Há dez anos, um grupo de jornalistas e observadores do mercado editorial mundial se reúne duas vezes por ano: em fevereiro, em geral em alguma cidade da Europa, e em outubro, durante a Feira do Livro de Frankfurt. O grupo, do qual o PublishNews faz parte, foi apelidado de PubMagNet e tem como objetivo o intercâmbio de informações, dados e notícias vindos de diversas partes do mundo. Participam também do PubMagNet representantes dos seguintes países: Alemanha (buchreport), China (bookdao), Dinamarca (BogMarkedet), EUA (Publishers Weekly), Espanha (Dosdoce), França (Livres Hebdo), Holanda (Boekblad), Itália (Informazioni editoriali), Japão (BunkaNews) Reino Unido (The Bookseller) e Suécia (Svensk Bokhandel). Da última edição do encontro de fevereiro, que aconteceu em Paris, com a participação de Carlo Carrenho, fundador e CEO do PublishNews, saiu a proposta de uma troca de dados referentes a 2016 sobre o mercado editorial em cada um dos países. Os dados consolidados resultaram numa série de matérias que começam a ser publicadas hoje pelo PublishNews. O primeiro país mapeado pela série #PubMagNet será a França, que, além de ser a sede do último encontro da rede, é também o país homenageado da Feira de Frankfurt. Clique no Leia Mais e saiba como anda o mercado livreiro francês.

Quem visitar o site da Metabooks, plataforma germano-brasileira de gerenciamento de metadados, vai descobrir que a Companhia das Letras se juntou recentemente a uma lista de editoras de diversos tamanhos e segmentos que já faziam parte do projeto, como Melhoramentos, Elsevier, Intrínseca, Grupo Autêntica, Cengage, Callis, V&R, Editora 34 e Alaúde. Além disso, a plataforma, que começou recentemente a carregar os dados enviados pelas editoras, fechou um importante negócio com a Nielsen BookScan, ferramenta que monitora o mercado livreiro no Brasil. A partir deste ano, ela passa a ser a fornecedora exclusiva de metadados para todos os serviços oferecidos pela BookScan no Brasil. O serviço é importante para construir uma base de dados fundamental para a confiabilidade dos relatórios oferecidos pela Nielsen em suas análises do desempenho do mercado livreiro no País. "Metadados é um elemento fundamental na triangulação de informação de mercado que realizamos na Nielsen BookScan global. Por isso, me alegra ver que no Brasil estamos dando um importante passo rumo à solução dessa disfunção", comentou Ismael Borges, gestor da ferramenta no País. "Fizemos investimentos na estrutura da empresa, na plataforma e em customizações para atender às necessidades específicas da Nielsen, que consideramos uma empresa importante para o mercado como um todo", completou Ricardo Costa, CEO da Metabooks Brasil.

A Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo abriu ontem (7) as inscrições para a 10ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura. O edital, publicado no Diário Oficial do Estado e disponível nos sites do Prêmio e da Secretaria da Cultura, receberá candidatura de romances em duas categorias: Melhor Livro do Ano e Melhor Livro do Ano – Autor Estreante – esta última dividida em duas modalidades Autores com Mais de 40 Anos de idade e Autores com Menos de 40 Anos de idade. Os candidatos podem se inscrever até dia 20 de abril. O prêmio se destaca por reconhecer os grandes nomes e os novos talentos da literatura contemporânea, abrindo portas não só para escritores nacionais, mas também para concorrentes estrangeiros com obras escritas originalmente em língua portuguesa e primeira edição mundial no Brasil em 2016. Na categoria Melhor Livro do Ano, poderão se inscrever autores que já publicaram romances de ficção anteriormente. Já na categoria dos estreantes, os escritores podem ter obras publicadas em outros gêneros, desde que o livro inscrito seja o seu primeiro romance de ficção. O Prêmio São Paulo de Literatura é o maior do país em valor de premiação individual: R$ 200 mil para o Melhor Livro do Ano e R$ 100 mil para cada autor estreante nas submodalidades +40 e -40. Na última edição, Ana Beatriz Bracher levou o prêmio de Melhor livro do ano com a obra Anatomia do Paraíso (Editora 34) e Rafael Gallo e Marcelo Maluf ganharam nas categorias Autores Estreantes.

Depois de criar um novo departamento de relacionamento com os associados, comandado por Vera Esaú, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou sua reestruturação, com o objetivo de embasar a nova plataforma do presidente Luís Antonio Torelli, reeleito no final de fevereiro para seu segundo mandato no biênio 2017 / 2019. Em sua plataforma de trabalho, Torelli apresentou os quatro eixos norteadores da gestão. O primeiro pilar, intitulado Ações para melhorar a gestão da CBL, começa a ser colocado em prática com a nova estrutura de equipe. “Sentíamos que precisávamos reorganizar a casa, que muitos trabalhos similares estavam divididos por equipes diferentes e que nossos talentos não estavam sendo aproveitados da forma correta. Com esse novo organograma, conseguimos definir mais claramente o papel de cada um dentro da instituição, além de oferecer um apoio ao associado com mais qualidade e ainda desenvolver os nossos talentos”, afirma Luís Antonio Torelli. Cinthia Favilla, antes coordenadora, foi promovida a gerente executiva de Projetos, e passa a trabalhar exclusivamente com feiras e eventos de livros nacionais. Luiz Alvaro Salles Aguiar de Menezes, gerente de Relações Internacionais da entidade, passa a também comandar outra frente ligada a sua área: a Comissão para a Promoção de Conteúdos em Língua Portuguesa (CPCLP), antes capitaneada por Susanna Florissi. A gerente de Projetos Institucionais, Evelina Fyskatoris, é a nova responsável pela gestão do Prêmio Jabuti e Escola do Livro, projetos em que já estava envolvida anteriormente. Karina Pino, ex-analista de relações internacionais, assume a nova área de Coordenação de Conteúdo, com objetivo de oferecer suporte curatorial aos eventos e ações promovidos pela CBL. Além dessas novidades, a entidade segue com serviços como pesquisas de mercado, carta de exclusividade, ficha catalográfica, verificação de autenticidade e assessoria jurídica para seus associados.

Em sua coluna, Paulo Tedesco discorre sobre como as recentes notícias do mercado editorial têm impacto sobre as vendas de livros, e o que a chegada da Amazon no mercado de livros impressos e o seu movimento em abrir lojas físicas nos EUA significam, na sua opinião, para o mercado editorial brasileiro e mundial. "Uma notícia negativa impacta o mercado não somente porque estamos numa clara crise econômica, com estagflação e uma profunda instabilidade política – além de uma transição no formato de se consumir conteúdo escrito –, mas quando a especulação sobre a saída de uma empresa livreira multinacional, como a FNAC, do Brasil vem a se somar a outras notícias não menos intensas do mundo editorial. A notícia da recente aquisição do distribuidor livreiro Techmed-Superpedido, pela BookPartners, mostra que um fortíssimo, e bem posicionado, grande agente de distribuição no país surge para centralizar ainda mais o setor. Mas talvez a mais importante das notícias seja a fofoca de que o Grupo Saraiva e a Rede Cultura de Livrarias ensaiam uma inédita fusão para redesenhar o último bastião de vendas diretas de livros do Brasil: o das grandes lojas de Shopping Center". Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desse artigo.

A HarperCollins Publishers acaba de anunciar uma campanha global para comemorar dois séculos de publicações. A peça principal das festividades – que vão durar um ano inteiro – é um site, que exibe uma linha do tempo, contando toda a história da editora, bem como a sua influência sobre os leitores de todas as idades ao redor do mundo. “Nosso objetivo hoje não se difere daquele proposto pelos nossos fundadores há dois séculos: ajudar autores e suas obras a atingir seu potencial máximo e o maior número de leitores. Esperamos continuar a entreter, educar e inspirar gerações de leitores durante séculos”, declarou Brian Murray, CEO da HarperCollins Publishers. A HarperCollins possui uma história extensa, com a qual os amantes de livros poderão interagir através de uma gama imensa de conteúdo exclusivo disponível na nova página. Os visitantes do site poderão não apenas se aprofundar no patrimônio literário da HarperCollins, como também descobrir de tudo um pouco, desde fotos do acervo da empresa, passando por uma coleção de livros icônicos, até contos que ilustram momentos expressivos na história da casa. A HarperCollins Brasil, que 2017 comemora dois anos, prepara ao longo do ano várias ações para marcar esse aniversário. “Teremos publicações especiais, promoções, ações com livreiros e outros eventos voltados para os leitores”, completou Daniela Kfuri, gerente de marketing da empresa no Brasil.

Depois de ter sido lançado na Alemanha em 2013 e ter se espalhado por vários países da Europa, o Indie Book Day tem agora a chance de ter uma edição no Brasil. Criada pelo editor alemão Daniel Beskos, a campanha quer que os leitores compareçam nas livrarias independentes no dia 18 de março para comprar livros também de uma editora independente. A iniciativa tem como objetivo claro apoiar simultaneamente editores e livrarias independentes que nem sempre têm o apoio necessário para divulgar certas obras. "Nós encorajamos as livrarias a ter uma vitrine com livros independentes, uma mesa com livros independentes e organizar uma leitura na loja", disse Beskos ao The Bookseller. No Brasil, a iniciativa partiu dos editores Gustavo Faraon, da Dublinense, e de João Varella, da Lote 42. “A ideia de divulgar o evento no Brasil surgiu de forma espontânea, queremos reunir o máximo de editores e livrarias independentes”, explicou Faraon. A intenção é que o evento se repita nos próximos anos assim como acontece em outros países. “Apesar de haver um estranhamento inicial por parte das editoras e livrarias, estamos bem otimistas. A ideia é criar um evento que faça os leitores se importarem mais com as publicações e editoras independentes”, completou João Varella, frisando que qualquer livraria ou editora independente pode aderir ao evento. Para isso, o uso da #indiebookday no dia 18 é essencial para ajudar na divulgação da ideia e fazer que no próximo ano a comoção seja ainda maior.

A Unibes Cultural (Rua Oscar Feire, 2500, ao lado do Metrô Sumaré – São Paulo / SP) dá continuidade à parceria com a Companhia das Letras no projeto para quem gosta de boa literatura: o Clube de Leitura. Em um ambiente descontraído, o Clube de leitura reúne pessoas das mais diversas faixas etárias e perfis. Além de fomentar a formação de leitores e a ampliação de repertório, é também um espaço importante de compartilhamento e trocas. O próximo título que terá seus trechos lidos e comentados é Dois Irmãos, de Milton Hatoum, com mediação de Danielle Vieira. O livro narra a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar - e suas relações com a mãe, o pai, a irmã e, de outro lado, com a empregada da família e seu filho. O encontro acontece na próxima segunda-feira (13), das 19h às 21h.

A partir de hoje (8), às 15h, a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB - Rua São Clemente, 134, Botafogo - Rio de Janeiro / RJ) receberá quinzenalmente o evento Conversa Literária. O projeto consiste numa roda de leitura e bate-papo que prima pela presença de escritores, artistas, professores, editores, ilustradores e músicos. Neste espaço, os convidados leem textos literários e conversam com o público sobre os textos apresentados e sobre os processos criativos deles ou dos autores que escolheram para apresentar. A estreia desse encontro tem como tema A mulher na literatura, e para participar do evento, estarão os autores Godofredo de Oliveira Neto, Marta de Senna, Cintia Barreto e Alexandre Damascena. Os debates, com entrada franca, acontecerão às quartas-feiras alternadas, às 15h, na sala de cursos da FCRB. As senhas serão distribuídas a partir das 14h30.

Em 8 de março de 1917, uma manifestação reuniu, na Rússia, mais de 90 mil mulheres contra o tsar Nicolau II e a participação do país na Primeira Guerra Mundial. Para marcar o centenário dessa data incendiária, a Boitempo publica A revolução das mulheres (276 pp, R$ 54), antologia com dezenas de artigos, atas, panfletos e ensaios de autoras russo-soviéticas produzidos nesse contexto de convulsão social e política. Nesses textos de intervenção e reflexão sobre a condição e a emancipação da mulher, destaca-se sobretudo a importância da igualdade entre os gêneros na defesa da classe trabalhadora: a separação entre mulheres e homens interessava apenas ao capital, para a Revolução a luta deveria ser conjunta. A leitura, que percorre temas como feminismo, emancipação, trabalho, luta de classes, família, leis e religião, permite distinguir que houve, de fato, a conquista de direitos desde então, mas também demonstra que diversos critérios desiguais continuam em vigor, o que torna os textos, apesar de clássicos, mais atuais do que nunca. Este é um livro feito integralmente por mulheres, da capa à edição, passando pela tradução, preparação, revisão e diagramação. A obra foi organizada por Graziela Schneider, pesquisadora da USP na área de Literatura e Cultura Russa.

Escrita pela jornalista Karla Maria, com ilustrações de Rebeca Souza Venturini, a obra Mulheres extraordinárias (Paulus, 256 pp, R$ 21) reúne um conjunto de perfis, reportagens e histórias de mulheres marcadas por diversos dramas sociais, raciais e morais. Desabafos emocionantes de fé e de conquistas, que foram confiados à autora em meio a lágrimas e sorrisos. São relatos de lutas, superações, denúncias de maus-tratos, preconceitos e desespero. Com olhar jornalístico e sensibilidade feminina, a repórter Karla Maria percorreu as periferias existenciais, lugares distantes e nem sempre atraentes, para narrar histórias de vida que ninguém vê. A autora se põe no lugar das personagens para dar voz a relatos esquecidos e escondidos pelo Brasil afora. O livro conta as histórias das delicadas e fortes “Marias” que representam a face de tantas outras mulheres portadoras de tristezas e alegrias. Segundo Karla, toca a figura da mãe órfã, da mulher traficada, refugiada e freira, ao lado de indígenas, negras e quilombolas; mulheres em situação de rua, que lutam por detrás das grades. A publicação é fruto de um apanhado de acontecimentos e experiências que Karla Maria apurou ao longo de seus 15 anos de carreira como repórter.

As italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo reuniram, em Histórias de ninar para garotas rebeldes (V&R, 207 pp, R$ 99,90), uma centena de histórias sobre mulheres admiráveis em todo mundo, que fizeram – e fazem – a diferença em suas áreas de atuação, sejam elas cientistas, matemáticas, músicas, imperatrizes, alpinistas, tatuadoras ou astronautas. Com o objetivo de empoderar e inspirar meninas e mulheres, as autoras pensaram na lista de nomes a partir de figuras que lutaram para seguir em suas atuações e fizeram a diferença na vida e na história, como a ciclista Alfosina Strada, a primeira mulher a ser classificada para o Giro d’Itália. Protagonizam o livro figuras importantes como a matemática Ada Lovelace, a primeira mulher a escrever um algoritmo para computador da história; Amelia Earhart, a primeira aviadora a dar a volta ao mundo sozinha e muitas outras. Cada história é acompanhada por uma inspiradora ilustração; ao todo, são 60 ilustradoras de diversos países.

Por mais incrível que pareça, ainda tem quem acredite que a mulher perfeita precisa ser uma “rata de academia”. Ou, pior, tem gente pensando que mandar uma mensagem para o cara em uma sexta, às 3h da manhã, seja uma prova de amor. Mas quem disse que mulheres só são felizes em uma calça 38 e precisam estar lindas e bem maquiadas até mesmo às 9h de uma segunda-feira? Para contrariar essas e muitas outras teorias relacionadas ao universo feminino, a humorista Bruna Louise estreia como autora em Desbocada, desfocada e deslocada (Buzz, 160 pp, R$ 29,90). Bruna apresenta uma visão cômica sobre o empoderamento feminino, tira sarro dos defeitos dos homens, trata dos dilemas do dia a dia das mulheres e ainda dá dicas de relacionamento e comportamento. O livro conta também com questões, certamente, já enfrentadas por todas as mulheres, como “TPM: um clichê desgraçado que só a gente sente”; “A felicidade não mora numa calça 38”; “Academia: paguei, não fui, paguei de novo, continuei não indo”; “Pequeno manual de sobrevivência nas redes sociais feito por quem se irrita facilmente na internet”; e “Festa de casamento: muita frescura se o objetivo final é só encher a cara”.