A décima edição do Sabatina PublishNews, o programa que entrevista personalidades do mercado editorial brasileiro, recebeu na última terça-feira (02) Sônia Machado Jardim, presidente do Grupo Editorial Record. A experiência dela à frente de uma das maiores casas publicadoras do país e sua atuação no centro das discussões das questões livreiras, inclusive com presidente do Sindicato Nacional de Editoras de Livros (SNEL), de 2008 a 2014, embasaram fortemente suas respostas diante de uma mesa de entrevistadores que contou com Elga Pedri, diretora da rede Livrarias Curitiba, o editor Paulo Tadeu, da Matrix, e a jornalista Yasmin Santos. Entre vários assuntos, Sônia disse que “talvez a única coisa boa que a pandemia possa ter trazido é a redescoberta do livro. Primeiro, cresceu a venda dos clássicos. A pessoa pensou que não poderia morrer sem ter lido lido Cem anos de solidão. O primeira onda, os clássicos. Depois, a maior venda de livros de fantasia, um certo escapismo para os jovens.”. Ela destacou a importância do TikTok na construção de um sucesso literário. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Começaram os depoimentos do julgamento no qual o Departamento de Justiça dos EUA tenta bloquear a aquisição da editora Simon & Schuster pela Penguin Random House (PRH). Entre as pessoas já ouvidas pela juíza Florence Pan em Washington, D.C., uma estrela literária atraiu a atenção esperada. O best-seller mundial Stephen King testemunhou, convocado pelo governo americano. King apoiou a tese do Departamento de Justiça, apontando que a fusão de duas das cinco maiores editoras do país pode criar uma empresa que irá concentrar de modo abusivo não apenas as vendas de livros, mas também as oportunidades de contratos de publicação para os autores. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra e/ou confecção de livros, traz esta semana, um edital visando a contratação de empresa especializada na prestação de serviço de editoração (compreendendo elaboração de projeto gráfico, revisão gramatical e ortográfica, revisão segundo as Normas ABNT e diagramação) e impressão das publicações. O pregão está marcado para 10 de agosto e o valor total chega a R$ 516.627,00. O segundo edital tem como objeto a aquisição de unidade biblioteca modular e obras literárias a fim de atender as necessidades de uma fundação cultural. No que diz respeito às obras literárias, deverão ser fornecidos 31.769 (trinta e um mil setecentos e sessenta e nove) livros no total para serem divididos na composição dos acervos das 16 bibliotecas modulares, sendo aproximadamente 2 mil livros por biblioteca. A disputa acontece no dia 11 de agosto e o valor do edital, que compreende mais do que somente livros, chega a R$ 44.023.626,72. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A Boitempo, que tem em seu catálogo influentes pensadores nacionais e internacionais e é a editora com o maior canal do YouTube da América Latina, realiza de 08 a 21 de agosto a primeira edição da Ocupação Boitempo. O evento terá ações e promoções inéditas em mais de 90 livrarias espalhadas por todo o país, além de uma programação de debates on-line sobre o mercado editorial, que acontecerá no YouTube da editora. O evento conta ainda com a promoção da Quatro Cinco Um e do PublishNews. As mesas de debates abordam temas candentes do mercado editorial brasileiro nos dias atuais, como novas tecnologias, bibliodiversidade, livrarias independentes, acesso e distribuição de livros no país e políticas públicas de incentivo à leitura. Entre os nomes confirmados, estão Zoara Failla, José Castilho Marques Neto, Marisa Midori, Daniel Louzada, Juliana Borges, Paulo Werneck, Ivana Jinkings e Tamy Ghannam, entre outros. Pensando nos leitores, as livrarias de Norte a Sul estarão de portas abertas e com descontos que vão de 20% a 50%. Diversas lojas estão preparando também uma programação de debates, contações de histórias e oficinas para o público infantil – o programa completo será divulgado no blog da editora. Clique no Leia mais para saber detalhes do evento e conferir a programação completa.

No próximo mês, de 03 a 11, o Flipoços inicia sua 17ª edição e grande parte da programação já está no ar. Com a temática definida, Letras e Música, a Sinfonia da Literatura, a curadoria quis trazer à luz parte da diversidade musical do Brasil, sobretudo a mineiridade, as letras e a poesia tão arraigadas e marcadas na cultura mineira. Nesse sentido, o maior representante do gênero, o Clube da Esquina, vai ocupar grande parte da programação com contará com shows, mesas de bate-papo, oficinas, workshop e lançamentos de livros relacionados ao movimento. Milton Nascimento, o patrono desta edição, terá em sua homenagem um show do artista Zé Ibarra que mescla canções do Milton com músicas autorais. A Música Popular Brasileira – MPB também será lembrada em uma mesa com Nelson Motta, e o historiador e escritor Eduardo Bueno (Peninha). Ambos estarão ao vivo de forma remota no Teatro da Urca, no dia 10 de setembro, às 16h. Nelson, direto de Lisboa, e Peninha, de Porto Alegre, ao vivo. Clique no Leia mais para conferir os detalhes da programação.

Começa nesta sexta-feira (05), na Internacional eventos (Av. João Cavalari, 133 - Vila Herminia - São Paulo / SP), um dos eventos mais extensos do calendário nacional. Durante dez dias seguidos, até 14/08, a segunda edição da Bienal do Livro de Guarulhos (SP) vai oferecer 150 horas de programação, com palestras, contação de histórias, sessões de autógrafos, apresentações musicais, espetáculos teatrais e, claro, livros. Sem cobrança de ingresso, o evento apresenta uma estrutura com lounge, espaços interativos, ambientes para experiências imersivas e praça de alimentação com food trucks. Estacionamento e Wi-Fi estão disponíveis gratuitamente. A lista de convidados tem autores de peso como Thalita Rebouças [foto], Ilan Brenman, Ray Tavares, Chico Felitti, Fabrício Carpinejar, Ilana Casoy e Daniel Munduruku. Entre os nomes não diretamente ligados à literatura, a oferta de atrações também é grande, incluindo palestra motivacional com o ídolo do basquete Oscar Schimdt e show da cantora Fernanda Takai. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

De 05 a 07 de agosto, Buenos Aires recebe A Feira de Editores (FED), evento que iniciou sua história em 2013 e que este ano, conta com uma extensa programação. Além disso, realiza também a primeira edição de um prêmio voltado aos livreiros argentinos. O Prêmio FED visa destacar o trabalho desse elo da cadeia do livro e dará ao livreiro vencedor 350 mil pesos (aproximadamente R$ 14 mil) para comprar livros no FED e ainda 50% de desconto em todos os estandes anexos à feira. Participam desta edição 280 editoras, principalmente da Argentina, embora mais de 50 sejam estrangeiras, da Bolívia, Uruguai, Chile, México, Venezuela, Colômbia e Espanha. Com a ideia de um evento descontraído, a FED terá mágicos para animar o público e entregará um livro gratuito com textos dos autores participantes. Na programação, nomes como o escritor americano Peter Orner, a filósofa Renata Salecl, a escritora mexicana Margo Glantz e a brasileira Amara Moira estão confirmados.

Lançado em 1972, A casa da paixão (Record, 128 pp, R$ 54,90), de Nélida Piñon, romance que marcou época pela forma como trata a sexualidade feminina, ganha nova edição com prefácio de Sérgio Abranches e capa e projeto gráfico novos. Marta, a jovem protagonista, integra a galeria de mulheres poderosas que distingue a literatura de Piñon. Vivendo entre a latência incestuosa do pai e a submissão quase animalizada de Antônia, sua ama de criação, Marta é afirmativa, destemida e livre das culpas tradicionalmente inculcadas pelo mundo masculino. Seu desejo é solar e, procurando expandir-se, vive em luta surda com o ambiente sufocante da casa paterna. O meio natural é o espaço de libertação de seu prazer. Mas grandes mudanças se anunciam com a chegada de Jerônimo, o pretendente escolhido pelo pai, ameaça de perpetuação do domínio masculino, com um inesperado desfecho. A linguagem do romance é ao mesmo tempo forte e poética, mas sempre carregada de sensualidade.

Uma criança desaparece em plena luz do dia. De um lado desse vazio brutal, o instante de desatenção de uma mulher que nunca quis ser mãe. Do outro, uma mulher que deseja ser mãe a ponto de cometer um ato desesperado. Entre esses dois pontos de vista, acompanhamos uma narrativa que ecoa as diversas formas de maternidade, das impostas às almejadas, do seu papel social à sua natureza primordial, em uma trama visceral e inquietante. Escrito pela mexicana Brenda Navarro, Casas vazias (Dublinense, 160 pp, R$ 59,90 - Trad.: Livia Deorsola) é a história sobre duas mães unidas por um elo hediondo. “Na narrativa cheia de culpa e raiva de uma mãe que tem o filho roubado, os dias se transformam num labirinto de silêncio habitado pela dor da perda. Na voz de uma mulher que deseja loucamente ter um filho, o amor como algo difícil e tenso, que nunca se completa”, resume o também escritor Emilia Fraia.

A vida familiar, de esposa e mãe dedicada, começa aos poucos a sufocar Eliete. Nascida em 1975, ano da Revolução dos Cravos, ela sempre desejou uma vida normal, que aparenta ter conquistado quando chega aos 42 anos. Mas a percepção que tem da própria existência muda com a notícia de que a avó foi hospitalizada. Esse evento particular desencadeia uma investigação de sua vida: a infância, marcada pela morte inesperada do pai; a relação — narrada com uma crueza — que estabelece com a mãe, com a avó e com a memória desse pai que lutou contra a ditadura salazarista. Aos poucos, as inquietações crescem no interior de Eliete, consumindo não só seu passado, mas também o relacionamento com o marido (com quem divide o teto mas de quem tem mais notícias pelas redes sociais) e com as filhas (das quais se sente cada vez mais distante). Em fuga desse cenário turvo, ela então decide refugiar-se no Tinder, onde finge ser outra pessoa, e os encontros que surgem transformam a vida dessa mulher e a maneira como ela se enxerga. Em Eliete: A vida normal (Todavia, 256 pp, R$ 69,90), a autora Dulce Maria Cardoso maneja com precisão a linguagem e a história um romance inquietante e sensível.

"Na fotografia de minha mãe que mais me incomoda, ela está estirada no colo de quatro homens sentados num sofá branco", diz a narradora deste romance sobre identidade, amor e memória. Lucineide, ou Lucy, é uma brasileira que mora no subúrbio de Los Angeles, na Califórnia. É fã de Marilyn Monroe. Seus amigos são Hani, uma descendente de libaneses, e seu namorado Pablo, ex-boxeador mexicano que se sustenta com pequenos bicos. E Saboia, um setentão que vive preso ao passado e insiste para que Lucineide conte, em livro, a história da mãe. Lady Laet foi a musa da cena contracultural brasileira, mesclando o rock ao samba para criar um repertório muito particular. Cabe a Lucineide, agora, se aprofundar nas letras e na vida dessa mulher elusiva, e assim entender não só sua mãe, mas suas próprias raízes. Com ilustrações do próprio autor, José Luiz Passos, Um álbum para Lady Laet (Alfaguara, 128 pp, R$ 54,90) traz uma experiência onírica, calcada na memória, nos desejos e nas relações fugazes de pessoas que tentam encontrar seu lugar no mundo.