Em 2016, o paulista Felipe Rocha começou a rabiscar bilhetes para se distrair e trazer alegria para o dia a dia das pessoas. Do ato simples, surgiu o projeto Tipo Bilhete (@tipobilhete), que hoje conta com mais de 600 mil seguidores em apenas uma rede social. Nesse meio tempo, Felipe também se tornou autor e dois dos seus livros estrearam esse mês na Lista Nielsen PublishNews, a que apura os autores nacionais mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento do Brasil. Ambas publicadas pela Astral Cultural, Nem todo amor tem um final feliz. E tá tudo bem. e Todas as flores que não te enviei garantiram a 16ª e a 17ª posições da lista de Não Ficção, respectivamente. Nem todo amor tem um final feliz. E tá tudo bem. apresenta as fases de um relacionamento que se perdeu em meio à rotina e à convivência monótona, e o fim, sem “feliz” como complemento, foi o único meio. Já Todas as flores que não te enviei traz poemas que falam sobre os mais diversos sentimentos. Em Ficção, mais um vez Torto arado (Todavia), de Itamar Vieira Junior, está no topo do pódio, seguido por Tudo é rio (Record), de Carla Madeira, e Conectadas (Seguinte), de Clara Alves. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

A Amazon e o Grupo Editorial Record anunciaram na última terça (16), durante a 2ª Semana Amazon de Literatura, a obra vencedora do 6º Prêmio Kindle de Literatura. A escolhida foi A filha primitiva, da autora Vanessa Passos, que conta a história de três gerações de mulheres de uma mesma família em Fortaleza, unidas pela dor e pelo abandono, separadas pela fé, pelo ceticismo e pelos segredos que guardam umas das outras. Vanessa ganha um contrato para versão impressa pelo Grupo Editorial Record e a ainda um prêmio de R$ 50 mil - R$ 40 mil em dinheiro e outros R$ 10 mil em dinheiro como adiantamentos para a versão impressa. "Para nós autores independentes é muito importante ter projeção, aumentar o alcance para que o livro possa de fato chegar a mais leitores", disse a vencedora sobre o prêmio. A filha primitiva concorreu com mais de dois mil e-books inéditos, incluindo os quatro finalistas – Eduardo Soares, autor de A Jurema: Sob o Céu do Sertão; Jeovanna Vieira, autora de Virgínia Mordida; José Manoel Torres, autor de Ciudad Augusta: Uma distopia latino-americana; e Juciane Reis, autora de Xirê das Águas. Todos eles receberão uma versão em audiobook, que estará disponível pela Audible para milhões de membros em mais de 180 países em todo o mundo. De 15 de julho a 15 de setembro, autores autopublicaram suas histórias usando o KDP para participarem do Prêmio. A vencedora foi avaliada em diversos critérios, como criatividade, originalidade, qualidade de escrita e viabilidade comercial. O júri foi composto por Socorro Acioli e João Paulo Cuenca. Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desta nota.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, traz essa semana um edital cujo objeto é a escolha da proposta mais vantajosa para contratação de empresa prestadora de serviços gráficos e diagramação com vistas à confecção de livros, livretos, manuais, cartilhas, cartazes, folders, banners e demais serviços. O valor estimado chega a R$ 6 milhões, e o pregão aestgá marcado para 24 de fevereiro. Já o segundo edital visa a aquisição de diversas obras literárias, destinadas ao Projeto Biblioteca na Escola. Serão mais de 77 mil unidades de 860 obras de diferentes editoras. O valor do edital é sigiloso e a disputa acontece logo mais, às 14h30. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

André Palme, diretor-geral do aplicativo de entretenimento em aúdio Storytel no Brasil, professor e colaborador do PublishNews com uma coluna sobre áudio digital, lançou a Newsletter PALME. Com distribuição gratuita e periodicidade mensal, traz, entre outros tópicos, um artigo autoral sobre áudio, perguntas e respostas para profissionais do mercado, notícias do Brasil e do exterior sobre o universo do áudio, além de indicações de conteúdos para ouvir. Pode ser acessada clicando aqui. É uma iniciativa pioneira. A única newsletter dedicada ao áudio no mercado. "Quando a gente fala hoje de áudio, não fala de nada novo, mas de uma coisa reempacotada de uma maneira diferente", explica Palme. "O áudio teve uma iniciativa na década de 1990, com o CD-Rom, mas as pessoas não entendiam muito bem como funcionava, as lojas não abriam espaço, então isso ficou ali, meio dormente. Quando os aplicativos vieram, o áudio ganhou mais força, ficou mais fácil". A proposta da newsletter é falar com a indústria. Para Palme, as pessoas que já estão no mercado nem sempre sabem como atuar nesse universo. E muita gente não enxerga a possibilidade de entrar nessa área. "Um profissional de comunicação, por exemplo, ele se forma e dificilmente vê a indústria de áudio como algo em que ele possa atuar. Quando começamos a trabalhar com audiobook, a gente tinha literalmente que caçar pessoas para narrar, editar conteúdo, alugar estúdio. E hoje em dia já existe um mercado bem movimentado." Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto criou um banco de talentos e está recebendo propostas de projetos culturais e currículos de profissionais de arte e cultura. Aberto a todo o Brasil, o banco aceita apenas projetos que tenham caráter cultural ou educacional. Podem participar artistas independentes de todas as linguagens, bandas, grupos de teatro, produtores, fotógrafos, autores, poetas, produtores audiovisuais, técnicos de som e luz, contadores de histórias, entre outros. Além das atividades de agenda fixa anual, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto realiza diversos projetos ligados ao universo da literatura e educação, entre eles o Festival Revolução Poética e a Feira Internacional do Livro (FIL). “O banco de talentos servirá de inspiração para futuras curadorias e propostas de programação para os eventos em andamento. Funcionará como um acervo e a contratação efetiva - imediata ou em médio e longo prazo - dependerá da curadoria e da necessidade da entidade”, explica Priscila Prado, produtora da Fundação. O material pode ser enviado em formato digital para o e-mail btfundacao@gmail.com, com todos os contatos atualizados e o máximo de informações sobre o profissional e/ou proposta enviada.

Uma obra sobre o rompimento de barragem em Brumadinho (MG), há três anos, ganha evento de lançamento junto a quem mais sofreu com a tragédia: aqueles que perderam parentes e amigos. Arrastados: os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil (Intrínseca), de Daniela Arbex, será lançado nesta sexta (18), às 18h, no Centro de Convivência dos Familiares de Brumadinho. O livro foi escrito a partir de mais de 200 entrevistas com sobreviventes, familiares das vítimas, bombeiros, médicos-legistas, policiais e moradores das áreas atingidas pela lama tóxica vazada da Mina do Córrego do Feijão. A autora reconstitui as primeiras 96 horas da tragédia em detalhes, e também acompanha o andamento na Justiça das indenizações a parentes e as contrapartidas institucionais para reparação de danos. O livro reúne fotografias que registram o horror da tragédia, selecionando imagens de fotógrafos profissionais que atuaram na cobertura e também fotos feitas por moradores. O episódio causou a morte de 270 pessoas (duas delas grávidas). Os corpos de pelo mesmos seis vítimas ainda não foram encontrados. Daniela Arbex é autora do best-seller Holocausto brasileiro, premiado como melhor livro-reportagem de 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

Em As raízes do romantismo (Fósforo, 248 pp, R$ 74,90), o filósofo e historiador das ideias Isaiah Berlin trata das transformações da consciência europeia que estão nas origens do Romantismo, movimento que irrompeu no final do século 18, revolucionando o pensamento e as artes. Com clareza e erudição, ele analisa a obra dos principais pensadores e artistas românticos – como Herder, Fichte, Schelling, Blake e Byron – e reflete sobre sua herança intelectual, estética e política, em particular a contribuição para o erguimento de valores centrais da democracia, como a liberdade, o pluralismo e a tolerância. Fruto de seis conferências realizadas em 1965 na National Gallery of Art, de Washington, As raízes do Romantismo é um dos trabalhos mais importantes de Berlin e também uma das melhores introduções já feitas ao movimento que provocou uma mudança que é, nas palavras do autor, “a mais profunda e a mais duradoura de todas as mudanças na vida do Ocidente, não menos abrangente do que as três grandes revoluções cujo impacto não se questiona – a industrial na Inglaterra, a política na França e a social e econômica na Rússia.”

Quase 30 anos após lançar Admirável mundo novo, um dos monumentos da ficção científica, Aldous Huxley retorna à sua obra-prima. Em Retorno ao Admirável mundo novo (Biblioteca Azul, 176 pp, R$ 49,90 – Trad.: Fabio Fernandes), Aldous Huxley se propõe a avaliar as previsões de sua obra original e trata sobre ameaças à humanidade, tais como a superpopulação, a manipulação genética e psicológica, o uso de drogas prescritas como forma de controle social, e a ascensão de regimes autoritários. Huxley compara sua distopia com a de George Orwell, de quem fora professor, e coloca lado a lado acertos e erros de ambas. Alguns dos temas de seu Admirável mundo novo permanecem atuais e urgentes neste seu Retorno, publicado em 1958. São assuntos que ainda repercutem em nosso tempo, como o reforço positivo de comportamentos e a flexibilização da noção de verdade. E de que forma atuam as redes sociais senão como reforços de boa conduta e espaço para veiculação de mensagens falsas? Ao lançar questões para o futuro, propõe que as nações devem educar seus cidadãos para a liberdade, sob risco de caírem na mão de ditaduras. Esta edição traz notas que contextualizam dados e informações do texto original, e também um posfácio escrito por Carlos Orsi, pesquisador do Instituto Questão de Ciência.

Silke Rose West e Joseph Sarosy são professores de educação infantil há mais de 30 anos. Eles reuniram suas experiências em um livro que se propõe a ir além de orientações para uma boa contação de história antes de dormir. O vínculo entre pais e filhos é o foco de Como contar histórias para crianças (Melhoramentos, 184 pp, R$ 39,90 - Trad.: Sandra Pina). Mais do que ser receita consagrada de incentivo para que os meninos passem a gostar de ler, os autores analisam a construção de pontes entre crianças e adultos que podem ser fortalecidas na prática da contação, como estabelecer a confiança que os garotos têm nos mais velhos. Quando a criança demonstra desejo de escutar uma história, segundo os professores, ela não busca apenas uma narrativa. Ela quer a atenção dos adultos. "As histórias que fluem nesses momentos são às vezes muito simples, ainda assim tão íntimas e profundas que as memórias duram uma vida inteira", ressaltam os autores na introdução do livro. West e Sarosy acreditam que a contação já foi ensinada em muitos livros, mas de uma forma muito técnica, voltada apenas à eficiência da narrativa. A proposta deles é ajudar os pais a proporcionarem aos filhos um momento de amor e intimidade.

Livreiros do Novo Mundo: De Briançon ao Rio de Janeiro (Editora Unesp / Edusp / Editora da Unicamp, 248 pp, R$ 90 – Trad.: Leila V. B. Gouvêa), de Jean-Jacques Bompard, conta a aventura de alguns comerciantes franceses dessa região que se tornaram livreiros em Portugal, no século XVIII, onde ocuparam posição de destaque no universo do livro. Dois deles continuaram a atividade no Brasil, quando o país estava entrando na modernidade, entre 1808 e 1828. Eles foram protagonistas do nascente mercado do livro e da imprensa, vetores da transmissão de conhecimentos e ideias. Ilustrada com documentos raros, que dão suporte ao texto, a obra permite descobrir e compreender como tais homens, na condição de precursores, participaram da evolução histórica desse grande país. Um mergulho profundo àqueles que se interessam pelo mundo dos livros e em como eles se envolveram no processo de formação daquilo a que chamamos Brasil nos dias atuais.