Drummond e o grupo modernista mineiro
PublishNews, Redação, 09/02/2022
Em livro publicado pela Todavia, Sergio Miceli apresenta um novo olhar sobre o modernismo brasileiro

Desde os anos 1970, Sergio Miceli se destacou como estudioso da trajetória de intelectuais. Seus muitos trabalhos transformaram o modo de entender as relações entre cultura e sociedade. Lira mensageira (Todavia, 264 pp, R$ 74,90) dá continuidade a esse projeto. No centro da análise estão Carlos Drummond de Andrade e seus contemporâneos em Minas Gerais. Aos vinte e poucos anos, Drummond dispunha de menos trunfos que os colegas. Sua formação dera-se em farmácia — o caminho natural seria o direito. Havia acabado de consumar um casamento que não lhe trouxe capital econômico ou social. E sua família estava falida. A proximidade com Gustavo Capanema, interventor em Minas e mais tarde homem forte do Estado Novo, é a chave que torna inteligível não só o seu percurso profissional na juventude, mas também as possibilidades de sua expressão poética. Lira mensageira traz ainda olhares sobre o modernismo paulista e sobre a classe política na Era Vargas. Em ensaio com foco nas obras de estreia de Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Ribeiro Couto, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Miceli traça um panorama do escrete literário que integraria a Semana de 22. No terceiro e último texto, o autor examina a elite política dos anos 1930 e 1940 a partir do embate entre a União Democrática Nacional e o Partido Social Democrático.

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[09/02/2022 07:00:00]