Foi um festão. Cerca de 250 pessoas prestigiaram, na noite da última quarta-feira, a entrega do Prêmio Avena PublishNews. Foram diretores das principais editoras brasileiras, representantes das entidades que compõem a cadeia produtiva e distributiva do livro e uma infinidade de profissionais que fazem o livro acontecer no país. "Para a gente do PublishNews foi um momento maravilhoso, e o feitiço, do bem, virou contra o feiticeiro. Quisemos homenagear o mercado e o apoio e presença de tantos profissionais e da liderança do mercado editorial foram tão expressivos que quem se sentiu homenageado fomos nós", comentou orgulhoso Carlo Carrenho, fundador e CEO do PublishNews. Um dos pontos altos da cerimônia foi a entrega do Prêmio Especial Contribuição ao Mercado Editorial a Paulo Rocco. Ao receber o troféu, o editor fez questão de homenagear as equipes com quem ele trabalha na Rocco. Mas o momento mais esperado da noite era a revelação do ganhador do Prêmio Especial Profissional de Marketing e de Vendas do Ano de 2016, que foi para Heloiza Daou, gerente de Marketing da Intrínseca. Clique no Leia Mais e saiba detalhes de como foi o evento.

Um dos destaques da entrega do Prêmio Avena PublishNews foi a presença de Brian Murray, CEO global da HarperCollins Publishers, que veio a São Paulo especialmente para o prêmio. Antes de subir ao palco e falar um pouco sobre os planos da sua empresa no Brasil, Brian respondeu a algumas perguntas do PublishNews. Em 2014, no CEO Talk da Feira do Livro de Frankfurt, Brian chegou a chamar o Brasil de País das Maravilhas, um lugar onde todos queriam estar. Tanto quis que veio. No ano seguinte, a HarperCollins chegava ao País em uma joint venture com a Ediouro. Nos primeiros dias de 2017, a empresa anunciou que iniciaria sua carreira solo. Na entrevista, que pode ser acessada na íntegra clicando no Leia Mais, Brian fala sobre como a crise afetou os planos da sua empresa no “País das Maravilhas”, comentou sobre os 200 anos de HarperCollins e sobre o potencial dos livros digitais e dos audiolivros.

Um dos temas mais permanentes nas discussões do mercado editorial e livreiro – aqui e alhures – é o papel e destino das livrarias independentes e das grandes cadeias. Essa discussão se intensificou com o surgimento da Amazon (e olhem que a varejista foi fundada em 1994, com início das atividades de comércio eletrônico em 1995 – já são 22 anos). Naquele momento, era observado o auge do crescimento das grandes cadeias de livrarias nos EUA. As livrarias independentes as tinham como inimigo principal, e as notícias contabilizavam o fechamento de inúmeras lojas nas grandes e médias cidades. É bom lembrar que, por aqui, a cadeia dominante era a Siciliano. Hoje, comprada a preço de xepa de feira pela Saraiva, o nome da rede é história. História como nos EUA é o nome da Borders e outras cadeias menores, que não conseguiram concorrer com a Amazon. A própria Barnes&Noble anda mal das pernas há anos, embora seu controlador jure que resistirá. E as livrarias independentes voltaram a florescer na gringolândia, graças a estratégias empresariais e institucionais, através da American Booksellers Association (ABA), como já mencionei várias vezes por aqui. Na Europa, por sua vez, a Amazon enfrenta problemas, com um severo escrutínio das autoridades reguladoras do continente. E, surpreendentemente, a W. H. Smith, uma cadeia de livros que andou tropeçando, mostrou lucros no ano passado. O que acontece por aqui? Será que se abre uma janela de oportunidade para as livrarias independentes? Clique no Leia Mais e veja as respostas de Felipe Lindoso.

O best-seller Os 13 porquês, do norte-americano Jay Asher, publicado no Brasil pela Editora Ática, ganhou nova sobrecapa, que remete à série que a Netflix lança no dia 31 de março. Na obra, ao voltar da escola, o personagem Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por sua colega Hannah Baker, que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, Hannah explica haver treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

O poeta, tradutor, letrista e roteirista mineiro Geraldo Carneiro toma posse na Cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras (ABL), nesta sexta-feira (31), às 21h, em solenidade no Petit Trianon. O novo Acadêmico foi eleito no dia 27 de outubro do ano passado, na sucessão do Acadêmico, crítico teatral, teatrólogo, jornalista, professor, ensaísta e historiador Sábato Magaldi, em julho de 2016. Os ocupantes anteriores da cadeira foram: Garcia Redondo (fundador), que escolheu como patrono Júlio Ribeiro, Luís Guimarães Filho, Manuel Bandeira e Cyro dos Anjos.

Iniciando as atividades do ano, o Liceu Literário Português está com inscrições abertas para dois cursos gratuitos em abril: Oficina de análise estilística: desvendando o texto literário e Dificuldades da língua portuguesa. O primeiro, que acontece do dia 4 de abril a 2 de maio, promoverá uma introdução à análise estilística em literatura, com técnicas e comentários de textos, por meio do estudo de autores expoentes da língua portuguesa, pela análise de poemas e letras da MPB. Já em Dificuldades da língua portuguesa, que acontece de 5 de abril a 3 de maio, o aluno poderá aprender sobre o uso da crase, acentuação gráfica, segundo o novo acordo ortográfico, sintaxe de concordância e regência e o emprego de palavras e expressões que oferecem dificuldade. As atividades, coordenadas por Evanildo Bechara, são abertas ao público em geral, especialmente para estudiosos e profissionais da área de letras. As inscrições devem ser feitas na secretaria do Centro de Estudos da instituição (Rua Pereira da Silva, 322, Laranjeiras - Rio de Janeiro / RJ), onde também acontecerão as aulas, ou pelos telefones (21) 2225-0423 e 2265-1497. As vagas são limitadas.

A Editora da Unicamp vai realizar, nos dias 5 e 6 de abril, a 26ª edição da Festa do Livro, na qual serão oferecidos descontos de 50% e 70% em mais de 500 títulos da Editora. Além das ofertas, os últimos lançamentos da Editora estarão dispostos na feira. O evento será realizado no pátio do Ciclo Básico 2, Campus Unicamp, das 10h às 21h. Para conhecer alguns dos títulos de lançamento que estarão na feira, estão Escravidão e cultura afro-brasileira: temas e problemas em torno da obra de Robert Slenes, organizado por Gladys Sabina Ribeiro, Jonis Freire, Martha Campos Abreu e Sidney Chalhoub; A história de luta dos trabalhadores da Unicamp, de Glória Lopes e Rodrigo Paixão; Romances em movimento: a circulação transatlântica dos impressos, organizado por Márcia Abreu, entre outros.

Em Às urnas, cidadãos! (Intrínseca, 192 pp, R$ 49,90 – Trad.: André Telles), Thomas Piketty analisa de modo incisivo assuntos de extrema relevância para a economia mundial, como as dívidas nacionais, a redistribuição de recursos e a fragmentação do bloco europeu. Às portas da eleição presidencial francesa de 2017, Piketty faz ainda um minucioso balanço dos mandatos de Nicolas Sarkozy e François Hollande; propõe rever diversas políticas que debilitam programas e instituições de grande relevância social e critica a forma de aplicação das alíquotas, que em geral privilegia as grandes empresas e os indivíduos mais ricos, ampliando as já imensas desigualdades. Nas mais de 50 crônicas que compõem Às urnas, cidadãos! o autor reafirma a ideia de que a economia diz respeito a toda a sociedade, e não a um pequeno grupo de especialistas, sem abandonar o otimismo.

Se a cidadania pode ser definida como o conjunto de direitos e deveres individuais, garantido por instituições justas, visando ao bem coletivo, a prática, no entanto, tem mostrado que nem sempre é assim – ou, pelo menos, não para todo mundo. Em Basta de cidadania obscena! (Papirus 7 Mares, 112 pp, R$ 34,90), o filósofo Mario Sergio Cortella e o comunicador Marcelo Tas conversam sobre o tema de um ponto de vista pouco convencional. Eles expõem o avesso da cidadania, aquela que não é ética, decente, e sim vexatória – obscena. Hoje, observa-se muitas vezes que a cidadania se caracteriza mais como inclusão precária, vide os inúmeros problemas que enfrentamos no Brasil com saúde e educação, por exemplo. Diante disso, os autores apontam possíveis mecanismos de enfrentamento a esse cenário fraturado. Eles avaliam o papel social dos formadores de opinião na promoção da cidadania e na consequente recusa ao obsceno, especialmente em nossa era digital. E questionam: com as redes sociais, será que de fato participamos mais ativamente como cidadãos? Entre a intenção e a adesão às causas boas, como se insere a prática concreta?. O lançamento do livro acontece logo mais, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – São Paulo / SP).

A obra Filosofia da crise (É Realizações, 296 pp, R$ 39,90) foi publicada na Enciclopédia de ciências filosóficas e sociais. No livro, é possível conhecer um pouco da trajetória intelectual de Mário Ferreira dos Santos, do ponto de vista lógico e cronológico. Além disso, o livro também sinaliza ou desenvolve parcialmente conceitos e métodos que serão matrizes de suas obras posteriores, tais como os conceitos de concreção, tensão e esquema. Um dos pontos fortes da argumentação desta obra é a definição da crise como essencial à consciência humana. Mário vai além de pontos do estudo da crise, analisando-a em seus diferentes lugares: economia, moral, ética ou comportamental, artística ou social; demonstrando que o humano é um ser que se aprofunda na crise, tomando consciência de todas essas questões. A Enciclopédia de ciências filosóficas e sociais abrange 45 volumes, incluindo obras de caráter teórico e títulos de caráter histórico-crítico.

Em A política externa (Editora Unesp, 179 pp, R$ 48), originalmente publicado em inglês pela Lexington Books em 2009 e que agora ganha sua segunda edição em português, Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni delineiam, de maneira clara e encadeada, o caminho histórico que o Brasil percorreu desde então em sua política externa: Sarney e as pressões para a mudança; Collor/Itamar Franco e o turbulento governo que deu início às transformações liberais; Fernando Henrique Cardoso e a absorção e consolidação de mudanças resultantes da globalização, levando à autonomia pela participação; e Lula, com sua ênfase nas negociações comerciais internacionais e na busca de aprofundamento da coordenação política com países em desenvolvimento. Os autores descrevem e analisam empiricamente essa trajetória, demonstrando como a procura por desenvolvimento e autonomia política – que perpassa níveis que vão do distanciamento dos países dominantes à diversificação de parceiros – esteve constantemente presente na política externa do Brasil.