Em janeiro, a GfK, instituto de pesquisa que monitora o mercado livreiro no Brasil – e em outros dez países –, registrou queda de 7% no número de exemplares vendidos, quando comparado com igual período de 2020. O faturamento apresentou, naquele período e nessa mesma base de comparação, queda de 11%. Mas, em fevereiro, as velas do setor livreiro mudaram de posição e o que se viu foi crescimento importante tanto em valor, quanto em volume. Entre os dias 8 de fevereiro e 7 de março de 2021, o instituto de pesquisa registrou a venda de 5,4 milhões de unidades, o que resultou em faturamento de R$ 248 milhões. Em igual período de 2020, a GfK tinha registrado a venda de 3,4 milhões de exemplares e faturamento de R$ 174 milhões. Os resultados de agora representam crescimento de 59% em volume e de 42% em valor. As varejistas monitoradas praticaram desconto médio de 17,4% no preço final ao consumidor, patamar superior ao registrado em fevereiro 2020, quando a GfK anotou desconto de 10,9%. A suspensão dos feriados de momo em muitas cidades do país parece que levou muitos brasileiros ao livro. Resultado semelhante foi notado pela Nielsen, outro órgão que monitora o varejo de livros no Brasil. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

Nesta terça (13), J.K. Rowling – criadora do fenômeno mundial Harry Potter – anunciou que lançará em outubro, seu novo livro infantil, The Christmas Pig. Com lançamento previsto para 12 de outubro, a obra sairá por aqui pela Rocco e será publicada simultaneamente no Reino Unido, na Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Índia pelo Hachette Children’s Group, nos EUA e no Canadá pela Scholastic e em mais de 20 traduções por editoras do mundo todo. Com título em português ainda a ser definido, The Christmas Pig é uma aventura e dinâmica sobre o amor de um menino por seu brinquedo preferido e a que extremos ele chega para encontrá-lo. É uma história independente, sem relação com nenhuma obra anterior de Rowling, apropriada para crianças a partir de oito anos. The Christmas Pig é o primeiro romance infantil da autora desde Harry Potter e sucede a fábula O Ickabog, publicada no ano passado, em uma série gratuita para as crianças. Por aqui, a obra será editada pela Rocco em formato especial, com capa dura, apresentando desenhos em preto-e-branco do ilustrador Jim Field. O projeto de capa será revelado nos próximos meses.

No Rio Grande do Sul, sempre que alguém consegue ultrapassar as fronteiras do estado e ganhar o mundo, costuma-se dizer que "atravessou Vacaria", em referência à cidade do Noroeste do estado, quase na divisa com Santa Catarina. Pelo menos é essa a expressão que Ivan Pinheiro Machado usa para contar como a L&PM, fundada em parceria com Paulo Lima nos anos 1970, ganhou o Brasil. Num movimento contrário, a rede Leitura de livrarias atravessou Vacaria, no sentido oposto. É que nesta segunda-feira (12), a rede mineira abriu a sua primeira loja no estado. Localizada no Barra Shopping, em Porto Alegre, a loja tem 520m² e abriga um mix de produtos que inclui livros, papelaria, material de escritório, informática e área geek. Chegando ao Rio Grande do Sul, a Leitura está presente em 21 estados brasileiros. Na semana passada, a Leitura inaugurou mais uma loja no seu estado natal. A 24ª loja em solo mineiro foi aberta no Center Shopping Uberlândia. Com essas duas inaugurações, a rede contabiliza 84 unidades, consolidando-se como a maior rede de livrarias em número de lojas do país e não deve parar por aí. Ainda em abril será inaugurada a loja do Shopping Grande Rio, em São João de Meriti (RJ), e em maio estão programadas as lojas do Shopping Interlagos, em São Paulo, e a do Shopping Tijuca, no Rio. Para 2021 a Leitura irá manter a política de expansão com previsão de encerrar o ano com 92 lojas.

Nessas minhas andanças literárias, como escritora, professora, curadora e produtora cultural já aconteceu de tudo e aprendi muito com o convívio com alguns dos grandes mestres da nossa literatura. E é um pouco desse tudo que pretendo dividir com vocês aqui nessa minha coluna no PublishNews, intitulada Escrever para Lembrar: o que os grandes escritores me ensinaram. Começo lembrando um dos fatos, talvez, mais marcantes do início da minha vida de escritora: uma briga com Carlos Drummond de Andrade. Nessa minha estreia aqui no PN, justifico o injustificável. Clique no Leia Mais e acesse a íntegra da coluna.

Há um ano, a Bookwire, distribuidora alemã de conteúdos digitais, realizou a primeira edição da All about audio, conferência digital internacional que apresenta tendências do negócio de áudio da perspectiva dos editores. No ano passado, o evento reuniu mais de mil participantes, incluindo representantes de grandes atores dessa cadeia como HarperCollins, Pearson, Penguin Random House, Wondery, Audible, Apple, Google, Universal Music, Rakuten Kobo, Ingram, Storytel, BBC, Walt Disney e Nielsen. Agora, no dia 20 de maio, às 10h (horário de Brasília) acontece a segunda edição desse evento, novamente realizado pela Bookwire e Digital Publishing Report. Com o crescimento do mercado global de audiolivros e podcasts, surge também um enorme potencial para editores e empresas de mídia, mas como elas podem responder às complexidades do mercado? Quais estratégias certas para alcançar novos públicos, explorar novos canais de vendas digitais e aproveitar novos modelos de negócios? E ainda, quais soluções de tecnologia existem no mercado para ajudar a acelerar esse crescimento? Digital e gratuita, a conferência deste ano será guiada por essas perguntas e terá os principais especialistas na área para discutirem novamente o que está impulsionando o mercado, quais gêneros, histórias e produções de estúdio estão criando os mais recentes best-sellers e quais modelos de negócios podem impulsionar o crescimento futuro. A programação será divulgada em breve, mas por enquanto, você já pode se inscrever no evento clicando aqui.

Na próxima semana, de 19 a 23 de abril, a Oficina Raquel, com patrocínio da Lei Aldir Blanc e apoio institucional do Educativo da Flip, realiza o Rio que lê. Criado com o objetivo principal de estimular o desenvolvimento dos profissionais da área da educação, o evento pretende formar e capacitar agentes difusores e incentivadores da leitura, contribuir com o desenvolvimento cultural e estimular a leitura como ferramenta de melhoria do ensino-aprendizagem. Durante a semana, a editora independente realizará 15 encontros nos quais profissionais da educação estarão em contato direto com profissionais do livro para uma troca direta de conhecimento. No dia 19, o Rio que lê abre sua programação às 14h, com a mesa Por que ler os clássicos, que contará com a participação da escritora Ana Maria Machado e mediação de Nilma Lacerda. Às 16h, Taty Leite ministra a oficina Como manter os alunos engajados nas aulas on-line. Durante a semana, passarão pelo evento Anna Claudia Ramos, Roger Mello, Júlio Emílio Braz, Luciana Nabuco, Volnei Canônica, Rui de Oliveira, Marcos Lima, a escritora Cidinha da Silva, a professora Maria Clara Carneiro e a ilustradora e designer Raquel Matsushita. As mesas serão exibidas pela página do Facebook e YouTube da Oficina Raquel.

Bill Gates passou uma década investigando as causas e os efeitos da mudança climática. Com a ajuda de especialistas nas áreas de física, química, biologia, engenharia, ciência política e finanças, ele se concentrou no que deve ser feito para impedir uma catástrofe ambiental. Em Como evitar um desastre climático (Companhia das Letras, 304 pp, R$ 59,90 – Trad.: Cássio de Arantes Leite), o fundador da Microsoft não explica apenas por que precisamos zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa, mas também detalha como podemos atingir esse objetivo e superar os desafios que temos pela frente. A partir de sua experiência em inovação e de tirar ideias do papel, Gates descreve como a tecnologia já vem ajudando a reduzir as emissões, onde e como ela pode funcionar de forma mais eficaz, em quais setores precisamos de novidades e quem são os pesquisadores por trás delas. Finalmente, ele apresenta um plano prático para zerar as emissões, que inclui desde as políticas públicas até as atitudes que nós, cidadãos, podemos tomar a fim de monitorar o trabalho do governo, de nossos empregadores e de nós mesmos.

Por quanto tempo seremos observadores dos numerosos desastres ecológicos e estaremos submetidos à administração das catástrofes e das miragens de um capitalismo verde, a ponto de testemunharmos passivamente o desenrolar de uma história futura “sem nós”, um verdadeiro exílio sem volta? Movida pela urgência de afastar esse destino, a economista e ambientalista francesa Geneviève Azam escreve Carta a Terra: e a Terra responde (Relicário, 164 pp, R$ 45,90). No texto, Azam fala de seu pavor, de seus apegos e da possibilidade de uma insurreição ética e política para defender o planeta e os diversos mundos que ele abriga. Ela relembra a história e o desenvolvimento da humanidade no planeta, trazendo referências científicas, filosóficas e até mesmo literárias. Como podemos nos aliar, pergunta Azam, para resistir a tanta injustiça e degradação? Sabemos que a Terra se rebela. Ameaça, frustra as “leis” da economia e sabota os projetos de uma onipotência ilusória. Seu lado selvagem também tem o poder de despertar nossos sentidos sufocados e fazer vislumbrar um outro modo de habitá-la. O livro conta com uma nova apresentação, feita especialmente para a edição brasileira, escrita pela autora neste momento de pandemia da Covid-19, prefácio de Ailton Krenak e tradução e texto de quarta capa da escritora Adriana Lisboa.

Depois de causar tantos danos ao planeta, será que conseguimos transformar a natureza, mas dessa vez para nos salvar? Em Sob um céu branco (Intrínseca, 224 pp, R$ 49,90 - Trad.: Maria de Fátima Oliva do Coutto), Elizabeth Kolbert, vencedora do Pulitzer pela obra A sexta extinção, entrevista biólogos, engenheiros genéticos e atmosféricos e outros especialistas para tentar responder a essa pergunta e mostrar ao leitor como os cientistas estão remodelando a Terra. Com uma linguagem direta e por vezes bem-humorada, este livro é uma injeção de esperança e informação, e aponta que ainda há tempo de corrigir os problemas que colocam em risco a vida como a conhecemos. Ao longo de sua trajetória, Kolbert encontra biólogos tentando preservar o peixe mais raro do mundo, que vive em uma pequena piscina no meio do Mojave; engenheiros transformando a emissão de carbono em pedras na Islândia; pesquisadores australianos desenvolvendo um “supercoral” capaz de sobreviver a temperaturas mais altas; e físicos analisando a possibilidade de atirar fragmentos de diamantes na estratosfera para refrescar a Terra. Kolbert reflete ainda, como muitas formas de intervenção que colocaram a Terra em risco estão cada vez mais sendo vistas como a única esperança para sua salvação.

Em Um mapa da ideologia no Antropoceno (Estação das Letras e Cores, 186 pp, R$ 68), o jornalista, professor e pesquisador Vinicius Prates oferece ao leitor um panorama das principais correntes do pensamento ecologista. O Antropoceno é a atual era geológica. Ele se caracteriza pelo assujeitamento da trama ecológica à atividade de uma espécie que busca conhecimento. A natureza, antes percebida como um lugar exterior à cultura, é agora sobredeterminada pelo elemento humano. A partir de conceitos de análise discursiva, Prates remonta os preceitos filosóficos que orientam cada uma das correntes, seu desenvolvimento político e histórico, até sua incorporação nos dispositivos institucionais do presente. No livro são abordados, em três seções distintas, o ecologismo profundo, o ecologismo reformista e o ecologismo radical. Ao tempo em que as vai desvelando, o texto estabelece as nuances que geram o antagonismo entre elas, além de desdobrar, por sua vez, as próprias tensões internas que as atravessam.