A Câmara Brasileira do Livro (CBL) já tem as primeiras novidades em relação à 64ª edição do Prêmio Jabuti. Neste ano, mais uma vez, a curadoria da premiação será comandada pelo editor e tradutor Marcos Marcionilo. “Ter o Marcos por mais um ano conosco é um presente à comunidade literária. Ele agregou muito à premiação como curador no ano passado, da mesma maneira que vem somando desde 2018, quando foi jurado, e nos anos seguintes, quando fez parte do Conselho Curador”, explica Vitor Tavares, presidente da CBL. Outra novidade é que o Conselho Curador – composto por Bel Santos-Mayer, Camile Mendrot e Luiz Gonzaga Godoi Trigo – se despede da professora e doutora Ana Elisa Ribeiro e dá as boas-vindas ao jornalista Rodrigo Casarin. O novo membro é especialista em jornalismo literário, com pós-graduação pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário, além de colunista de livros do Uol, UOL, portal no qual é responsável pela edição da Página Cinco, que lhe rendeu o Prêmio IPL - Retratos da Leitura de 2019 na categoria Mídia. Além disso, o jornalista também integrou o júri do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa em 2018, 2019, 2020 e 2021 e o júri do Prêmio Jabuti nos anos de 2019 (categoria Biografia, Documentário e Reportagem) e 2020 (categoria Romance Literário). Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, traz essa semana um edital visando a contratação empresa para prestação de serviços de editoração eletrônica para a criação e organização e divulgação de obras bilíngues. A disputa está marcada para o dia 16 de fevereiro e o valor estimado do edital é de R$ 259.703,06. Já o segundo tem como objeto a aquisição de obras literárias de diversas editoras. O valor estimado é de R$ 100.514,00 e o pregão acontece no dia 21 de fevereiro. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A Embaixada da França no Brasil está com as inscrições abertas para o Programa de Apoio à Publicação Carlos Drummond de Andrade (PAP-CDA). O programa tem como objetivo oferecer apoio para cobrir os custos de tradução de obras francófonas. O prazo para as editoras inscreverem suas obras termina em 16 de fevereiro. Os dossiês de apoio à publicação devem conter uma carta de pedido oficial do editor brasileiro, apresentando os argumentos que legitimem o apoio; catálogo da editora em PDF ou lista dos livros de autores franceses já publicados pela editora; orçamento em reais referente aos custos de produção do livro, especificando as diversas despesas; texto de apresentação e currículo do tradutor; cópia do contrato de cessão de direitos com a editora francesa, assinado; exemplar do livro francês em PDF; cópia do contrato entre a editora brasileira e o tradutor, mencionando o valor previsto da tradução e a ficha de inscrição preenchida. Os documentos devem ser enviados para o e-mail scac.sp.livre.audiovisuel@gmail.com.

A Livraria Cultura anunciou a reabertura do Teatro Eva Herz, fechado durante dois anos em razão da pandemia. Localizado na unidade do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073 – São Paulo / SP), o espaço que leva o nome da fundadora da rede, reabrirá suas portas para comemorar os 100 anos da semana de arte moderna de 1922 com uma programação entre os próximos dias 15 e 20. Serão nove atrações: com peças teatrais, leituras dramáticas, bate-papo, show acústico e sessão de autógrafos. Serão nove atrações, entre as quais: apresentação de Clarice Niskier, com a peça A Alma Imoral; Elias Andreato, em uma leitura dramática de Nelson Rodrigues; e bate-papo, com diversos artistas, em homenagem a Sérgio Mamberti, que morreu em setembro de 2021. Haverá, também, show acústico e sessão de autógrafos. A curadoria é de André Acioli e a programação completa você confere clicando aqui. As próximas atividades no teatro estão marcadas para março, e as datas serão divulgadas no Instragram e no site oficial da Livraria Cultura.

A Tikinet Edição – agência editorial que atende as demandas de periódicos científicos, livros de ficção, de não ficção e acadêmicos, revistas, dicionários, anais, apostilas e manuais – abriu uma vaga para assistente editorial. A pessoa cuidará da revisão e normalização de textos, e fará o acompanhamento editorial de livros e revistas científicas. O(a) candidato(a) passará por um teste de revisão e normalização de textos. A vaga é para trabalho presencial, em escritório no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Currículos devem ser enviados para rh@tikinet.com.br até 30 de abril.

A revista Eita! Magazine – criada para abrir espaço para literatura nacional no mercado internacional – lançou este mês, a sua primeira edição bilíngue, com textos de escritores brasileiros tanto em inglês quanto em português. Desta vez, a publicação traz o tema “comida”, com seis obras nacionais. Cinco delas são de autores contemporâneos selecionados por meio de edital. E uma é de autor clássico escolhido por curadoria. A revista está à venda por US$ 3,49 na Amazon (cerca de R$ 18). Para saber mais sobre o projeto, que também luta pela valorização da obra dos autores e pela remuneração justa dos prestadores de serviços editoriais, clique aqui.

Inda bebo do copo dos outros (Autêntica, 224 pp, R$ 49,80) traz uma reunião inédita de obras dispersas de Mário de Andrade – e que se inserem no contexto da Semana de Arte Moderna e seus antecedentes – originalmente publicadas em revistas, jornais, periódicos e livros. Tratam, principalmente, de debates e reflexões sobre a estética artística denominada modernista, cuja relevância e perenidade foram antevistas pelo paulistano na edição de dezembro de 1922 da revista Klaxon: “Bem poderíamos em 2022 celebrar o 1º Centenário de nossa independência literária” (Klaxon, n. 8-9, dez. 1922-jan. 1923). A obra é organizada por Yussef Campos e se divide da seguinte forma: Mestres do passado; Prefácio interessantíssimo; A escrava que não é Isaura e Textos publicados na revista Klaxon.

Entre 1923 e 1929, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade formaram um par icônico da cultura brasileira. O casal Tarsiwald — apelido cunhado por Mário de Andrade — se consagrou como um símbolo tanto no campo das artes visuais quanto no da literatura. Em O guarda-roupa modernista (Companhia das Letras, 278 pp, R$ 109,90), a professora e pesquisadora Carolina Casarin mostra como os dois se apropriaram da moda para deixar a sua marca. Inédita, esta pesquisa revela como os ideais modernistas e as contradições do movimento podem ser compreendidos a partir da escolha das roupas de dois notáveis intérpretes do Brasil. Por meio de diferentes registros da época — vestimentas, fotografias, pinturas, obras literárias, correspondências, depoimentos e recibos —, a autora apresenta aos leitores um casal vibrante que soube traduzir em sua aparência a irreverência, a elegância e as ambiguidades do Brasil.

Desde os anos 1970, Sergio Miceli se destacou como estudioso da trajetória de intelectuais. Seus muitos trabalhos transformaram o modo de entender as relações entre cultura e sociedade. Lira mensageira (Todavia, 264 pp, R$ 74,90) dá continuidade a esse projeto. No centro da análise estão Carlos Drummond de Andrade e seus contemporâneos em Minas Gerais. Aos vinte e poucos anos, Drummond dispunha de menos trunfos que os colegas. Sua formação dera-se em farmácia — o caminho natural seria o direito. Havia acabado de consumar um casamento que não lhe trouxe capital econômico ou social. E sua família estava falida. A proximidade com Gustavo Capanema, interventor em Minas e mais tarde homem forte do Estado Novo, é a chave que torna inteligível não só o seu percurso profissional na juventude, mas também as possibilidades de sua expressão poética. Lira mensageira traz ainda olhares sobre o modernismo paulista e sobre a classe política na Era Vargas. Em ensaio com foco nas obras de estreia de Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Ribeiro Couto, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Miceli traça um panorama do escrete literário que integraria a Semana de 22. No terceiro e último texto, o autor examina a elite política dos anos 1930 e 1940 a partir do embate entre a União Democrática Nacional e o Partido Social Democrático.

Nenhum movimento artístico-cultural no Brasil teve uma repercussão tão polêmica e duradoura quanto a Semana de Arte Moderna, que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922. Duramente atacada pela crítica conservadora – e não só por ela –, a Semana subverteu os padrões artísticos e literários da época e virou um marco importante de nossa história, tornando-se matéria de reflexão sobre a cultura brasileira. A proposta da obra Semana de 22: Antes do começo, depois do fim (Estação Brasil, 640 pp, R$ 79,90) é aprofundar essa discussão e levá-la ao grande público. Os autores José de Nicola e Lucas de Nicola percorrem de maneira ampla os acontecimentos e bastidores da Semana de 22 e propõem análises inéditas sob vários aspectos. Em 1972, nas comemorações de 50 anos do evento, Carlos Drummond de Andrade descreveu aquelas agitadas noites como um “grito no salão bem-comportado”, uma manifestação que seguia viva, ressoando. Outros 50 anos se passaram e a Semana chega ao seu centenário mais viva do que nunca – o grito modernista segue ecoando pelos salões e influenciando as artes, a cultura e intelligentsia brasileiras.