De volta com uma edição presencial, a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty anunciou a data da sua 20ª edição: de 23 a 27 de novembro. Nas duas últimas edições, a mais famosa festa literária do país procurou se reinventar e ao mesmo tempo reforçar a sua conexão com as comunidades locais, mesmo que de forma virtual. Em 2021, por exemplo, trazendo pela primeira vez uma curadoria coletiva, se inspirou na força e na diversidade da natureza com o tema Nhe’éry, plantas e literatura. A edição trouxe ainda intervenções videográficas especialmente gravadas com a população da região e transmitidas antes de cada uma das mesas da programação principal. Este ano, com a volta da Flip para as ruas de Paraty, a ideia de manter viva as singularidades do local que abriga a festa há 20 anos, ganha um novo impulso com a criação do projeto Flip_se Hospitalidade. Desenhado para fortalecer a rede de parcerias na cidade, o programa prevê ações destinadas a promover maior conhecimento e entendimento da cultura local e fomentar a aproximação e o engajamento entre os visitantes e a comunidade paratiense. Para mais informações, é só mandar um e-mail para hospitalidade@flip.org.br. Outras informações como o curador e o homenageado desta edição serão anunciadas em breve.

Começa amanhã em São Paulo o evento inovador A Feira do Livro, cinco dias de encontro para editores, livreiros, autores e público leitor. Será ao ar livre, com barracas montadas na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, na região central de São Paulo. Segundo o idealizador da feira, Paulo Werneck, presidente da Associação Quatro Cinco Um e editor da revista de mesmo nome, a inspiração veio de feiras que existem em Porto Alegre, Londres, Madri, Lisboa e outras cidades pelo mundo. Ele procura logo esclarecer uma questão, para que os visitantes não fiquem frustrados. “Não é o mesmo modelo das feiras universitárias, que oferecem livros com descontos e em saldões. É uma valorização do mercado editorial na cidade.” Não haverá portão ou catraca para entrar. A ideia do arquiteto Álvaro Razuk, diretor artístico do evento, é ficar parecida com a feira livre de alimentos que também acontece semanalmente no mesmo local. Os 63 estandes, além do auditório Armando Nogueira, que fica dentro do estádio, serão compartilhados por mais de uma centena de expositores, entre editoras, livrarias e entidades. Clique no Leia mais para ler esta nota na íntegra e visualizar mapa e programação completa do evento.

Estão abertas até o dia 30 de junho as inscrições para a terceira edição do Prêmio Rio de Contos, criado para selecionar e divulgar talentos literários no Rio de Janeiro. Nas duas primeiras edições, escritores de 50 cidades do estado se inscreveram para participar do processo. A dinâmica do prêmio é acelerada. Em maio, ficou pronto o livro com os textos de 25 autores escolhidos na primeira edição. Os escritores que passaram pela seleção da segunda edição estão participando de cursos, mentorias e outras atividades propostas pelo prêmio. Clique no Leia mais para acessar a integra desta nota.

O Flipoços – Festival Literário Internacional de Poços de Caldas foi dividido em duas edições neste ano. Em abril, foi realizado o Flipoços Virtual. E uma edição presencial está programada entre os dias 03 e 11 de setembro. No evento, um dos destaques será a presença dos vencedores do primeiro Prêmio Literário para Escritores Independentes, parceria do festival com a Amazon Brasil - KDP. As inscrições estão abertas até 30 de junho. No dia 29 de agosto serão divulgados os três primeiros colocados na classificação nacional e o ganhador do Prêmio Território Literário Sul-mineiro. Todos ganharão um Kindle Paperwhite, e os dois primeiros colocados – nacional e regional – vão participar do Flipoços presencial. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A serpente de Essex (Intrínseca) é um romance da inglesa Sarah Perry que mistura terror, intolerância e uma paixão proibida. Difícil é saber se a série baseada no livro, exibida em streaming pela Apple TV+, alavanca a venda do livro, ou é o romance que atrai mais olhares para o aplicativo da Apple. De qualquer forma, são dois produtos culturais que valem a pena. Os protagonistas são conhecidos de fãs de séries. A viúva Cora Seaborn é interpretada por Claire Danes, estrela de Homeland. O vigário Will Ransome é o papel de Tom Hiddleston, conhecido como o Loki nos filmes de cinema e na série da Marvel. Os dois têm a responsabilidade de carregar a tensão sexual entre seus personagens. É essa relação que amarra todos ao lados da trama. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Geração Editorial está à procura de um estagiário para a área comercial. É preciso estar cursando Administração ou Marketing e conhecimento do Pacote Office. A editora procura alguém com perfil proativo, com facilidade de trabalhar em equipe, que seja organizado, goste de escrever e saiba prestar um bom atendimento ao público. Os benefícios incluem vale transporte, alimentação e refeição e seguro de vida. Interessados devem encaminhar currículos para financeiro@geracaoeditorial.com.br até 15 de junho.

Ganhador do Nobel de Literatura em 1998, o português José Saramago (1922-2010) recebe inúmeras homenagens no ano do centenário de nascimento. E uma delas está distante do ambiente de museus e outros centros culturais. É a exposição “Voltar aos passos que foram dados”, aberta no Shopping Pátio Paulista até o próximo dia 03 de julho. Na verdade, duas instituições culturais estão por trás do projeto, que é uma parceria do Museu da Língua Portuguesa com a Fundação José Saramago. A exposição traz pela primeira vez ao Brasil textos, fotos e documentos do acervo da fundação portuguesa. A proposta é fazer uma viagem pela biografia literária do autor de Ensaio sobre a cegueira, O evangelho segundo Jesus Cristo, As intermitências da morte, Ensaio sobre a lucidez e outros livros que marcaram a literatura na segunda metade do século XX. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Ria Livraria realiza entre junho e julho a oficina Quatro propostas de conto contemporâneo, com os escritores e editores da revista Lavoura, André Balbo e Lucas Verzola. No minicurso, eles irão discutir algumas das principais teorias do conto (Poe, Tchekhov, Cortázar, Piglia) e examinar os princípios fundamentais do gênero, como a unidade de efeito, a brevidade e a economia de linguagem. Ao mesmo tempo, buscam aproveitar (ou não) esses aportes teóricos para ler e comparar quatro propostas do conto brasileiro contemporâneo. A ideia é ler e debater contos de quatro autores e cotejá-los com outros quatro autores “espelho”, buscando identificar afinidades e distâncias. Ao final de cada aula, os alunos farão exercícios de escrita à luz da proposta estudada no dia. Os textos serão lidos e comentados individualmente pelos professores. Serão quatro encontros, às sextas-feiras – 17 e 24 de junho; 1º e 08 de julho –, das 19h30 às 21h30, na Sala Julio Plaza (Rua Marinho Falcão, 58), espaço de realizações de oficinas e cursos da livraria. O valor é de R$ 170 e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail livrariaria@gmail.com. As aulas são presenciais e as vagas são limitadas.

Johnny, você me amaria se o meu fosse maior? (Planeta, 176 pp, R$ 46,90 – Trad.: Regiane Winarski) é um romance direto, no qual não sobrevivem quaisquer tabus ou pudores sobre o mundo homossexual masculino. Lançado inicialmente por uma editora underground de San Francisco, na Califórnia, o livro conta a história de um artista e dançarino negro que se autoclassifica como “gay old school”, personagem que guarda muitas semelhanças com o autor Brontez Purnell – figura excêntrica, bastante conhecida no mundo LGBTQIA+ punk californiano. O protagonista – cujo nome não é revelado para o leitor – não confia nas novas gerações de homossexuais que invadem as ruas e a noite de San Francisco. São jovens com capacetes e bikes modernas, que não dispensam o cinto de segurança e as camisinhas, mas são incapazes de se relacionarem afetivamente, sobretudo com corpos transgressores. Enquanto nutre seu ódio por esse grupo, ele sabota suas relações, imaginando paixões instantâneas e muitas vezes inexistentes nos bares, nos parques, nas saunas e em outros cantos de uma cidade cada vez mais conservadora. Além das questões LGBTQIA+, o romance aborda os preconceitos de classe, as tensões raciais, a objetificação do corpo negro nos EUA, a depressão tão comum entre os gays americanos – especialmente os afrodescendentes – e as relações sociais de um indivíduo soropositivo.

Obra pioneira, Além do Carnaval (Editora Unesp, 654 pp, R$ 98 – Trad.: Cristina Fino e Cássio Arantes Leite) examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. Em sua terceira edição revista e ampliada, James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o Carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. “Quando decidi acrescentar um capítulo para uma nova edição que levaria o conteúdo do livro ao século XXI, enfrentei um dilema. A primeira edição era uma história social e cultural da homossexualidade do final do século XIX até 1980. Entretanto, a situação dos homens que tinham relações sexuais e amorosas com outros homens mudou drasticamente nas duas últimas décadas do século XX”, anota o autor na apresentação da nova edição. “Em vez de tentar integrar essa nova pesquisa aos seis capítulos originais do livro, decidi mantê-los como estavam, como um texto clássico”, explica Green. No sétimo e último capítulo inédito, o autor atualiza e amplia as análises anteriores, cobrindo, justamente, as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.

Após o sucesso de E se fosse a gente?, Becky Albertalli e Adam Silvera combinam seus talentos novamente na sequência E se a gente tentasse? (Intrínseca, 368 pp, R$ 49,90 - Trad.: Carlos Cesar da Silva), narrando os encontros e desencontros de Ben e Arthur. Na trama, Ben sobreviveu ao primeiro ano da faculdade, apesar das dificuldades: as aulas estão puxadas, trabalhar com o pai é ainda pior, e seu melhor amigo, Dylan, está agindo de maneira estranha há semanas. Pelo menos Ben tem revisado seu livro com Mario, um garoto lindo que vem lhe dando aulas de espanhol e, de quebra, vários beijos — o que tem sido uma ótima oportunidade para esquecer o ex. Porém, após dois anos, Arthur está de volta a Nova York para fazer o estágio dos sonhos e conquistar o mundo do teatro. Apesar de ter que passar o verão longe do namorado, Mikey, ele sabe que o relacionamento dos dois é forte o bastante para superar a distância. Isso até o destino colocar Ben na sua vida novamente. Enquanto Arthur tenta se convencer de que não há motivos para reconsiderar o futuro deles juntos, Ben, por outro lado, precisa tomar uma decisão capaz de mudar tudo. A edição conta com uma sobrecapa vira-vira, trazendo a arte da capa americana de E se fosse a gente?, apreciada pelos fãs.

Em setembro de 2019, o então prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, tentou censurar a HQ Vingadores: A Cruzada das Crianças na Bienal do Rio, devido a presença de um beijo entre dois super-heróis na capa da obra. O incômodo de conservadores, fundamentalistas religiosos e de alguns políticos gerou polêmica e diversos atos de protesto. Na obra Pode um LGBTQIA+ ser super-herói no Brasil? (Devires, 340 pp, R$ 54,90), o autor Christian Gonzatti produz uma investigação que explora como o Brasil gerido pela direita tem perseguido as representações positivas de personagens LGBTQIA+ na cultura pop, utilizando a ideia de que crianças estão sob ameaça com esses personagens. São apontados, também, caminhos para que o aconteceu no dia 07 de setembro de 2019, feriado da independência do Brasil, quando o beijo dos super-heróis gays estampou a capa da Folha de São Paulo e pessoas aliadas da diversidade se uniram contra o ódio e intolerância, inspire resistências.