flores para os soldados, o autor também aponta em sua pesquisa as fragilidades do movimento logo após a revolução. O texto de Secco traz uma discussão segura e provocativa em torno dos aspectos econômicos, sociais e políticos na conjuntura interna e externa de Portugal no período.

O primeiro golpe do Brasil (Máquina de Livros, 176 pp, R$ 59) é resultado da curiosidade e do inconformismo, ingredientes básicos das grandes reportagens. O autor, o jornalista Ricardo Lessa, narra um período definitivo da mal contada história do país, com impactos até os dias de hoje: o golpe de 1823, liderado pelo jovem português recém-coroado D. Pedro I. Com o manto de imperador, ele fechou às 14h de 12 de novembro a primeira Assembleia Constituinte do Brasil, que propunha um caminho liberal para o país. Pedro perseguiu aliados, prendeu e baniu adversários, censurou a imprensa, cercou-se de conterrâneos despreparados, alimentou-se do escravismo e promoveu os escravistas. A partir de uma minuciosa pesquisa em arquivos do século XIX, Lessa mostra que a figura do defensor da Independência, um ano antes, é um oficialismo construído artificialmente. D. Pedro nada tem do herói garboso mostrado nos livros escolares. Ricardo Lessa nasceu em 1956 e passou por alguns dos principais veículos de imprensa do país, como Jornal do Brasil, Correio Braziliense e Valor Econômico. Trabalhou também nas TVs Globo, Manchete e GloboNews. Entre 2018 e 2019, foi âncora do prestigiado programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura.

Primeira guerra europeia a marcar a transição da cristandade medieval para a Europa das nações, a Guerra dos Cem Anos (Editora Unesp, 632 pp, R$ 128 – Trad.: Thomaz Kawauche) é também uma guerra total que transforma as técnicas militares (o canhão gradualmente substitui lanças e flechas), os regimes políticos (o absolutismo francês e o parlamentarismo francês estão em gestação), as economias nacionais (o estatismo francês se afirma contra o liberalismo inglês). No campo das mentalidades, a guerra provoca mudanças essenciais: ao opor língua, cultura, psicologias, ela molda as identidades nacionais dos países europeus, especialmente França e Inglaterra, agora inimigos irreconciliáveis. Ao longo da obra, ficamos sabendo, por exemplo, que, se as datas geralmente aceitas são 1337-1453, ou seja, 116 anos, é porque nesse período o confronto atingiu sua máxima intensidade e, apesar das tréguas, os dois países estiveram verdadeiramente em estado de guerra. Uma guerra aberta, com cercos, batalhas e destruição, ou uma guerra “fria”, especialmente durante os reinados de Ricardo II e Henrique IV, nas décadas de 1390 e 1400. Na obra, o historiador francês Georges Minois mostra que essa guerra vai muito além do simples confronto entre duas monarquias.

A primeira definição para a palavra “surrealismo” foi publicada pelo poeta, romancista e ensaísta francês Louis Aragon (1897-1982), integrante da primeira constelação de autores que deram forma ao movimento surrealista. Elaboração poética sobre os acontecimentos que envolvem a formação do grupo surrealista no início da década de 1920, o texto de Aragon apresenta a eclosão do movimento em sua vivência. Inédito no Brasil, Uma vaga de sonhos (100/cabeças, 128 pp, R$ 52 – Trad.: Flávia Falleiros) chega às livrarias com tradução, notas e posfácio de Flávia Falleiros, que classifica a presente publicação como um “texto-chave” para a compreensão da formação do movimento e de sua prática e um “importante testemunho histórico” sobre o período. “Publicar Uma vaga de sonhos em 2024, ano do centenário do texto original, é um passo importante para compreender como se iniciaram as primeiras teorizações do surrealismo. Além disso, com a distância do tempo, permite também compreender como o movimento surrealista evoluiu de lá para cá e por que ele ainda nos fornece chaves para pensar nosso presente”, afirma a tradutora. Escrito a partir de intensos diálogos com André Breton, Uma vaga de sonhos apresenta os termos “surreal” e “surrealidade” meses antes da publicação do primeiro Manifesto do surrealismo, considerado o marco inaugural do surrealismo. O texto de Aragon foi publicado em outubro de 1924 e o de Breton, em dezembro.