O governo federal publicou na sexta-feira (17) o Decreto nº 12.021, que amplia a abrangência do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). A nova regulamentação permite que bibliotecas públicas, e bibliotecas comunitárias cadastradas no Ministério da Cultura, façam parte do PNLD para expandir o acesso a obras literárias. De acordo com o decreto, em parceria com o Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), as bibliotecas receberão os livros literários com base nas escolhas das escolas da rede de ensino do respectivo ente federativo. "A distribuição e a disponibilização de recursos educacionais para as bibliotecas ficam condicionadas à adesão ao PNLD do ente federativo no qual a biblioteca se encontra situada e à disponibilidade orçamentária", diz outro inciso incluído agora pelo novo decreto. A novidade havia sido anunciada em primeira mão à imprensa em novembro de 2023 pelo secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba, na Casa PublishNews da Flip 2023. A coordenadora-geral do PNLD, Nadja Cezar, ressaltou a importância do decreto para a implementação de políticas públicas de incentivo à leitura no país. “Precisamos destacar essa conquista, esse passo importante para as políticas de leitura no Brasil. A inclusão das bibliotecas públicas e comunitárias no PNLD amplia os espaços de leitura disponíveis, proporcionando maior acesso aos estudantes e à comunidade escolar como um todo”, disse Nadja, em nota do governo federal. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No episódio do Podcast do PublishNews desta semana, conversamos com Ricardo Tavares, diretor-geral da FTD Educação, referência nacional no mercado de livros didáticos, literatura e soluções educacionais – e empresa que retornou a lista de 50 maiores editoras do mundo, segundo o Global 50 Publishing Ranking 2023. Tavares está na FTD desde 2013, e detalhou na entrevista algumas das estratégias para o crescimento da empresa, que hoje tem cerca de 1,7 mil funcionários. Além do material didático propriamente editorial, ou seja, o livro, os investimentos passam pelos sistemas de ensino, ambientes de aprendizagem, metodologias ativas, soluções de gestão escolar e acadêmica, entre outros. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, da USP, recebeu uma doação de mais de 4 mil livros e documentos considerados raros e raríssimos sobre a Guerra do Paraguai e a Bacia do Prata. O acervo raro é avaliado em R$ 1,5 milhão e foi comprada e doada por um benfeitor de identidade anônima. Os títulos pertenciam ao acervo do colecionador Sinésio de Siqueira Filho. A informação foi divulgada na coluna da Mônica Bergamo, na Folha. O escritor Machado de Assis viralizou nas redes sociais neste final de semana. A influenciadora e americana Courtney Henning Novak fez um vídeo nas redes sociais contando sua experiência após ler Memórias póstumas de Brás Cubas, que foi reproduzido no Uol. E O Globo aproveitou o episódio para relembrar o livro de Machado de Assis que já foi "censurado" pela Secretaria de Educação de Rondônia em 2020. Na ocasião, Memórias póstumas e outros 42 títulos foram recolhidos das escolas. Saiu no jornal também uma reportagem sobre bibliófilos brasileiros, mostrando acervos e edições singulares de livros raros. O caderno Pensar, do Estado de Minas, entrevistou os escritores Michel Laub e Morgana Kretzmann sobre seus romances mais recentes. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

De 22 a 26 de maio, Belo Horizonte se torna a Capital dos Quadrinhos com a chegada do maior evento de arte sequencial da América Latina. O Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ BH), realizado pela Prefeitura, chega à sua 12ª edição, em parceria com o Instituto Periférico, e traz programação gratuita composta por mesas-redondas, feira de quadrinhos, oficinas, exposições, exibição de filmes, sessão de autógrafos, debates, duelos de HQs e rodada de negócios. Este ano, o festival vai reunir, no Minascentro, cerca de 400 artistas brasileiros e internacionais. A partir do recorte curatorial “Onde cabem os quadrinhos?”, o festival traz à capital mineira expoentes das HQs, vindos de 22 estados do Brasil (e Distrito Federal) e de mais seis países, ampliando as trocas de experiências entre profissionais do setor, pesquisadores e públicos diversos. Participam das mesas e das sessões de autógrafos os convidados internacionais Paolo Bacilieri (Itália), Jenny Jordahl (Noruega), Zoe Thorogood (Reino Unido), Ángel de la Calle (Espanha), Maco (Uruguai) e o franco-brasileiro Matthias Lehmann, e ainda 93 artistas naturais dos diversos estados brasileiros. Referência para quadrinistas de todo país, o FIQ BH se destaca também por compreender as diversas etapas da relação entre mercado, público e artistas, estreitando os caminhos tanto para a aproximação de editoras e criadores, como o contato entre os produtores de quadrinhos e o consumidor final. Neste ano, 266 mesas compõem a feira de quadrinhos. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Paulus Editora abriu uma vaga para assessor editorial de literatura infantojuvenil e educação. É preciso ter graduação em Letras, Pedagogia, Psicologia; pós-graduação em áreas afins; e experiência na área editorial. As responsabilidades do cargo incluem selecionar textos de literatura, literatura infantojuvenil, educação e psicologia; selecionar e contratar ilustradores; acompanhar processo editorial dos livros dessa área; escrever apresentações, notas, roteiros de leitura; e traduzir e/ou contratar tradutores quando for necessário. O trabalho é presencial, com carga-horária de seis horas diárias. O regime é CLT e os benefícios incluem assistência médica e odontológica, vale-refeição e seguro de vida. Interessados devem encaminhar currículos para rh@paulus.com.br até 24 de maio.

A editora HarperCollins abriu duas vagas de estágio. A primeira delas é para a área editorial, para atuação em São Paulo. Para se candidatar é necessário ser estudante de Produção Editorial, Letras ou Jornalismo, além de ser desejável ter domínio do Pacote Office, excelente conhecimento de português e inglês intermediário. O estagiário irá desenvolver as seguintes atividades: auxiliar no acompanhamento de trabalhos realizados por fornecedores do departamento editorial; acompanhar cadastros, contratos e pagamentos de fornecedores do editorial; auxiliar no processo de produção editorial, da aquisição ao envio para a gráfica; e dialogar com outras áreas da empresa para disponibilização de informações e materiais. Os interessados podem se inscrever clicando aqui. Além disso, a editora também está em busca de um estagiário de finanças e reporting, para o Rio de Janeiro. Para se candidatar é necessário estar cursando Ciências Contábeis, Economia, Administração ou áreas relacionadas, com formatura a partir de dezembro de 2025, além de ser desejável que o candidato tenha Excel avançado e inglês intermediário. Conhecimento em Power BI é um diferencial. O estagiário vai apoiar em atividades como análises de despesas do mês no modelo Real x Orçado; atualização dos DREs; suporte na consolidação e atualização do Fluxo de Caixa Real e Orçado, na preparação do book com as principais variações acumuladas do resultado e no processo anual de revisão orçamentária. Os interessados podem se inscrever aqui.

O Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333, Bonfim – Campinas / SP) recebe neste fim de semana a Feira [SUB]VERSA – um recorte da Feira [SUB] de Arte Impressa e Publicações Independentes, realizada anualmente na cidade. A abertura do evento ocorre no dia 24/05, com bate-papo sobre o papel das feiras de publicações. No dia seguinte, se desenvolvem as atividades do festival, incluindo oficinas de experimentações gráficas, criação de lambe-lambe, bate-papo sobre o preparo necessário para a participação de Feiras de Publicações Independentes – além da feira em si, com 15 expositores. “A parceria com o Sesc é de extrema importância para viabilizar os eventos que integram o festival. O objetivo das atividades é justamente aproximar o público desse universo das publicações independentes e convidar as pessoas a conhecer e experimentar como se dá o fazer da arte impressa”, afirma Marcela Pacola, uma das organizadoras de ambas as feiras. O festival abre a programação paralela da 6ª edição da Feira [SUB], que este ano passa por vários eventos e locais de Campinas até o dia 14/09. Clique no Leia mais para ver a programação completa.

O Sempre um Papo recebe a escritora Morgana Kretzmann, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2021, para o debate e o lançamento de seu segundo romance, Água turva (Companhia das Letras), um thriller que brinca com os limites entre a verdade e a ficção. O encontro ocorre nesta terça-feira, dia 21 de maio, terça-feira, às 19h30, no Teatro José Aparecido de Oliveira (Praça da Liberdade, 21 – Belo Horizonte / MG), com entrada gratuita. Água turva (Companhia das Letras) retrata elementos da história recente do Brasil e denuncia a ambição de homens poderosos diante de um dos mais valiosos tesouros nacionais: o meio ambiente. O cenário do livro é o Parque Estadual do Turvo, Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Minha Biblioteca, streaming de livros, celebra os seus 13 anos no mercado alcançando a marca de 15 mil títulos em seu acervo digital. As obras já estão disponíveis para estudantes e docentes de instituições de ensino parceiras e também para estudiosos e leitores por meio do Clube Minha Biblioteca, modelo de acesso por assinatura individual. Em comemoração ao aniversário da companhia, até o dia 31 de maio os novos assinantes do Clube terão 13% de desconto em qualquer plano, de qualquer catálogo, com o cupom “ANIVER13”. Segundo a CEO da empresa, Giselle Guimarães Ramos, o desconto é um presente para fomentar a leitura. “De janeiro a março registramos 2 milhões de horas de leitura e estamos em busca de um primeiro semestre com aumento de 20% de horas em relação ao último ano. Queremos um país com mais leitores e mais pessoas com sede de aprendizado contínuo”, enfatiza. Hoje, a Minha Biblioteca é formada por 17 editoras e 42 selos, com uma base editorial sólida e títulos exclusivos. "O formato auxilia milhares de pessoas na jornada acadêmica profissional e é um estímulo para a capacitação contínua. Sem dúvidas, seguiremos transformando a aprendizagem em diferentes ciclos da educação”, finaliza Giselle.

Em O templo dos meus familiares (José Olympio, 518 pp, R$ 99,90 – Trad.: Nina Rizzi), Alice Walker apresenta povos cuja história é antiga e cujo futuro ainda está por vir. Aqui conhecemos Lissie, uma mulher de muitas vidas; Zedé, uma professora latino-americana condenada por apoiar a revolução de seu país, mas que foge para São Francisco após dar à luz sua filha Carlotta; Arveyda, o grande músico com quem Carlotta tem uma forte conexão, por ambos serem imigrantes; Suwelo, um historiador, e sua ex-esposa Fanny, que se apaixona por espíritos e está em busca da própria libertação. Orbitando essas histórias, estão as avós de Fanny: Celie e Shug, as amadas personagens de A cor púrpura. Definido pela própria autora como “um romance dos últimos 500 mil anos”, O templo dos meus familiares entrelaça o passado e o presente numa complexa tapeçaria de histórias, explorando, com traços do realismo mágico, os temas do colonialismo, da opressão e da recuperação espiritual.

Ganhador do Goncourt de 2022, o romance autobiográfico Viver depressa (Tusquets, 160 pp, R$ 49,90 – Trad.: Maria de Fátima Carmo), de Brigitte Giraud, narra a busca da autora em compreender a inesperada morte do marido, vinte anos após o ocorrido. Entre lembranças, sentimentos e questionamentos internos, Giraud tece uma história tensa e veloz. Ao precisar vender a casa onde vive há anos, Brigitte revive as memórias que antecederam a morte do marido. Apesar do acidente ter acontecido dias antes de se mudarem, aquele local era um espaço onde estabeleceriam uma família e criariam raízes e, por isso, lhe trouxe lembranças de um passado distante. Por meio de recordações, a autora-personagem recria o homem que amou, ao mesmo tempo que se agarra a pensamentos irreais. Ela conta a história a partir de vários “e se?”, e evidencia os sentimentos de dor, culpa, impotência que sente e que assolam pessoas que passam por situações semelhantes. Viver depressa é uma obra que dialoga sobre a morte, o luto e como o processo afeta o senso de realidade. Giraud investiga e recria sua vida e a do marido, de súbito miraculosamente ressuscitado em suas páginas.

Na Harlow Street, casais de classe alta e seus filhos se reúnem para um churrasco. O verão está acabando, mas as bebidas continuam até tarde da noite. Tudo vai bem até que Whitney, a anfitriã perfeita, assusta a todos com uma explosão furiosa com seu filho. Todos na festa ouvem os gritos e, com isso, sua máscara de perfeição se quebra em alto e bom som. Poucos dias depois, o menino cai da janela do quarto no meio da noite. Agora, a mãe está no hospital, sentada ao lado do filho, e se recusa a falar com qualquer pessoa, enquanto a vida dele está em jogo. Ao longo de três dias tensos, quatro mulheres lidam com o que levou a essa terrível noite. O que acontece a seguir? Explorando a inveja, as amizades femininas, o desejo e as intuições que silenciamos, Os sussurros (Paralela, 352 pp, R$ 64,90 – Trad.: Ligia Azevedo) é um romance arrepiante que marca Ashley Audrain como um grande talento da ficção psicológica. Ela também é autora de O impulso.

Em Restos de azul (Moinhos, 116 pp, R$ 56), uma professora de língua portuguesa é afastada de suas atividades laborais em decorrência de um grave episódio de esgotamento físico e mental. Esse é o ponto de partida deste romance que apresenta, de maneira melancólica e desconcertante, uma anatomia da depressão, costurada desde fractais da solidão humana cujo espatifamento é apenas interrompido a partir da chegada repentina de um gato faminto que invade a vida e o apartamento ocos da mulher, forçando-a à lembrança de que ela também precisa sobreviver. Michel de Oliveira narra a história dessa professora que está à beira do afogamento psicológico, e que acaba por encontrar alento na escrita de suas dores. Com a escrita, quase diária, deságua os assombros de ser viva e só, e acha forças para agarrar-se às margens que detêm o ímpeto das águas, num movimento tão característico de todos nós, seres humanos: o de perdurar, apesar de todo fim, toda morte.

A história começa em um hotel no sul do país. Mary é atendente numa cafeteria, onde conhece e se casa com Antony, o narrador da história. Mais tarde, Antony se envolve com Helena, sua cunhada. A partir desse ponto, a vida dos três se entrelaça numa trama intrincada de mentiras, culpa e busca por redenção. Sensível às causas sociais, sobretudo no que se refere às mulheres, a autora usa sua escrita como meio de transmissão de conhecimento. “A traição acaba sendo um fardo ainda mais pesado para as mulheres, que por fatores ambientais, sociais, religiosos ou psicológicos se veem obrigadas tantas vezes a permanecer em relacionamentos conturbados”, opina Regiane. Mais que uma história de traição, A jornada de Mary (Caravana, 146 pp, R$ 60) é sobre empatia, dilemas morais e perdão. Regiane Paulo Borges nasceu na cidade de Goiandira, estado de Goiás. Graduada em Administração de Empresas pelo Centro de Ensino Superior de Catalão (CESUC), escreve ficção e não ficção para revistas literárias e antologias desde 2014.