A GfK e a Associação Nacional de Livrarias (ANL) publicaram a décima edição da pesquisa que acompanha o desempenho do varejo de livros no Brasil. Na comparação com igual período de 2017, analisando o período de 3 a 30 de setembro, houve aumento tanto em valor (1,2%) quanto em volume (8,6%). Em números absolutos significa dizer que em 2018 foram vendidos 3,8 milhões de unidades, o que resultou num faturamento de R$ 142,3 milhões. Já o preço médio do livro novamente apresentou uma queda de 6,9%, fechando o mês em R$ 37,3. No acumulado do ano, já foram vendidas 40,7 milhões de unidades e o crescimento nominal em faturamento é de 4,2%, totalizando R$ 1,75 bilhão desde o início do ano até agora. As livrarias continuam com um desempenho positivo apresentando crescimento de 3,6% em faturamento no ano e sendo responsável por 92,1% das vendas de livros. Clique no Leia Mais para conferir outros detalhes da pesquisa.

A 64ª Feira do Livro de Porto Alegre começa hoje na Praça da Alfândega, no Centro Histórico da capital gaúcha, e nos próximos dias, pretende dar destaque para temas como a diversidade e representatividade feminina na literatura, política, neoliberalismo e história. O PublishNews também estará presente no evento pelo segundo ano consecutivo para realizar uma programação profissional, focada em discutir não só a atual crise do mercado editorial, mas sobretudo, saídas para ela. O Pub-Livro acontecerá nos dias 2 e 3 de novembro, no Auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223 - Centro Histórico - Porto Alegre / RS), com entrada gratuita. Amanhã o dia começa com uma mesa sobre Gestão financeira de pequenas editoras, com André Castro, seguido de um papo sobre como os metadados podem ajudar a vender mais livros, com Ricardo Costa (Metabooks); e por uma mesa especial sobre como o mercado reinventou o clube do livro, com Cynthia Spaggiari (Leiturinha) e Fernando Nuno (Círculo do Livro). Para encerrar o dia, Mariana Bueno (Fipe) apresentará para o público os números do mercado na mesa Onde estamos e para onde vamos. A participação no Pub-Livro é gratuita, mas é necessário preencher um formulário. A programação completa do evento você confere clicando aqui.

Depois de um longo período de negociação, a Global assinou ontem (31) um contrato com os herdeiros de Guimarães Rosa e passará, a partir de 2019, a publicar toda a obra do autor, exceto Grande Sertão: Veredas, que sairá pela Companhia da Letras em fevereiro. Sob a supervisão editorial de Gustavo Henrique Tuna, os primeiros livros a serem publicados serão Sagarana, Primeiras estórias, Zoo e Fita verde no cabelo (infantis), A hora e a vez de Augusto Matraga, Manuelzão e Miguilim. “Quando cerca de 50% da obra estiver publicada em edições individuais, o que deve demorar dois anos no máximo, começamos a preparar o volume da obra completa para sair pela Nova Aguilar com Grande Sertão: Veredas, inclusive”, contou Luiz Alves Júnior, fundador da editora. Casas como a Companhia das Letras, Todavia e Rocco estavam na disputa por esse contrato. “Ganhamos pelo trabalho que fazemos, não pela proposta financeira embora ela tenha sido alta. Mas é compensador”, explicou Luiz. Com grandes nomes como Manuel Bandeira, Cora Coralina e Cecília Meireles e Antonio Candido em seu catálogo, a editora agora tem mais um grande nome para tomar conta. “Os livros de Guimarães Rosa envolvem os leitores com sua linguagem poderosamente criativa e com seu modo único de conceber personagens e histórias de um Brasil profundo. A editora está motivada diante do desafio de reposicionar mais uma obra fundamental da literatura de língua portuguesa”, afirmou Jefferson Alves, Diretor Editorial da Global.

Em maio, o Prêmio Jabuti anunciou uma série de mudanças para sua 60ª edição com o objetivo de voltar o foco do prêmio para o leitor. Dentre as mudanças apresentadas, está a diminuição do número de categorias que passou de 29 para 18 e a partir daí surgiram as críticas por conta da junção das categorias infantil e juvenil. Há menos de uma semana da cerimônia do prêmio, e depois de três reuniões e diversos telefonemas durante a Bienal, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e a Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEILIJ) entraram em um acordo e redigiram uma carta com sugestões para a valorização da literatura destinada aos públicos infantil e juvenil e com propostas para a futura curadoria do prêmio. Segundo o comunicado enviado, as entidades reconhecem que é importante salvaguardar as instituições, fortalecendo seus laços e compromissos com a literatura e com o público leitor. Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra da carta.

Contrariando a decisão que tomou no ano passado de transformar o Fórum das Letras de Ouro Preto em bienal, Guiomar de Grammont se uniu ao Sesc e inicia hoje a 14ª edição do evento literário. Até o dia 4 de novembro, com o tema Emergências: literaturas e outras narrativas, o Fórum homenageará os poetas Guilherme Mansur e Paulo Leminski com uma programação inteiramente gratuita e pensada pela Universidade Federal de Ouro Preto. Guiomar destaca que a realização do evento, este ano, é especialmente importante. “Estamos em um momento de emergências na história do Brasil, em que todos os nossos valores estão sendo colocados em xeque". Oito mesas integram a programação do evento com temas que vão dos desafios para a criação e manutenção de uma revista literária até as identidades de escrita. Os bate-papos serão sediados em dois espaços: no Anexo do Museu da Inconfidência e na Casa da Ópera – o mais antigo teatro das Américas ainda em funcionamento, que, pela primeira vez, receberá os debates principais. Clique no Leia Mais para saber outros detalhes da programação que contará com nomes como Conceição Evaristo e Milton Hatoum.

A editora Brinque-Book inaugurou um novo projeto no qual pretende trazer ao Brasil, todos os anos, um autor internacional. Para começar, a editora escolheu o autor e ilustrador australiano, Stephen Michael King, dono da obra O homem que amava caixas e que já tem 23 livros editados pela Brinque-Book. Stephen chega ao Brasil neste domingo (4) para lançar o livro O urso de todas as cores (40 pp, R$ 41,30 - Trad.: Gilda de Aquino) na Feira do Livro de Porto Alegre. A obra conta a história de um urso branco que todos os dias acordava colorido. Uma fábula sobre afeto, infância e brincadeira. No dia 5, o autor participa de mais duas atividades na feira: às 10h30, ele se encontra com alunos do Ensino Fundamental no Teatro Carlos Urbim, pelo ciclo O Autor no Palco; e às 17h30, participa de uma conversa sobre ilustração e literatura infantil. Seguindo com a agenda, Stephen tem mais dois compromissos no dia 10 de novembro, um na Livraria da Vila Lorena e outro na NoveSete.

Conhecido pelas aulas e dicas preciosas sobre biografia, Ruy Castro conduz, pela primeira vez, cinco cursos sobre outros gêneros literários na série 5x Ruy Castro. Realizado no Instituto Estação das letras, o autor irá falar sobre jornalismo, biografia, reconstituição histórica, ficção histórica e crônica em cinco encontros com quem praticou (e pratica) esses gêneros. As aulas com Ruy acontecerão nas segundas-feiras, do dia 5 de novembro a 3 de dezembro, sempre das 18h às 21h. Cada um dos módulos do curso custa R$ 250, sendo que quem fizer dois deles ganha 10% de desconto e três ou mais módulos, 20%. Também inédito é o workshop Ofício de escrever, ministrado por Frei Betto, outro ícone do cenário nacional, autor de mais de 60 livros publicados e obras traduzidas em 23 idiomas. A aula acontece dia 9 de novembro, das 16h às 19h. “Os participantes terão sua experiência como autores posta à prova de modo direto, sem tantas subjetividades, mas de forma a perceberem em um breve espaço de tempo os possíveis problemas e/ou qualidades de seus textos”, adianta Suzana Vargas. Segundo ela, em ambos os casos, um dos objetivos do Instituto é colocar os alunos e interessados em contato com grandes nomes do jornalismo e da literatura para que aprendam diversas formas de produzir textos. O encontro custa R$ 200.

Poetas se desnudam. Desnudam suas tristezas, seus ideais, seus pensamentos sublimes. Mas poucos foram os ­poetas que se mostraram ao mundo como Charles Bukowski – que, mais do que “velho safado”, bêbado e jogador, escrevia destemidamente sobre o sujeito comum, repleto de defeitos. Isso é o que o leitor encontrará na obra Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido (L&PM, 312 pp, R$ 44,90) livro de poemas, publicado originalmente em 1986 e até hoje inédito no Brasil. Estão aqui sua infância nem um pouco invejável, sua relação com as mulheres, com a bebida e o jogo, sua identificação com felinos, suas angústias existenciais, seus devaneios de escritor marginal e um je ne sais quoi que o conecta ao fracasso e à sordidez que habitam o ser humano. A profundidade nunca foi tão simples e honesta quanto nos versos de Bukowski.

Sebastopol (Alfaguara, 120 pp, R$ 44,90) reúne três histórias distintas entre si, mas repletas de relações sutis que as unem. Juntas, formam uma narrativa múltipla que subverte a estrutura clássica de um conto ou uma novela. Uma escaladora sofre um acidente no Everest que muda o rumo de sua vida e, anos depois, assiste a um vídeo de uma artista desconhecida que parece narrar a sua história. Um homem, de passagem por uma pousada desativada no centro-oeste brasileiro, desaparece misteriosamente, e aos poucos ficamos sabendo de sua vida pregressa. Uma jovem e um velho diretor de teatro escrevem juntos a história de um pintor russo que nunca chegou a terminar uma de suas principais obras. “Dezembro”, “Maio” e “Agosto”. Os três contos de Sebastopol, escritos por Emilio Fraia, tratam de vidas que mudam bruscamente, de anseios cambiantes, de um momento histórico turvo, em que as promessas de futuro parecem mutiladas, interrompidas. São histórias dentro de histórias, acidentadas biografias que, colocadas lado a lado, sugerem uma visão singular do nosso tempo.

O poeta, professor e compositor Abel Silva lança este mês o livro Fôlego (7 Letras, 88 pp, R$ 39). A obra, escrita juntamente com o recém lançado CD O encontro inédito de Roberto Menescal e Abel Silva, chegam agora ao mercado para celebrar os seus 50 anos de carreira. “Estes trabalhos desenham esse caminho de paixão, alegria e espinhos, opção e destino de uma vida”, comemora Abel. A obra traz 70 poemas que falam de amor, esperança e temas atualíssimos que abordam a dura realidade brasileira e mundial como Born in the USA, sobre um serial killer e Anátema, sobre a tragédia ambiental de Mariana. Fôlego será lançado no dia 13 de novembro, a partir das 19h, no Bar Belmonte (Rua Jardim Botânico 617 – Rio de Janeiro / RJ).

Logo depois da publicação da Antologia poética (1954), o Roteiro lírico e sentimental da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde nasceu, vive em trânsito e morre de amor o poeta Vinicius de Moraes (Companhia das Letras, 104 pp, R$ 49,90) seria anunciado em praticamente todos os lançamentos de Vinicius de Moraes. Era um título “no prelo”, ao qual o poeta se dedicou com afinco por muitas décadas. Apesar de tão aguardado, o volume inacabado só ganharia forma de livro postumamente, com organização de José Castello, em 1992. A presente edição, com seleção e apresentação do poeta e pesquisador Daniel Gil, traz um Vinicius de Moraes bem-humorado, curioso, encantado pela geografia da cidade e por seus elementos de cultura popular, como as tradicionais cantigas e as modinhas. Nesta verdadeira ode ao Rio de Janeiro e às suas transformações, Vinicius recorda: “Havia a gruta de pedras no fundo do córrego, cheia de morcegos que eram os reis do tirar fino. Namorava-se no bananeiral. Quando eu voltava para casa à noite, minha rua me parecia mais misteriosa”.

Tentativas de fugir do massacre da rotina, uma possibilidade de alcance onírico, onde o belo e a forma são agentes transformadores. Na obra O despertar (Jaguatirica, 220 pp, R$ 45,90), os poemas de Cláudio Furtado e Mauro Andrade, junto às ilustrações de Kerrys Aldabalde, permeiam uma série de descobertas espirituais e são também denúncias sobre o caos urbano, o poder, a massificação e o condicionamento sem emoção. Para os autores, o século XXI representa um passo na maturidade da percepção humana. “Trazemos reflexões simples do dia a dia, abordando muitos assuntos como quem provoca esse despertar”. Cada poesia da obra, dividida em sete capítulos, interage com as demais e têm como objetivo gerar questionamentos, sentimentos e reflexões no leitor.