Seja você um autor em busca de polimento final para seu manuscrito, uma editora que deseja expandir sua presença global com traduções confiáveis ou quem procura roteiros cativantes na linguagem de quadrinhos, estamos aqui para ajudar
Estamos há 50 anos, distribuindo as melhores editoras, do mercado para as livrarias de todo o Brasil
A Catavento atua no mercado de distribuição de livros para todo o país.
|
PublishNews, Guilherme Sobota, 08/02/2023
O escritor carioca Geovani Martins venceu o prêmio de melhor romance de 2022 concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), um dos mais importantes do país, com o livro Via Ápia (Companhia das Letras). Edyr Augusto foi o escolhido na categoria contos, com Eu já morri (Boitempo Editorial), e Cida Pedrosa, na categoria poesia, pelo livro Araras vermelhas (Companhia das Letras). Na categoria Tradução, o vencedor foi Elton Oliveira Souza de Medeiros, pelo trabalho em Beowulf (Editora 34). Em Ciências humanas, quem levou foi Adeus, Senhor Portugal (Companhia das Letras), de Rafael Cariello e Thales Zamberlan Pereira. O filósofo Rodrigo Nunes venceu a categoria Ensaio com Do transe à vertigem (Ubu Editora), e na categoria Infantil, o escolhido foi Silêncio (Rocco), de Alexandre Rampazo. O júri da categoria era composto por Maria Fernanda Teixeira, Ruan de Sousa Gabriel e Ubiratan Brasil. A Associação divulgou a lista dos melhores de 2022 em dez categorias na segunda-feira (6): Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Popular, Rádio, Teatro, Teatro Infanto-Juvenil e Televisão. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.
Publishnews+, Redação, 08/02/2023
O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais, tem nesta semana dois editais visando a aquisição de obras literárias. O primeiro visa o registro de preços para eventual aquisição de livros infantis e infantojuvenis, para viabilizar um projeto local. São 1600 obras de diferentes gêneros e editoras. O pregão está marcado para o dia 15 de fevereiro. Já o segundo, com disputa marcada para 28 de fevereiro, visa o registro de preços para fornecimento de livros nacionais impressos e livros digitais de diferentes áreas para compor o acervo de uma biblioteca. O valor estimado chega a R$ 97.672,00. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro, por meio da Superintendência de Leitura e Conhecimento, em parceria com a Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, abriu as inscrições para a primeira edição do Concurso Cultural Contos RJ. O edital pode ser visto aqui e as inscrições são feitas por este link. Voltado para autores residentes no Rio de Janeiro, novos ou já consagrados, o prêmio – que conta ainda com o apoio do PublishNews na divulgação – irá selecionar 20 textos inéditos na modalidade Conto e dentro do tema "Um olhar sobre o amanhã". As inscrições ficarão abertas até 15 de março e o material selecionado será reunido em um único livro, com edição física, que será publicado pela Imprensa Oficial. "A nossa gestão tem tentado olhar para o universo do livro e da leitura a partir de várias possibilidades: produção, fomento, os escritores e mais. O concurso é algo que gostaríamos de colocar em prática o quanto antes e com o apoio dos parceiros, conseguimos lançar", explica Yke Leon, superintendente de leitura e conhecimento da Secretaria. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A Bookwire, empresa de distribuição e tecnologia de publicação com sede em Frankfurt, anunciou que irá fortalecer sua equipe global de áudio para impulsionar ainda mais o crescimento e a inovação em seus negócios de “palavra falada”, enquanto a indústria de áudio continua sua expansão de dois dígitos. Com as mudanças, Videl Bar-Kar, antes diretor global de áudio, assume a responsabilidade pelos negócios globais de áudio expandidos da Bookwire e o cargo de vice-presidente. Ele se reportará ao diretor administrativo e cofundador da Bookwire, John Ruhrmann. A equipe global da empresa terá ainda Florian Ritter como gerente de marketing de áudio internacional; Matthäus Cygan como chefe de aquisição de áudio internacional, sendo responsável por conectar novos clientes internacionalmente; e Solveij Krause que assume o recém-criado cargo de gerente internacional de desenvolvimento de negócios de áudio e líder global da WAY, onde conduzirá o desenvolvimento do premiado serviço de produção de áudio WAY da Bookwire. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
O Grupo Editorial Alta Books está à procura de um designer júnior para integrar o time de marketing, no escritório do Rio de Janeiro. O profissional será responsável pela criação de peças online e offline para as campanhas de marketing dos lançamentos de livros da editora. É obrigatório ter graduação completa em Publicidade, Design ou áreas afins; e conhecimento avançado em softwares gráficos (Photoshop, Illustrator, InDesign). Conhecimento em edição de vídeo será um diferencial. Interessados devem enviar currículos e portfólios para marketing@altabooks.com.br.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A Editora Arqueiro se prepara para lançar em março o livro Estado de terror, estreia de Hillary Clinton na ficção. Escrito em parceria com a autora canadense Louise Penny, o livro traz como enredo uma secretária de estado novata encarregada de montar uma equipe para desvendar a conspiração frente a uma série de ameaças terroristas. A trama, que teve até algumas colaborações de Bill Clinton, foi escrita como um thriller político inspirado em situações que Hillary viveu como secretária de Estado. “Havia três cenários terríveis que faziam Hillary acordar assustada na madrugada. Escolhemos este", conta Louise. “Estado de terror foi escrito como um thriller político, como uma análise do ódio, mas também, em última instância, como uma celebração do amor. Hillary e eu queríamos muito refletir os profundos relacionamentos que nós duas temos com outras mulheres. Esse laço inabalável de amizade”, acrescenta Penny, que lançou sua primeira obra aos 46. Seu livro de estreia ficou em segundo lugar na lista da Crime Writer’s Association e a Arqueiro já garantiu os direitos de publicação por aqui de mais quatro títulos dela. "Esta é uma obra de ficção, mas a história que ela conta é atual demais. Cabe a nós garantir que a trama continue ficcional", ressalta Hillary. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A 22ª edição da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto) será realizada neste ano de 12 a 20 de agosto, com abertura oficial no dia 11 e traz como tema central a proposição “Entre os extremos, as dualidades: a literatura como elo”. Este ano, a feira focará na formação de leitores. O evento acontecerá de forma presencial em sete locais simultâneos: Praça XV de Novembro, Theatro Pedro II, Centro Cultural Palace, Biblioteca Sinhá Junqueira, Teatro Municipal, SESC Ribeirão Preto e RibeirãoShopping e também prevê atividades on-line. Para essa edição, a Fundação do Livro e Leitura, instituição organizadora, propôs uma seletiva de nomes expoentes da cultura e da educação brasileira como homenageados da feira. São eles: Gilberto Gil (autor); Gilberto Dimenstein (autor educação); Luiza Romão (autora local), Madelaine Pires (professora); Stella Maris Rezende (autora infantojuvenil) e Danilo Santos de Miranda (patrono). Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
O sucesso de vendas A sutil arte de ligar o f*da-se (Intrínseca) será adaptado para as telas pelo Prime Video em um documentário estrelado pelo autor Mark Manson. Com estreia para a próxima quinta-feira (9), a adaptação é dirigida por Nathan Prince e produzida pelo próprio autor, compartilhando suas histórias mais inacreditáveis. O livro vendeu mais de 15 milhões de exemplares no mundo, e, no Brasil, ultrapassou a marca de 2 milhões de livros vendidos. Pelos números da lista de mais vendidos do PublishNews, A sutil arte de ligar o f*da-se foi o livro mais vendido do ano em 2018 e 2019. Para escrever a obra, Manson se inspirou na história do escritor Charles Bukowski, ícone da literatura que fascinou gerações com sua escrita obscena e escrachada. Ele ganhava uma merreca quando trabalhava nos Correios e gastava quase todo o seu salário com bebidas, mulheres e corridas de cavalo. Apesar da fama alcançada com seus livros, ele nunca assumiu que seu sucesso veio da incansável determinação de vencer na vida. Ao contrário: não dava a mínima para o fato de ser rico ou bem-sucedido e falava honestamente sobre seus fracassos, sem se proteger com meias palavras. Clique no Leia mais para ver o trailer do filme e ler a nota na íntegra.
|
“Meus livros são água; aqueles dos grandes gênios são vinho – e todos bebem água.”
Escritor e humorista norte-americano (1835-1910)
1.
|
Café com Deus pai
|
2.
|
É assim que começa
|
3.
|
É assim que acaba
|
4.
|
O que sobra
|
5.
|
A mandíbula de Caim
|
6.
|
Soft skills kids
|
7.
|
Mais esperto que o diabo
|
8.
|
Torto arado
|
9.
|
Minutos de sabedoria
|
10.
|
Mulheres que correm com os lobos (capa dura)
|
|
|
PublishNews, Redação, 08/02/2023
O Paiol Literário receberá o escritor e jornalista Edney Silvestre no seu quarto encontro da 11ª temporada do projeto. O encontro acontecerá nesta quarta-feira (8), às 19h30, em uma transmissão ao vivo pelo canal oficial do Paiol no Youtube. A entrevista será conduzida pelo escritor e editor do jornal Rascunho, Rogério Pereira. Edney Silvestre é ganhador dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura de melhor romance com Se eu fechar os olhos agora (Record). Autor de 11 livros, entre ficção e reportagens, foi publicado na Inglaterra, França, Sérvia, Holanda, Itália e Portugal. Correspondente internacional da Globo, cobriu os atentados terroristas de 11 de setembro, além de ter realizado reportagens no Iraque, Cuba, Vale da Morte e América Central. À frente do programa Globonews Literatura entrevistou escritores como José Saramago, Nadine Gordimer, Mario Vargas Llosa, Ohran Pamuk, Adélia Prado, Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro e Salman Rushdie, entre outros. Seu romance mais recente, Pequenas vinganças, foi publicado pela Globo Livros, assim como Amores improváveis e Vidas provisórias.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
Nesta sexta-feira (10), o Canal Um Brasil vai lançar, no Centro de Convenções da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em São Paulo, a nona edição do Livro UM BRASIL, reunindo uma série de entrevistas feitas pelo Canal ao longo de 2022. O livro já está disponível em formato digital, gratuitamente, no site do Canal, e em formato físico. A publicação será distribuída em bibliotecas, instituições de ensino, empresas e eventos – como a BRASA Euroleads 2023, que acontecerá em Lisboa, em Portugal, no mês que vem. Para marcar a data do lançamento, haverá um debate sobre o momento do Brasil e do mundo entre Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faap, e Irene Vida Gala, subchefe do escritório de representação do Itamaraty em São Paulo com vasta experiência em embaixadas brasileiras na África. O Canal Um Brasil, realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), está no ar há nove anos, com um acervo que já conta com mais de 500 entrevistas.
PublishNews, Redação, 07/02/2023
O Coletivo Mulherio das Letras Indígenas lançará, neste sábado (11), a partir das 17h, na Estação Cidadania, sua nova obra, o álbum Guerreiras da ancestralidade 2022 (Editora Amare). Participam da apresentação da obra a articuladora nacional do Mulherio das Letras Indígenas, Eva Potiguara, e a presidente do Instituto Multiverso, Fabi Mesquita. O álbum tem a biografia de 75 Indígenas, sendo 12 lideranças e 63 escritoras, que publicam poemas e prosas. O encontro será uma roda de conversa sobre diversos temas: a literatura da mulher indígena e as narrativas de genocídio e etnocidio silenciadas e apagadas no processo histórico brasileiro; os desafios da escritora indígena perante o racismo estrutural; a situação dos indígenas aldeados, e em contexto urbano em retomada. O evento também vai debater sobre a situação dos yanomamis. Criado em 2022, como braço do coletivo Mulherio das Letras, que existe há cinco anos, o grupo reúne mulheres escritoras de todo o país. A edição da obra é da Amare, com organização da colunista de A Tribuna, Vanessa Ratton, em parceria com a EP Produções. O patrocínio é do Instituto Ela, juntamente do Mulheres em Movimento, que garantiram a produção da obra. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) promoverá neste sábado (11) o primeiro “Carnateca”, evento pré-carnavalesco para crianças e adultos. A programação, que começa às 9h, inclui uma roda de samba do projeto Samba do Compositor Paranaense e atrações na Seção Infantil — bailinho, pintura facial, decoração de máscaras, distribuição de kits com confete e serpentina e uma oficina ministrada pelas regentes do coral infantojuvenil da BPP (Cantateca). A entrada é gratuita e a Biblioteca convida todo o público a comparecer fantasiado. Clique no Leia mais e confira a programação completa.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
Depois de sua estreia na prosa, com os contos de Solidão e outras companhias e a novela Escobar, o escritor e jornalista Márwio Câmara prepara sua terceira publicação, porém, agora, no gênero poesia. Com o título de Sobre o silêncio das horas, o livro mergulhará em temas pungentes que se dividem entre a violência urbana, o caos pós-moderno, a finitude das coisas e o sentido da própria existência. A obra tem previsão de sair no primeiro semestre de 2023 pela editora carioca 7Letras. Márwio Câmara nasceu no Rio de Janeiro, em 1989. É bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, licenciado em Letras e pós-graduado em Estudos Linguísticos e Literários. Assina entrevistas com escritores brasileiros para o Jornal Rascunho. Leciona Língua Portuguesa, Literatura e Produção Textual.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
Logo na abertura de A virada decolonial na arte brasileira (Mireveja, 240 pp, R$ 60), a pesquisadora e professora Alessandra Simões garante haver uma revolução em curso no campo das artes. E os fatos e tendências que apresenta em seu livro não deixam dúvida – em dez artigos, a autora nos ajuda a compreender o fenômeno da decolonialidade, destacando obras e artistas de grupos sociais historicamente minorizados que estão se tornando vanguarda. Se as iniciativas que vêm sendo projetadas na esfera federal envolvendo os povos originários, as pessoas negras, as mulheres, a população periférica tencionam mudanças estruturais em nossa sociedade, o livro mostra que na arte essa construção avança de forma avassaladora. Segundo Alessandra, o movimento decolonial indica uma grande mudança de paradigma na arte produzida no Brasil e no mundo, acompanhada de uma urgente necessidade de reparação histórica diante do apagamento de experiências e memórias desses grupos, que estiveram sempre à margem do mercado artístico. Em seu livro, ela ressalta nomes como Denilson Baniwa, Kássia Borges, Coletivo Kókir, Ventura Profana, Paulo Nazareth, Renata Felinto, Aline Motta, Jota Mombaça e Castiel Vitorino, além do indiscutível legado de Jaider Esbell. São artistas cujas poéticas enfatizam questões ligadas a raça, etnia, classe, gênero e geopolítica. Com um projeto gráfico diferenciado, assinado pela designer Cintia Belloc, o livro traz em sua capa o grande painel artístico de Denilson Baniwa intitulado O sopro do maliri. A virada decolonial na arte brasileira condensa a profunda dedicação acadêmica de Alessandra Simões Paiva ao tema. Uma das pioneiras e mais importantes pesquisadoras a detectar os meandros do movimento decolonial no Brasil, a autora alerta: não há como fugir dessa virada de página na história da arte.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
Em 1913, o poeta Blaise Cendrars e a pintora Sonia Delaunay-Terk publicaram La Prose du transsibérien et de la Petite Jehanne de France (A prosa do Transiberiano e a pequena Jehanne da França), uma obra que se tornaria um marco na exploração das possibilidades narrativas e materiais do objeto livro. PoemaPinturaPerformance (Lote 42, 48 pp, R$ 150), de Gustavo Piqueira, analisa o impacto e a produção dessa obra, discutindo questões como a união de dois campos artísticos até então com pouca permeabilidade como literatura e pintura. O livro apresenta uma reprodução fiel de “A prosa do Transiberiano…”, dotada dos mesmos dois metros de altura. Nela é possível visualizar o resultado do processo de produção complexo da obra, como a tipografia variada, a pintura feita em técnica pochoir e a radical exploração da materialidade do livro como parte indissociável do discurso narrativo.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
Uma temporada no Congo (Temporal, 232 pp, R$ 64 - Trad.: João Vicente, Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani e Maria da Glória Magalhães dos Reis), publicada em 1967, abarca cronologicamente os acontecimentos que se deram na República Democrática do Congo entre 1959 e 1961. Dividida em três atos, a peça de Aimé Césaire retoma os eventos políticos da independência e da subsequente nomeação de Patrice Lumumba como primeiro-ministro, indo até o assassinato do líder congolês, que resistiu e lutou pela libertação de seu país, colonizado durante oitenta anos pela Bélgica. A peça conta essa história, que se desenrola durante um curto período, desde as vésperas da independência, em 1959, até o assassinato, em 17 de janeiro de 1961. Desse modo, o texto põe em relevo os meandros políticos que conduziram o país a um golpe de Estado, perpetrado com a conivência, quando não ingerência, das potências ocidentais e da Organização das Nações Unidas (ONU), insuflado por uma distorcida retórica anticomunista. A obra ultrapassa, porém, a dramatização dos bastidores da política, uma vez que dá ao povo congolês um papel proeminente. Recorrendo a procedimentos frequentemente adotados por Brecht e pelo teatro elisabetano, Aimé Césaire constrói um universo literário regido pela tensão permanente entre a trama do poder institucional, de um lado, e as dinâmicas do povo, com seus anseios, medos e versões próprias sobre os fatos, de outro – e seu herói, Lumumba, vive precisamente nesse limiar, onde ambas se tocam.
PublishNews, Redação, 08/02/2023
A dramaturgia Nossa conquista (Entremares, 96 pp, R$ 25) é a parte II da trilogia Escombros, projeto idealizado por Gabriel Cândido que, além de dramaturgo, é diretor, ator, performer e cofundador do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC). A trilogia tem como objetivo a elaboração cênica e dramatúrgica de peças de teatro que tratem das relações tensivas entre a fome, a terra, o colonialismo, a identidade e o capitalismo em intersecção com a ancestralidade negra do Brasil. É uma obra fictícia imagética que aponta o lugar da dramaturgia na literatura pela radicalização da forma, sustentando a dramaturgia como um texto literário. Não há, por exemplo, rubricas. A história se passa às margens do rio Nossa Conquista, onde convivem os povos que desejam ardentemente atravessar as fronteiras para as grandes capitais em busca de uma vida mais digna. O desejo por essa travessia, no entanto, não é visto com bons olhos por aqueles que habitam o outro lado. Por isso, a região é monitorada por seus Soldados da Paz, cuja presença ostensiva parece ter como meta a contenção do fluxo migratório incontrolável. Na contramão do trabalho destes soldados, os bixos da fronteira estão sempre prontos para, em troca de um bom negócio, atravessar ilegalmente aqueles que dariam tudo – até mesmo os próprios filhos – pelo sonho de uma vida melhor. Em Nossa conquista, o leitor acompanha três personagens – Machépé, um bicho da fronteira; Zizú, um soldado da paz; e Neydí, a primeira-ministra da grande capital do norte. A parte I da trilogia é intitulada Fala das profundezas.
|
|
|