Uma análise completa sobre a Guerra dos Cem Anos
PublishNews, Redação, 13/06/2024
Com a escrita de Georges Minois – que alterna narrativas detalhadas dos eventos e uma multiplicidade de exames –, o conflito aparece como uma epopeia sangrenta e fundadora

Primeira guerra europeia a marcar a transição da cristandade medieval para a Europa das nações, a Guerra dos Cem Anos (Editora Unesp, 632 pp, R$ 128 – Trad.: Thomaz Kawauche) é também uma guerra total que transforma as técnicas militares (o canhão gradualmente substitui lanças e flechas), os regimes políticos (o absolutismo francês e o parlamentarismo francês estão em gestação), as economias nacionais (o estatismo francês se afirma contra o liberalismo inglês). No campo das mentalidades, a guerra provoca mudanças essenciais: ao opor língua, cultura, psicologias, ela molda as identidades nacionais dos países europeus, especialmente França e Inglaterra, agora inimigos irreconciliáveis. Ao longo da obra, ficamos sabendo, por exemplo, que, se as datas geralmente aceitas são 1337-1453, ou seja, 116 anos, é porque nesse período o confronto atingiu sua máxima intensidade e, apesar das tréguas, os dois países estiveram verdadeiramente em estado de guerra. Uma guerra aberta, com cercos, batalhas e destruição, ou uma guerra “fria”, especialmente durante os reinados de Ricardo II e Henrique IV, nas décadas de 1390 e 1400. Na obra, o historiador francês Georges Minois mostra que essa guerra vai muito além do simples confronto entre duas monarquias.

[13/06/2024 07:00:00]