No ano passado fui convidado para um bate-papo no clube de editores gaúchos para falar dos desafios da distribuição de livros no Brasil. Organizando o material para apresentação, ficou muito claro como formamos uma indústria praticamente sem padrão. Vejo editoras muito organizadas e não necessariamente grandes, mas a imensa maioria falha no básico, que é a informação, também conhecida como "metadado atualizado”. Insisto muito em todas as reuniões que participo com editoras de todos os portes que os três fatores que fazem um livro vender 1 ou 1 milhão são a Divulgação, a Informação e a Disponibilidade e, infelizmente não vejo nenhum esforço das nossas entidades de classes em criar padrões melhores para indústria. Em artigo de opinião, Eduardo Cunha, diretor comercial da BookPartners, fala sobre a importância desses standarts e dá algumas sugestões para melhorar a cadeia do livro no Brasil. Clique no Leia Mais e acesse a íntegra do artigo.

As facilidades da modernidade, como a rapidez na digitação e revisão em computadores, criaram a esparrela de que para ser um escritor de sucesso não é preciso, necessariamente, ser um bom leitor e nem se dedicar muito ao ofício. O que o autor que se propõe a escrever e publicar deveria fazer? Sentar-se ao computador e em poucos dias, talvez horas, tirar um livro pronto? Depois sair a bradar que precisa ser lido e que ninguém o lê porque são todos analfabetos e desprezam a boa literatura? Se quiseres ser escritor, para além do autor, deves, principalmente, ser um grande leitor que não somente possa ler muito, mas possa também discernir com clareza o que lê. E para tudo, não há caminho outro do que a dedicação extrema que ao fim torna-se paixão e quase obsessão, pois a consciência de que sempre pode ser melhor perseguirá o verdadeiro escritor até o último de seus dias. E isso é muito bom.

Associados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e expositores da Bienal do Livro de São Paulo, podem sugerir escritores nacionais e internacionais para a programação cultural do evento, que acontecerá de 26 de agosto a 4 de setembro. A 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo terá atividades voltadas para as áreas de literatura geral, geek, infantil, juvenil, língua portuguesa, profissional, professores, entre outros. Para contribuir, baixe aqui o formulário e envie as suas sugestões até 26 de fevereiro para Cristina Lima, através do e-mail cristinalima@cbl.org.br.

Em 2014, o McDonald´s lançou uma campanha que previa a distribuição de livros juntos com o kit Mc Lanche Feliz. De lá para cá, a Arcos Dorados – empresa que representa a marca na América Latina – já distribuiu oito milhões de exemplares e a iniciativa ganhou o reconhecimento do Latin American Excellence Awards, da revista Communication Director, na categoria “Responsabilidade Social Corporativa”. Além dos livros físicos, clientes da rede de fast-food baixaram três milhões de vezes e-books da série. “É inspirador poder realizar grandes projetos de Responsabilidade Social, capazes de melhorar a vida de toda uma geração de crianças. Estamos muito orgulhosos por receber um prêmio por desenvolver essa atividade e muito gratos por este reconhecimento”, disse Daniel Schleiniger, Diretor de Comunicação e Relações com Investidores da Arcos Dorados. No Brasil, a campanha foi realizada em parceria com a editora Planeta. Em nota, a editora parabenizou a iniciativa: “em termos de educação e difusão da leitura é fundamental contar com o apoio de canais com capacidade de comunicação com grandes públicos, como a rede McDonald’s. A Planeta Brasil parabeniza a Arcos Dorados pela valiosa iniciativa”.

Morreu, aos 78 anos, no início da tarde desta segunda-feira (15), em Salvador, a escritora baiana Myriam Fraga, diretora há 30 anos da Fundação Casa de Jorge Amado. Segundo informações da instituição, Myriam morreu por volta do meio-dia, no Hospital Aliança, onde estava internada desde o dia 20 de janeiro. Ela tinha leucemia. Myriam Fraga era também vice-presidente da Academia de Letras da Bahia. Myriam de Castro Lima Fraga nasceu em Salvador, no dia 9 de novembro de 1937. A escritora iniciou as atividades literárias publicando em revistas e suplementos literários. A estreia em livro ocorre com Marinhas, que foi lançado em 1964. Com poemas traduzidos para o inglês, francês e alemão, participou de diversas antologias no Brasil e no exterior.

Estão abertas as inscrições para a terceira edição do curso Como divulgar seu livro na mídia: curso de assessoria de imprensa para escritores. A atividade acontece de 1º a 15 de março, sempre às terças-feiras, das 18h30 às 21h, no Espaço Metamorfose (Av. Getúlio Vargas, 1691, Menino Deus, Porto Alegre/RS). O curso propõe a instrumentalização para a profissionalização da divulgação de um livro imprensa. Entre os assuntos abordados, estão a produção de materiais de divulgação de livros e escritores para a imprensa; o que é assessoria de imprensa e como ela trabalha com o mercado de livros; etapas da divulgação; como nutrir relacionamento com os veículos e jornalistas; as técnicas e os recursos necessários para agregar valor ao nome do autor e ao de sua obra; entre outros aspectos. A condução será do jornalista de Vitor Diel, que é assessor de imprensa e editor da fanpage Literatura RS. O investimento é de R$ 210 ou duas parcelas de R$ 105. As inscrições devem ser feitas pelo site da Metamorfose Cursos.

Restam poucas vagas para a Oficina Escrita Criativa de Contos, que inicia no próximo sábado (20), em São Paulo (Rua Oscar Freire, 835, cj 121). O objetivo é promover uma iniciação e aperfeiçoamento para autores inéditos de qualquer idade, interessados em criar contos e outras narrativas curtas. Haverá criação e reescrita de textos, debates e auto-avaliação crítica, além de leitura crítica de autores consagrados. As aulas seguem nos dias 19 de março, 16 de abril, 21 de maio e 18 de junho, sempre aos sábados, das 9h às 13h. A condução será de Márcia Lígia Guidin, doutora em Letras e diretora editorial da Miró Editorial. O investimento é de três parcelas de R$ 220 em cheques ou depósito. As inscrições devem ser feitas através do e-mail editorial@miroeditorial.com.br.

O SESC SP lança, na próxima quinta-feira, 18, às 19h, uma revista online sobre produção cultural contemporânea. Com periodicidade semestral e dirigida para profissionais de instituições culturais, gestores públicos da área da cultura, pesquisadores da área de gestão cultural, ciências sociais e história, a revista aborda conteúdos e reflexões tratados nos cursos desenvolvidos na unidade. A edição inaugural traz um dossiê sobre Gestão Cultural, organizado pela pesquisadora e consultora do CPF Sesc Isaura Botelho. No lançamento, haverá uma palestra do crítico literário Luiz Roncari. O número um da revista já pode ser acessada pelo site do Centro de Pesquisa e Informação do SESC.

A edição 55 do Cândido, jornal mensal da Biblioteca Pública do Paraná, traz um especial sobre a literatura de fantasia. O pesquisador Bruno Anselmi Matangrano assina um ensaio em que apresenta as origens e as vertentes dessa produção literária no País. Já o autor e editor Thiago Tizzot escreve sobre o cenário atual da literatura de fantasia, que se transformou e cresceu no Brasil nos últimos 20 anos. O especial ainda traz uma reportagem sobre como o mercado editorial brasileiro trabalha com a literatura de fantasia, incluindo o depoimento de Eduardo Spohr, autor de obras que, no total, já venderam 700 mil exemplares. A edição ainda traz outros conteúdos, entre eles uma HQ de André Dahmer, um conto de Otávio Duarte e uma matéria que resgata a trajetória do cartunista Alceu Chichorro. Pelo site do Cândido, é possível acessar a versão digital do jornal.

O escritor Cristian Santos acaba de vencer o prêmio Casa de Las Américas na categoria literatura brasileira. O pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa e Bibliotecário da Câmara dos Deputados foi reconhecido pelo livro Devotos e devassos - Representação dos padres e beatas na literatura anticlerical brasileira (Edusp) resultado da sua tese de mestrado feita na Universidade de Brasília (UnB). Em entrevista à equipe de comunicação do Ministério da Cultura, Santos declarou: “provei que a biblioteca pode mudar a vida”. Para conferir a íntegra da entrevista, clique aqui.

A Secretaria da Cultura da cidade de São Paulo divulgou a lista dos 100 livros mais lidos nas Bibliotecas do Sistema Municipal em 2015. A lista apresenta a classificação, o número de empréstimos, o título da obra e o autor. No topo dos empréstimos está Diário de um banana (V&R), de Jeff Kinney, emprestado 2.210 vezes no ano passado. Ainda figuram na lista clássicos da literatura brasileira, como Capitães da areia (Companhia das Letras), de Jorge Amado, na quarta posição; Vidas secas (Record), de Graciliano Ramos, na quinta colocação, e O cortiço, de Aluísio de Azevedo, na sexta posição. Selecionamos os 20 títulos mais emprestados pelas bibliotecas da capital paulista. Para acessar a lista, clique no Leia Mais.

Neste ano, o Festival Literário de Poços de Caldas (Flipoços) traz uma novidade. Em abril, mês que antecede a realização do evento, professores e estudantes da cidade terão acesso a uma série de laboratórios de leitura, criação de texto e atualização de ensino. A participação é gratuita. As atividades serão realizadas na Biblioteca Municipal Centenário (Espaço Cultural da Urca). “Hoje, a literatura não se resume apenas aos livros impressos. As tecnologias digitais ocupam cada vez mais espaço na vida das pessoas, principalmente dos jovens. A intenção, portanto, é colocar esses novos mecanismos a serviço da leitura e da escrita”, argumenta Gisele Ferreira, curadora do Flipoços. Os encontros acontem nos dias 02, 09, 16, 23 e 30 de abril, sempre aos sábados, das 14h às 17h no espaço BiblioArte Digital dentro da Biblioteca Centenário. As inscrições para participar dos laboratórios presenciais podem ser feitas a partir do dia 21 de março pelo e-mail: coordenacao@gsceventos.com.br ou diretamente na Biblioteca Centenário. As vagas são limitadas a 20 pessoas para cada laboratório.

Um programa lançado na última sexta-feira (12) em Limeira (SP) transforma geladeiras antigas em minibibliotecas. São as "geladeirotecas". Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, os livros podem ser retirados gratuitamente e levados para casa. Em troca, basta o leitor doar outro título em bom estado. Em Piracicaba (SP), integrantes da Casa do Hip Hop também instalaram uma geladeira "recheada" de poesia, literatura de cordel, obras de grandes autores brasileiros e até enciclopédias na área de lazer da Rua do Porto. A primeira unidade do programa em Limeira foi instalada no Teatro Vitória, que fica na Praça Toledo Barros, no Centro da cidade. A ideia é implantar outras cinco geladeirotecas na cidade, sendo que a próxima funcionará na sede da Prefeitura.

Rinaldo Fernandes foi apontado pela crítica literária Regina Zilberman como “mestre do conto”; por Luís Augusto Fischer como “um grande contista” e por Moacir Scliar como um “contista consumado”. Com essas credenciais o autor teve seus escritos compilados em Contos reunidos (400 pp, R$ R$ 45), que acaba de ser lançado pela Novo Século dentro da sua coleção Talentos da Literatura Brasileira. Além de contos como Beleza, que rendeu ao autor o Prêmio Nacional de Contos do Paraná, e O cavalo apontado por Mário Chamie como "primoroso, comovente e perturbador", o volume traz um material crítico sobre sua obra. Além de Zilberman, Fischer, Scliar e Chamie, o contista recebeu elogiosas críticas de José Castello, Christiano Aguiar e Antônio Carlos Secchin.

Depois de anos desaparecido, um pai volta para casa, provocando, além de surpresa, uma avalanche de sentimentos contraditórios nos membros da família. Vencedor do Prêmio Sesc Literatura por Beijando dentes, Maurício de Almeida costura o drama psicológico vivenciado por cada um dos personagens de seu intrincado novelo familiar em A instrução da noite (Rocco, 144 pp; R$ 19,50; e-book R$ 12,50), sua estreia na Rocco. Dialogando com a literatura de Osman Lins e Raduan Nassar, o autor cria metáforas para falar de situações e sentimentos como perdas, traição, frustração, solidão, medo e abandono, e dos traumas que cada um carrega, muitas vezes por uma vida inteira, e que influenciam as escolhas que fazemos ao longo dessa mesma vida.

Narrar exige o risco. E Eduardo, um tradutor literário de profissão, o encara naqueles que serão os seus últimos dias de vida, pois tem algo muito importante para revelar à sua filha, Antônia, sua sempre interlocutora. Algo que envolve contar desde a sua infância e adolescência no interior mineiro, ao contato com a luta armada no Rio de Janeiro pós-64, ao exílio involuntário, à vida com Iolanda, sua médica, confidente, mulher, mãe de sua filha, e à eterna e constante descoberta do corpo, do sexo, da literatura, da música, da arte. Entremeando tudo isso, A explosão e o suspiro ou um corpo que cai (Tipografia Musical, 280 pp; R$ 54), primeiro romance de Mário Alves Coutinho, envolve os três personagens e as reviravoltas em suas vidas.

O poeta e diplomata brasileiro Wassily Chuck tem uma relação estreita com o mar, que ultrapassa o sentido simbólico: “nasci numa cidade junto ao mar. O sal e o rumor das ondas são minha marca de nascença”, diz. Além do mar, outra constante em Rumo à vertigem ou a arte de naufragar-se (Ateliê Editorial, 184 pp; R$ 49) é a referência ao silêncio. O livro de poesias, que tem ilustrações de Luise Weiss, apresenta onze cantos, que somados ao prólogo e ao epílogo perfazem um total de treze capítulos. O volume é dedicado ao amigo do poeta, o crítico literário, professor e também escritor Ivan Teixeira, que morreu em 2013.