Em 2016, a Black Friday era como uma tábua de salvação para aquele ano que foi muito ruim para o varejo de livros no Brasil. Não chegou a salvar a lavoura completamente (o ano fechou com queda de 9,2% no faturamento), mas evitou que o rombo fosse ainda maior. Em 2017, o varejo talvez não precisasse de uma tábua de salvação, já que desde fevereiro, a venda de livros em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento vem apresentando crescimentos sucessivos. Mas a expectativa era grande para a sexta-feira que os brasileiros já incorporaram aos seus calendários de compras. O Painel das Vendas de Livros no Brasil, realizado pela Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), aponta que no 12º período, que compreende o intervalo entre os dias 6 de novembro e 3 de dezembro de 2017, o varejo de livros vendeu 3.846.674 exemplares de livros. Esse número é 3,10% menor do que o apurado no ano passado, quando se venderam 3.969.804 cópias. No entanto, o faturamento cresceu 2,94%, saindo de R$ 132.755.570,90, em 2016, para R$ 136.661.055,13. Pegando um recorte específico da semana da Black Friday, esse fenômeno – de vender menos e melhor – é ainda mais evidente. Em volume, as vendas se mantiveram estáveis, com discreta queda de 0,64%, mas o faturamento no período cresceu 9,82%. Em números absolutos, significa que, na Black Friday de 2017, o varejo vendeu 1.480.963 cópias o que rendeu R$ 47.657.036,85. Clique no Leia Mais, veja outros destaques do Painel e tenha acesso à íntegra do estudo.

Encabeçando a chapa-única eleita em assembleia no dia 08 de novembro, Marcos da Veiga Pereira foi reconduzido à presidência do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) por mais um triênio (2017-2020). A posse aconteceu nesta quarta-feira (13), em sessão ordinária na sede da entidade no centro do Rio de Janeiro. A diretoria eleita tem três novos membros: Duval Guimarães (Somos Educação), Patricia Hespanha (HarperCollins Brasil) e Jose Maria Calvin Lechuga (Planeta). Paulo Lima (L&PM), Jorge Carneiro (Ediouro) e Jorge Oakim (Intrínseca) deixam o colegiado. Assim, permanecem na diretoria do SNEL Mariana Zahar (Zahar), Mauro Koogan Lorch (Guanabara Koogan), Eduardo Salomão (Imago), Suzana Sanson (Brinque Book), João Paulo Rocco (Rocco), Amarylis Manole (Manole), Martha Ribas (Casa da Palavra), Roberta Machado (Record), Mauro Palermo (Editora Globo), Renato Fleischner (Mundo Cristão), Emerson Santos (Positivo), Dante Cid (Elsevier) e Sérgio Windholz (Companhia das Letras). Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta nota.

O Sesi abriu esta semana as inscrições para o Edital 2018 do Território Sesi-SP de Arte e Cultura, que tem como objetivo fortalecer a produção artística local e regional. As inscrições serão feitas de forma exclusivamente on-line, pelo Sistema de Captação e serão selecionados mais de 600 apresentações culturais, em 39 unidades do Sesi-SP. No total, sete polos regionais irão receber as propostas dos artistas que, por sua vez, devem ter sua trajetória vinculada a alguma das mais de 600 cidades de jurisdição das unidades do Sesi, relacionadas no Edital. Poderão ser inscritos projetos nos mais variados gêneros desde música popular e erudita até narração de histórias literárias, que busquem promover a interação dos contadores de histórias e o público de todas as idades. As inscrições seguem até 19 de janeiro e os resultados da seleção serão publicados nos sites das unidades dos Polos Regionais, no dia 30 de março.

Como parte das ações que celebram os 75 anos da Record, blogueiros literários foram convidados para serem protagonistas da campanha de Natal do Grupo. Funciona assim, os blogueiros parceiros da editora do Rio e São Paulo indicaram o livro ideal para dar de presente nas comemorações de fim de ano e as peças serão veiculadas a partir desta sexta-feira (15) no metrô e em ônibus nas duas cidades. Livros como Muito além do inverno, de Isabel Allende; O maravilhoso bistrô francês, de Nina George; A força que nos atrai, de Brittainy C. Cherry; Testemunha, de Scott Turow e Um legado de espiões, de John LeCarré são algumas das obras que foram selecionadas. Apesar do foco ser o Natal, a ação ficará pelas cidades até 10 de janeiro.

Logo mais, a partir das 19h, o Espaço Cult (Rua Aspicuelta, 99 – São Paulo / SP) será palco de um encontro realizado pelo Oceanos - Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa. O evento começa com os escritores Michel Laub e André Sant’Anna pra falar sobre “Tipos contemporâneos”. Depois, às 20h30, Noemi Jaffe e Evandro Affonso Ferreira também participarão de um bate-papo que será mediado por Ronaldo Bressane. O evento é gratuito.

Diferentes vozes da literatura independente de Minas Gerais irão se encontrar na quarta edição da Textura (Rua Esmeralda, 298 – BH / MG), pequena feira de impressões e literatura que acontece neste sábado (16), a partir de 11h, no bairro de Prado da capital mineira. Com curadoria e idealização de Lucas Brandão e da editora Impressões de Minas, a feira expõe novidades para os amantes da sexta arte e também fomenta o mercado para editores, designers e artistas locais. Além da Impressões de Minas, o evento contará com a presença da Crisálida Editora e Livraria, Campos Livraria, Editora Moinhos, Anome Livros, Crivo Editorial, Estúdio Jabuti, Edições Chão da feira, Memoro Atelie, Evas, Quadrinhos Ecléticos, @feto, Blog Mixidão, Alecrim, Editora Letramento, entre outras. De acordo com Lucas Brandão, a ideia da feira surgiu do desejo coletivo de expandir novos modos de fazer literatura. “É uma feira pequena na quantidade, mas grande em outros aspectos. O independente, neste contexto, é entendido como uma vertente artística que não está inserida no mercado de produção massiva”, explica. Um dos destaques será o lançamento da Impressões de Minas, O ônibus, a cidade e a luta, de André Veloso, que conta a trajetória capitalista do transporte urbano e as mobilizações populares. Já a Moinhos Editora lança o Ao Norte, ao Chão, livro de poesia de Laís Ferreira.

No dia 20 de dezembro, a Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL - Av. Queiróz Filho, 1205 - São Paulo / SP) completa três anos de sua inauguração, e para celebrar o aniversário, a BVL preparou uma programação com diversas atividades especiais para o público neste sábado (16), começando às 9h30. Vai ter brincadeira com a intervenção dos palhaços Jacinto & De Derson, uma homenagem aos sócios que mais prestigiam a biblioteca, um espetáculo do grupo Parlapatões, encontro literário com Xico Sá, oficina literária e de gastronomia, além da abertura da exposição de Rubens Matuck, premiado artista plástico que trouxe o seu olhar sobre o parque Villa-Lobos. Desde a inauguração, mais de 700 mil pessoas visitaram o espaço, que recebe 25 mil visitantes por mês. Visando atrair cada vez mais gente interessada em lazer, entretenimento e informação, a BVL lança durante o mês de aniversário uma campanha para atrair mais sócios. Atualmente, 21 mil pessoas têm a carteirinha, que é essencial para desfrutar do acervo da biblioteca, que conta com 27 mil itens entre livros, brinquedos, gibis, jornais e revistas. A campanha vai até o fim de dezembro nas redes sociais da biblioteca. No dia 16, as pessoas que se cadastrarem na BVL vão participar de um sorteio de kits com livros e ingressos para outros espaços culturais da cidade. Os sortudos podem concorrer em dois horários: às 11h30 e às 16h30.

O Skoob, rede social dos leitores, divulgou o top cinco dos livros mais resenhados no mês de novembro. Ao todo, o site teve 8540 novas resenhas cadastradas, e o primeiro lugar ficou com Tartarugas até lá embaixo (Intrínseca), de John Green; seguido por Origem (Arqueiro), de Dan Brown; O silêncio das águas (Record), de Brittainy C. Cherry; Extraordinário (Intrínseca), de R. J. Palacio; e Como se casar com um marquês (Arqueiro), de Julia Quinn. Completam o top 10: Sorrisos quebrados (Valentina), de Sofia Silva; Como eu era antes de você (Intrínseca), de Jojo Moyes; Assassinato no Expresso do Oriente (Nova Fronteira), de Agatha Christie e Mr. Romance (Globo Alt), de Leisa Rayven.

A Editora Piu lança neste sábado (16) o livro Pra que serve um dedo? (40 pp, R$ 44). A partir dessa pergunta, a escritora Paula Taitelbaum e a ilustradora Julie Rambaud apresentam um livro infantil cheio de poesia e cor, sensibilidade e diversão. A obra mostra para uma criança tudo (ou quase tudo) que ela pode fazer usando um único dedo: imitar uma minhoca, cutucar o amigo, desenhar no vidro embaçado, coçar a cabeça, furar o bolo, acender a luz, apertar o abacate, apontar o doce preferido, pedir silêncio, enxugar a lágrima, fazer "cosquinha", tirar meleca do nariz e muito mais. O texto ainda permite que, em leituras compartilhadas, os adultos façam as ações indicadas enquanto leem. O lançamento acontece a partir das 10h30, no Vidal Café (Rua Mata Bacelar, 52 – Porto Alegre / RS).

A cidade de Harmont está mudada. Desde que foi palco de uma das várias invasões alienígenas na Terra, o clima é de incerteza e medo. Os visitantes anônimos não se comunicaram com os terráqueos, e assim deixaram a humanidade com questionamentos aterradores. Nos locais onde eles estiveram, agora zonas proibidas, fenômenos perigosos continuam acontecendo. O trabalho ilegal de Redrick Schuhart, e de todos os outros stalkers, é invadir esse território para coletar e depois comercializar estranhos e misteriosos objetos trazidos de mundos distantes. Publicado pela primeira vez em 1971 na União Soviética, Piquenique na estrada (Aleph, 320 pp, R$ 59,90 – Trad.: Isadora Prospero e Tatiana Larkina), escrito pelos irmãos Arkádi e Boris Strugátski, mistura alusões à Guerra Fria e reflexões sobre a insignificância humana. A nova edição publicada pela Aleph traz duas leituras complementares: um prefácio escrito por Ursula K. Le Guin, e um posfácio escrito pelo próprio Boris.

Em um cenário formado por coníferas milenares, estradas sinuosas e falésias, a região californiana do Triângulo da Esmeralda concentra a maior produção de maconha dos EUA. É lá que o jovem professor brasileiro Arthur busca recomeçar a vida, depois dos acontecimentos que o levaram a deixar Porto Alegre. Aos poucos, ele se insere na dinâmica local e passa a fazer parte de uma história que começa com a contracultura dos anos 1960 e se estende até o presente. À vida de Arthur e daqueles com quem estabelece vínculos - o atormentado Dusk, a solitária Sylvia, a indecisa Tamara - mistura-se a de personagens reais que participaram do embate que levou à descriminalização do uso da maconha, fazendo de O clube dos jardineiros de fumaça (Companhia das Letras, 392 pp, R$ 49,90) um poderoso romance panorâmico. Cruzando história e ficção, com uma linguagem original e ousada, a meio caminho entre Brasil e EUA, Carol Bensimon compõe na obra, um brilhante retrato da geração hippie e de seu legado.

Uma manhã chuvosa no Rio de Janeiro. Antônio, um cadeirante negro de classe média, circula pela cidade enquanto o caminhão que carrega sua pequena mudança se afasta da casa em que ele viveu até então. De metrô, ônibus e balsa, não sem dificuldades, ele se desloca em sua cadeira de rodas capenga em direção à sua nova casa, que de nova não tem tanto assim: endividado e sem outra alternativa, Antônio está voltando à casa da sua infância, à casa do pai, a quem ele não vê há mais de vinte anos. Enquanto avança nessa odisseia particular rumo à casa dos pais, ele atravessa também um percurso memorial pelas passagens mais cruciais da sua vida: o relacionamento com seu pai – o “Comandante”–, os anos na Escola militar, a descoberta da homossexualidade, a carreira de fotógrafo, o acidente que o tornou paraplégico. Com uma escrita precisa e mordaz, Carlos Eduardo Pereira constrói em Enquanto os dentes (Todavia, 96 pp, R$ 39,90) um retrato duro e necessário de um Brasil violento: não a violência das ruas, mas a agressividade da intolerância e da discriminação que se escondem dentro das próprias casas, famílias e instituições.

A primeira edição de O Anibaleitor (Realejo Livros, 112 pp, R$ 35) no Brasil conta a história de um jovem rebelde que se envolve por acidente na caça a um ser mítico devorador de humanos e livros. A obra do escritor português Rui Zink, recomendada pelo Plano Nacional de Literatura em Portugal, consegue equilibra de maneira brilhante o ritmo e a emoção dos livros de aventura com uma profunda reflexão sobre a importância da leitura. “Um livro exige que se vá ter com ele. Uma tela com palermices não. É a diferença entre viajar e ficar parado. O livro obriga-nos a viajar, a TV a ficar parados feito bobos”. Ao final da obra, o próprio autor faz ao leitor um alerta: “cuidado, um texto pode esconder outro”. No caso de O Anibaleitor, são muitos “outros textos”, que formam uma colcha de retalhos rica e instigante.

Matt Thorsen nunca deu muita importância para o fato de ser descendente de Thor, o deus do Trovão, até as runas revelarem que o Ragnarök, o apocalipse nórdico, estava próximo. Depois de se juntar aos primos Fen e Laurie Brekke para reunir outros descendentes capazes de lutar contra o fim do mundo e encontrar o martelo e o escudo de Thor em Lobos de Loki e Corvos de Odin, o jovem protagonista da série Crônicas de Blackwell deve ir para a batalha final sozinho. Em Serpentes de Thor (Rocco, 304 pp, R$ 39,90 – Trad.: Edmo Suassuna), Matt, Laurie e Fen descobrem que cada um tem uma missão própria a cumprir. E para salvar o mundo – e sobreviver – eles terão que se manter fiéis a eles mesmos e uns aos outros, no eletrizante desfecho da trilogia de fantasia e mitologia nórdica de K. L. Armstrong e M. A. Marr.