Já está no ar a íntegra da mesa que debateu o mercado brasileiro dentro da Conferência Virtual da Feira do Livro de Londres, que aconteceu no início da tarde da última quarta-feira (27). Participaram da mesa Carlo Carrenho, fundador e CEO do PublishNews, Luiz Gaspar, da Nielsen, e Renata Pettengil, editora de aquisições internacionais da Record. Gaspar, depois de apresentar os dados gerais sobre o mercado editorial brasileiro – a maioria deles já apresentados no último Painel de Vendas de Livros no Brasil – mostrou uma lista dos dez autores mais vendidos no Brasil em 2015. Encabeçando a lista, Johanna Basford, autora dos mega-sellers de colorir Jardim secreto e Floresta encantada, ambos publicados pela Sextante. No ano passado, ela teve nove títulos em venda no Brasil. Juntos, esses nove títulos venderam, segundo dados da Nielsen, 1.265.093 exemplares. O segundo e o terceiro lugares da lista ficaram com brasileiros. Os 11 títulos do padre Marcelo Rossi venderam 819.924 exemplares e os 95 títulos de Augusto Cury venderam 635.879. Outro brasileiro que está na lista é Mauricio de Sousa, na 7ª posição. Em 2015, ele teve impressionantes 380 títulos a vendas em livrarias e supermercados no Brasil que juntos venderam 400 mil exemplares. Para conferir a lista completa, clique no Leia Mais e para acessar gratuitamente a íntegra do áudio e das apresentações, basta clicar aqui.

A Companhia das Letras acaba de bater o martelo e comprar os direitos de mais dois títulos da série Millennium, iniciada pelo sueco Stieg Larsson (morto em 2004) e da qual fazem parte as obras Os homens que não amavam as mulheres , que ganhou adaptação para o cinema em 2010, A menina que brincava com fogo e a Rainha do Castelo de Ar, todos publicadas pela Companhia das Letras no Brasil. Os dois romances foram escritos pelo conterrâneo de Larsson, David Lagercrantz, que escreveu o quarto título da série, A garota na teia de aranha, também editado pela Companhia. Os títulos foram vendidos para mais 21 países e a previsão é que o lançamento mundial do primeiro título aconteça no segundo semestre de 2017 e o segundo saia só em 2019.

O PublishNews programou, para o início de março, mais dois cursos na Casa Educação (Rua Paulistânia, 551, Vila Madalena, São Paulo/SP). O primeiro, Edição de livros juvenis vai ensinar técnicas para os participantes se comunicarem com o segmento mais aquecido do mercado editorial. A aula prevê análises do mercado, vai abordar os desafios específicos que o editor enfrenta em cada tipo de obra, relacionamento com autores, agentes e colaboradores e cases do segmento. A condução será de Giu Alonso, editora do selo YA, da Ediouro, a Agir Now, agora parte da HarperCollins Brasil, e Carla Bitelli, que possui vasta experiência na linha de livros infantojuvenis e paradidáticos e hoje atende a diversas casas editoriais. As professoras, inclusive, gravaram um vídeo para a PublishNews TV em que explicam os principais pontos do curso. O encontro acontece no dia 12 de março, sábado, das 9h30 às 18h. Na mesma data, das 10h às 19h30, é a vez da Casa Educação receber o curso Os 10 mandamentos comerciais do livro , que vai mostrar o caminho das pedras para fazer o livro chegar aos públicos desejados, ampliando e dar uma visão prática do ciclo de venda, com foco no varejo. O curso será conduzido por Luiz Machanoscki, o “Jesus” da Darkside Books. Até o próximo domingo (31), os dois cursos têm descontos especiais.

Mesmo diante de todos os desafios, o empresário Pedro Herz, atual presidente do conselho da Livraria Cultura, tenta ver um lado bom da retração econômica. “Toda e qualquer crise, afetiva, emocional, financeira... Um dia termina. Não existe crise eterna. Se você olhar, no fundo, as crises são benéficas”, diz o empresário. “As empresas e as pessoas estão olhando muito para suas despesas e ficando surpresas com o que estão encontrando”. Ele mesmo começou a se policiar mais e controlar seus gastos. “Na empresa é a mesma coisa. Ela tem que ser gerida de uma forma muito parecida com isso”, afirmou o empresário, que ainda destacou a importância de ter bom senso. Na vida e na empresa. Para ele, o momento atual é de conservadorismo, de colocar para funcionar o que já existe e fazer bem o que se propôs a fazer. Nada de mudanças bruscas. “Se perde a identidade daquilo que se propôs a fazer com uma facilidade tão grande”, afirmou.

“Nossa melhor propaganda é a literatura”. Acreditando nessa máxima, a Carambaia, editora criada no início do ano passado com a missão de apresentar aos leitores brasileiros “furos literários” acaba de colocar nas ruas uma campanha publicitária em que substituiu o velho e bom “reclame” por contos, microcontos, crônicas, trechos de romances, poesias e haicais de autores como Andreas Latzko, Nathanael West, Grazia Deledda, João do Rio e Marcel Proust. O posicionamento foi criado pela Artplan e a previsão é que os anúncios comecem a circular em revistas, totens de pontos de ônibus e telas instaladas em elevadores. Para explicar melhor a campanha, a Carambaia e a Artplan prepararam um vídeo com detalhes. Clique aqui para assisti-lo. E por falar na Carambaia, a editora inaugura nesta quinta-feira (28), a sua programação de eventos de 2016. Logo mais, às 19h, na Blooks do Rio (Espaço Itaú de Cinema Rio de Janeiro, Praia de Botafogo, 316), acontece um bate-papo sobre um dos fundadores da crônica brasileira, o carioca João do Rio. O evento celebra o lançamento da Coleção João do Rio (800 pp., R$ 149,90), uma caixa composta por três livros que reúnem uma seleção da obra do autor, com crônicas, reportagens, contos ficcionais, entrevistas, peças, romance, folhetins e artigos produzidos entre 1899 e 1919. Participam da conversa sobre sua vida e obra o principal biógrafo de João do Rio, João Carlos Rodrigues, o jornalista e escritor Álvaro Costa e Silva, autor de Dicionário amoroso do Rio de Janeiro, e Graziella Beting, editora e organizadora da caixa da Carambaia. O evento é gratuito.

A Editora Autores Associados, que acaba de completar 36 anos, incorpora agora o catálogo da Liber Livros, editora que atua na área da educação. O destaque é para os livros do segmento de formação de professores com a Série Pesquisa, coordenada pela professora doutora Bernardete Angelina Gatti, e a Coleção Formar, coordenada pelas professoras Eloisa Maia Vidal e Sofia Lerche Vieira. São mais 150 novos títulos somados ao catálogo ativo da Autores Associados, que já contava com cerca de 500 livros na área.

O espaço Geek & Quadrinhos, uma das atrações da Bienal do Livro de Minas, terá dois curadores na edição de 2016. Com o dobro do tamanho das edições anteriores, o espaço terá a curadoria de Afonso Andrade, responsável pela coordenação e curadoria do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte nas edições de 2013 a 2015; e Eduardo Damasceno, autor, diretor de arte para animação e um dos fundadores do site e do selo de publicações Quadrinhos Rasos, dos Livros Achados e Perdidos e Cosmonauta Cosmo. A programação combinará o mundo das HQ com a literatura geek, trazendo os livros de ficção científica, mangás, livros de fantasia e sagas, entre outras atrações. Já está confirmado um concurso de cosplay, além da presença de super-heróis e uma variedade de sessões de bate-papos com criadores, cartunistas, autores e gamers, oficinas de HQ e mangás. O evento acontece entre 15 e 24 de abril, no Expominas.

O Curso Livre de Preparação do Escritor (Clipe), da Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (Avenida Paulista, 37, São Paulo/SP), está com as inscrições abertas. Os interessados podem se inscrever até 5 de fevereiro. O curso é gratuito e os candidatos deverão enviar um formulário preenchido, que está à disposição na recepção da instituição ou no site da Casa das Rosas. É preciso acrescentar, no máximo, cinco páginas com texto de sua autoria, em qualquer gênero: poesia, conto, romance (trechos), crônica etc. O candidato deve ter no mínimo 18 anos e não é exigida formação acadêmica na área de literatura. O Clipe é formado por oito módulos mensais, com dois encontros por semana, sempre às quintas-feiras, das 19h30 às 21h30; e sábados, das 10h às 12h. Cada módulo tem seis encontros. Para mais informações, clique aqui.

Estão abertas as inscrições para a Oficina de Escrita Criativa: o Ensaio, que inicia no dia 10 de fevereiro, com condução da escritora Noemi Jaffe. Durante quatro encontros, os alunos vão examinar várias técnicas de produção criativa de textos não ficcionais, servindo-se da leitura de trechos de autores reconhecidos para a criação de seu próprio texto não ficcional. As aulas acontecem em quartas e sextas-feiras, das 20h às 22h. O investimento é de 3x de R$ 226,67. A realização é da Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz, 414, São Paulo/SP). Para mais informações e inscrições, clique aqui.

A Taba, grupo independente de estudiosos de literatura, está retomando nesta semana a sua programação de bate-papos. O primeiro encontro de 2016 vai conversar sobre o mercado editorial de livros infantis e juvenis. As convidadas -- Daniela Padilha, que comanda a Jujuba Editora; Isabel Lopes Coelho, editora especialista em literatura infantil, e Márcia Leite, sócia-fundadora e diretora editorial da Editora Pulo do Gato, com mediação da idealizadora da Taba, Denise Guilherme -- vão debater quais os principais desafios de um editor desse segmento. As convidadas ainda vão conversar sobre como promover a divulgação e garantir a venda de livros no cenário da crise atual. O encontro acontece nesta quinta-feira (28), às 21h, e pode ser assistido clicando aqui. É possível participar enviando perguntas e comentários para o e-mail contato@ataba.com.br.

Inaugurado em julho do ano passado, o centro de arte e educação A Casa Tombada (Rua Ministro Godói, 109, São Paulo/SP) dá mais um passo para concretizar o desejo de propor ao paulistano um novo modo de experenciar a literatura e a oralidade. Além de sua programação de cursos livres, de extensão e de pós-graduação, A Casa inaugura, no próximo sábado (30), às 20h, uma programação regular de atrações culturais, com uma noite especial de contação de histórias voltada para o público adulto. Com o tema Contos sobre uma casa, cada narrador escolhe uma história da tradição oral ou da literatura que dialogue com a ideia da hospitalidade e da moradia, e cada participante será convidado a percorrer os diferentes ambientes da casa para ir ao encontro das histórias. Todo último sábado do mês haverá uma intervenção artística diferente propondo uma experiência de proximidade entre a linguagem artística, os cômodos da Casa e a estética do encontro.

A edição 54 do Cândido, jornal mensal da Biblioteca Pública do Paraná (BPP), traz uma reportagem especial sobre como as bibliotecas estão se adaptando ao momento tecnológico. Especialistas afirmam que, há tempos, as instituições deixaram de ser apenas local para empréstimo de livros. A tendência é que esses espaços ampliem a área de atuação, tornando-se centros culturais de acesso ao conhecimento. A publicação também traz uma reportagem sobre o projeto de remição de pena por leitura no Estado do Paraná — iniciativa pioneira no país, em atividade desde 2012, contando atualmente com 2,5 mil participantes, quase 13% do total de 19,5 mil apenados do estado. Outro destaque é a entrevista com o escritor Ferréz, criador do selo Literatura Marginal e ativista cultural na periferia paulistana. O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também pode ser acessado aqui.

Numa travessia de ônibus pela noite, Maria, uma mulher que dedicou a vida à educação de base, entrelaça passado e presente para recompor uma longa jornada que nem mesmo a distância do tempo pode romper. Em Outros cantos (Alfaguara, 152 pp; R$ 34,90; e-book 23,90) Maria Valéria Rezende apresenta personagens de diversos lugares do mundo e memórias que desfiam uma série de impossíveis amores, dos quais guarda lembranças escondidas numa “caixinha dos patuás posta em sossego lá no fundo do baú”. No último Prêmio Jabuti, Quarenta dias (Objetiva), também escrito por Maria Valéria, foi eleito o livro do ano na categoria ficção.

Greta precisava finalizar o retrato da mezzo-soprano Anna Fonsmark, que acabara de cancelar a sessão por causa de um ensaio. Ela então pediu ao marido Einar Wegener um pequeno favor. “Preciso de um par de pernas... E pensei comigo mesma que as suas talvez servissem... Você se incomoda de vestir as meias dela? E os sapatos?”, perguntou. Assustado e excitado ao mesmo tempo, Einar, depois de rogar por segredo, relaxou e começou a puxar a meia por cima da panturrilha. Nesse dia, ano de 1925, nascia Lili Elbe, uma espécie de alter ego feminino do pintor. O que começou como mera brincadeira acabou se tornando uma rotina para o casal: Einar passa a se vestir cada vez mais como Lili, por quem Greta se vê estranhamente atraída. História de amor entre uma mulher à frente do seu tempo, e um homem que ousou seguir o seu desejo mais profundo, A garota dinamarquesa (Fábrica 231 / Rocco, 368 pp; R$ 34,50; e-book 22,50 – Trad.: Paulo Reis) foi adaptado para o cinema, com Eddie Redmayne e Alicia Vikander no elenco. Inspirado na história real do pintor dinamarquês Einar Wegener e sua esposa, David Ebershoff escreveu uma obra de ficção.

Em Breves estórias de Vera Cruz das Almas (Global; 144 pp; R$ 39), o imortal da Academia Brasileira de Letras Domício Proença Filho viaja pelo universo de histórias de Vera Cruz das Almas, um lugarejo por ele imaginado. Minicontos, poemas curtos, textos em prosa poética revelam as vivências do povo dessa cidade. As personagens são pessoas comuns: com suas tristezas, alegrias, manias, anseios e vaidades. Suas histórias tratam de amor, de sexo, solidão, religião, ética, televisão, futebol, crítica de arte e artimanhas do jogo social. O título, lançado em 1991, em coparticipação do autor e da Editora Fractal, é agora reeditado pela Global.

Antes, no Brasil, sentado à mesa do bar Boêmios. Agora, muitos anos depois, vivendo no frio exílio de um apartamento estrangeiro. Nesses dois momentos, um jornalista dá vida a seu passado, colocando no papel as memórias de uma longa jornada, na tentativa de eternizá-las para que não se esvaiam por completo. A caneta é movida a emoções intensificadas pelo álcool e pela vida. Lembranças tendo como eixo o ano de 1978, emergem em um cenário onde a fantasia se mescla à realidade brasileira e mundial. Em Os fios de Ícaro (Benvirá; 240 pp; R$ 34,90), na busca por si mesmo, ele tece os fios da escrita em um arranjo de palavras que anseiam por se desvencilhar tanto dos limites da informação em um país tomado por um regime ditatorial como dos limites impostos pelas circunstâncias da vida. O livro de Evaldo Balbino conquistou o 3º lugar no Prêmio Saraiva de Literatura na categoria Adulta, em 2014.