Os ecos do 'grito modernista'
PublishNews, Redação, 09/02/2022
Reunindo vasta documentação, 'Semana de 22' percorre os acontecimentos e bastidores do movimento artístico-cultural e propõe novas análises sob vários aspectos

Nenhum movimento artístico-cultural no Brasil teve uma repercussão tão polêmica e duradoura quanto a Semana de Arte Moderna, que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922. Duramente atacada pela crítica conservadora – e não só por ela –, a Semana subverteu os padrões artísticos e literários da época e virou um marco importante de nossa história, tornando-se matéria de reflexão sobre a cultura brasileira. A proposta da obra Semana de 22: Antes do começo, depois do fim (Estação Brasil, 640 pp, R$ 79,90) é aprofundar essa discussão e levá-la ao grande público. Os autores José de Nicola e Lucas de Nicola percorrem de maneira ampla os acontecimentos e bastidores da Semana de 22 e propõem análises inéditas sob vários aspectos. Em 1972, nas comemorações de 50 anos do evento, Carlos Drummond de Andrade descreveu aquelas agitadas noites como um “grito no salão bem-comportado”, uma manifestação que seguia viva, ressoando. Outros 50 anos se passaram e a Semana chega ao seu centenário mais viva do que nunca – o grito modernista segue ecoando pelos salões e influenciando as artes, a cultura e intelligentsia brasileiras.

[09/02/2022 07:00:00]