Ao que indica o Painel das Vendas de Livros no Brasil, que mensalmente faz um raio x do varejo de livros no país, 2017 foi um ano bom para esse segmento. A 13ª edição do documento realizado pela Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) aponta que, no acumulado do ano, as vendas de livros tiveram um aumento de 4,55% em volume. Isso quer dizer que as varejistas monitoradas pela Nielsen venderam 1,8 milhão de exemplares a mais do que em 2016. Em faturamento, o crescimento foi de 6,15%, o que corresponde um aumento de R$ 100 milhões a mais do que o apurado em 2016. Além do consolidado do ano, o Painel trouxe os números do varejo de livros no 13º período, que compreende o intervalo de 4 a 31 de dezembro. Em comparação ao igual período de 2016, houve crescimento de 4,97% no faturamento, enquanto que o número de exemplares vendidos se manteve estável, em 0,24%. A semana de natal, inserida dentro desse 13º período, foi especialmente boa para o varejo de livros em 2017, aponta o relatório. O Painel mostra que, na comparação ao mesmo período de 2016, houve crescimento de 16% no faturamento e de 10% em volume. Clique no Leia Mais, tenha acesso à mais informações e à íntegra do Painel.

No fim de 2017, o PublishNews já tinha feito a sua retrospectiva do ano, quando a Cultura anunciou que tinha comprado a Estante Virtual, plataforma de marketplace de venda de livros novos e usados capitaneada por Richard Svartman. A notícia agora é que Svartman assume toda a área de e-commerce da Cultura e, consequentemente, da Fnac Brasil, passando a desempenhar as novas funções enquanto se mantém à frente da Estante Virtual. Com este movimento, a Cultura dá início efetivamente ao processo de entrosamento das operações de e-commerce das três marcas das quais é dona. O anúncio da incorporação de Svartman dentro da estrutura do grupo da família Herz é feito junto com outro igualmente importante: os sites do Carrefour e do Magazine Luiza são os novos marketplaces da Livraria Cultura em uma operação da rede para a venda de mercadorias no e-commerce. Clique no Leia Mais para ter mais detalhes.

“A gente precisa aprender a caminhar antes de correr”, disse Christian Grey, personagem criado por E.L. James na série 50 tons de cinza. Na semana passada, o livro Mais escuro (Intrínseca), o segundo da série Grey, spin off de 50 tons, chegou devagarinho (modo de dizer) na lista. Ocupava a 12ª da Lista Geral, com “apenas” 2.856 exemplares vendidos na sua semana de estreia. Agora, Mr. Grey começa a mostrar a sua potência. Nessa semana, as vendas do livro dispararam e Mais escuro veio parar no topo da Lista Geral, com 7.510 exemplares, deixando Extraordinário (Intrínseca) e Origem (Arqueiro / Sextante) na poeira, ocupando, respectivamente, a segunda e a terceira posições. O fenômeno impulsionou a venda de outros títulos das séries. Grey (Intrínseca), que há duas semanas não aparecia na lista e que na semana passada reapareceu na 20ª posição da Lista de Ficção, subiu também e fechou essa semana ocupando na 17ª posição. 50 tons de liberdade (Intrínseca), o terceiro da “série-mãe” e cujo filme deve chegar aos cinemas em fevereiro, ressurgiu das cinzas (com o perdão do trocadilho) e vendeu 576 exemplares na semana, o que lhe garantiu a 20ª posição da Lista de Ficção. Clique no Leia Mais e veja outros detalhes da lista dessa semana.

O Almanaque do Pensamento 2018, o "Mais Completo Guia Astrológico", da Editora Pensamento-Cultrix, é provavelmente o último almanaque ainda vendido nas bancas de jornal. Está em seu 106º ano! Em sua primeira edição, para o ano de 1913, o Almanach D´”O Pensamento” era Scientifico, Astrologico, Philosophico e Literario e “ornado de numerosas gravuras”. A edição de 2018 anuncia em sua capa Previsões Astrológicas, Horóscopo Chinês e Numerologia e oferece seções tais como: data do começo das estações; data das eclipses; fases da lua mês a mês; tábua solar (posição do sol a cada cinco dias e o signo correspondente); tabela de entrada do sol nos signos do zodíaco; como aproveitar as horas planetárias para sincronizar suas atividades importantes com as horas mais favoráveis de cada planeta, além de tábua de horário da semana de acordo com a regência planetária. O almanaque (almanach ou almanak) constituiu um gênero impresso muito difundido e popular no Brasil e em outros países, atualizando e ao mesmo tempo mantendo uma tradição, um formato editorial e gráfico e uma linguagem próprias. Lançados em geral no final ou no começo do ano, os almanaques sempre apresentaram uma mescla muito peculiar de informações úteis (muito além do atual horóscopo), tais como calendário e feriados nacionais e religiosos, dias dos santos, tarifas do correio, dados agrícolas, fases da lua para o plantio e muitas outras. Mas o que significa, em 2018, em pleno século 21, manter uma publicação impressa como o Almanaque Pensamento, que tem exatas 200 páginas de previsões astrológicas e outras previsões para todos os dias do ano? Nenhum dia escapa, nenhuma hora, se quisermos aproveitar bem as suas tabelas e possibilidades. Roney Cytrynowicz responde em sua coluna.

A Amazon e a editora Nova Fronteira anunciam, na última quarta-feira, que O memorial do desterro, de Mauro Maciel, venceu a segunda edição do Prêmio Kindle de Literatura. Para ser elegível ao prêmio, o livro foi publicado com a ferramenta de autopublicação da Amazon, Kindle Direct Publishing (KDP), e está disponível exclusivamente em e-book na Loja Kindle no Brasil e internacionalmente. O livro vencedor será publicado em versão impressa pela Nova Fronteira, e seu autor, Mauro Maciel, receberá um prêmio em dinheiro no valor de R$ 30 mil. Clique no Leia Mais e conheça a obra vencedora.

O Wattpad, a “multiplataforma para histórias originais” que reportou crescimento de 40% no ano passado, recebeu de investidores um aporte de 61,2 milhões de dólares canadenses, algo em torno de US$ 51 milhões. Com esse dinheiro, a plataforma de leitura e escrita quer expandir para outras áreas do entretenimento, como TV, filmes e mídias digitais, adaptando histórias publicadas pela plataforma em outros formatos. Hoje, o Wattpad tem 65 milhões de usuários que já subiram mais de 400 milhões de histórias. Entre os novos investidores estão a gigante chinesa Tencent Holdings Limited e os fundos BDC; Globe Telecom’s Kickstart Ventures; Peterson Group e o Raine, grupo que já tinha feito outros aportes na companhia.

O escritório da Feira do Livro de Frankfurt em Nova York (EUA) se juntou com a Publishing Perspectives para lançar o Salão do Livro Infantil em Nova York. O evento que acontece nos dias 23 e 24 de janeiro tem como objetivo se tornar um ponto de encontro de editores internacionais de livros infantis onde possam trocar experiência, conhecer novos títulos e discutir questões comuns relacionadas a esse segmento do mercado. Cerca de 30 profissionais de nove países foram convidados para participar do Salão e lá terão a chance de se encontrar com editores de 30 casas editoriais da Terra do Tio Sam. No dia 23, o evento acontece no Goethe Institut de Nova York e terá uma palestra com David Walter, diretor de desenvolvimento de negócios do NPD Group sobre tendências para mídias infantis. No dia seguinte, os participantes internacionais fazem visitas aos escritórios da Scholastic e da Penguin Random House, onde terão a chance de encontrar com editores e diretores de direitos para discutir os últimos avanços do mercado americano de livros infantis.

Escrito e ilustrado pela autora italiana Silvia Borando, O livro gato (Carochinha, 28 pp, R$ 39,90) aposta na interatividade dos pequenos leitores com as imagens durante a leitura, transformando o livro no próprio personagem principal, um gato. A cada página, a criança recebe uma orientação de como cuidar do gato: fazer carinho na barriga, enxugar o pelo, tirar as pulgas, fazer carinho e outras atividades relacionadas aos cuidados de um bichinho de estimação. Originalmente, o título faz parte do catálogo da editora italiana Minibombo.

Há um gato metido nos sonhos de Gabi. Lá dentro, mergulhando na noite escura, ele ronrona, mia, afia as garras e atiça a fantasia. Salta e se deita pelas profundezas do sono com seu estilo roliço e sinuoso. Cá do lado de fora, porém, Gabi e Gato ainda não se conhecem. Mas, um dia, uma surpresa aguarda a menina do outro lado da rua, ao acaso, escondida numa caixa de papelão. Com Gato e Gabi (Escrita Fina, 24 pp, R$ 34,90), Hellenice Ferreira e Martha Werneck constroem uma história com aura de sonho, ao mesmo tempo em que perseguem o lado adoravelmente selvagem que enlaça bicho e menina. Os versos, cheios de sonoridade, convidam a passear pela história e descobrir mais sobre o encontro entre Gabi e o felino.

Todos sentimentos frio, fome, medo, calor ou raiva. É esse importante aspecto que aproxima os seres humanos que a obra Gente de cor, cor de gente (FTD, 32 pp, R$ 45) ressalta. Mauricio Negro apresenta um livro-imagem que parte do eufemismo “gente de cor” para tratar de questões urgentes, como preconceito, tolerância e diversidade. A cada virada de página, o leitor se depara com dois personagens: um tem a pele negra, o outro tem a pele de outra cor. Lado a lado, eles vivem momentos de fome, frio, medo, calor, raiva, diversão, alegria… A conclusão fundamental do livro é a de que, não importa a cor da pele, somos todos seres humanos e compartilhamos das mesmas angústias, desejos, felicidades e tristezas. A obra usa os tons vibrantes e os contrastes para propor uma reflexão que ultrapassa os limites da questão racial e amplia a paleta de “cores de gente”. Propõe, portanto, a reflexão sobre a igualdade, o respeito e a convivência. O ator Lázaro Ramos assina o texto da quarta-capa.

Em A infância do Brasil (Avec Editora, 96 pp, R$ 39,90), o premiado quadrinista José Aguiar lança seu olhar sobre a história do Brasil não pela perspectiva dos grandes eventos, mas pela das pessoas comuns, pelo viés da infância. Nela o autor atravessa nossa história cheia de contradições, abusos, descaso, abandono, entre outras situações que insistem em não ficar para trás. “Entender como tratamos nossas crianças reais, desde o início de nossa história oficial, é uma forma de sensibilizar nossos leitores sobre o que aprendemos, o que mudou e o que permanece em mais de cinco séculos”, afirma o autor. A Infância do Brasil é sobre refletir o presente a partir do nosso passado para, quem sabe, projetarmos um futuro melhor. Esta edição ainda conta com prefácio da historiadora Mary del Priore e textos finais sobre o contexto histórico de cada capítulo.

Blimundo era um boi alegre, enorme e que podia falar com todos os seres. Vivia pelas montanhas, entre as arvores e era dono do seu destino. Mas sua força e sua autonomia incomodavam muito o Senhor Rei Morgado, dono dos escravos e canaviais. O mugido do boi livre era um chamado à liberdade dos oprimidos. Então o Rei ordenou a caçada de Blimundo. Mas não há exército capaz de derrotar Blimundo, que entre coices para todo lado, muge com valentia. Há, porém, um rapaz franzino, tocador de cavaquinho, que conhece o maior segredo de Blimundo, e que apresenta ao rei um plano infalível para capturá-lo. Blimundo – O maior boi do mundo (Rocco, 40 pp, R$ 64,90) é um conto da tradição popular de Cabo Verde, recontado por Celso Sisto e ilustrado pela pernambucana Elma.

Afeto, companheirismo e sentimento de perda são alguns dos temas abordados na narrativa Areia na praia (Editora do Brasil, 32 pp, R$ 46,60), que conta a história de amizade entre uma menininha e sua cachorra. A garota e a cadelinha desbravam e descobrem o mundo juntas. Mas, ao ser solta da coleira, Areia foge e desaparece na imensidão da praia. A história sobre amizade verdadeira entre pessoas e seus animais de estimação tem muito da experiência da autora, Elma, que desde criança sempre teve bichinhos. A publicação leva o leitor à reflexão sobre a relação entre seres diferentes. “É permitir que o meu mundo, tão diferente, faça parte do mundo do outro e vice-versa”, completa a autora.