Revisitar a trajetória de Cássia Eller (1962-2001) é, para o jornalista e biógrafo Tom Cardoso, topar com um turbilhão de intensidade. “Escrever um livro sobre Cássia é tão desafiador quanto era entrevistá-la, como fiz algumas vezes, nos tempos de repórter. Lacônica, de poucas palavras, é o tipo de artista que se desnuda apenas no palco, o que tornou o trabalho ainda mais estimulante. Com ajuda de parentes e colegas de música, consegui chegar perto. A biografia é o resultado desse esforço”, conta o autor para o PublishNews.

Publicado pela HarperCollins Brasil, Eu queria ser Cássia Eller reconstrói, com rigor e sensibilidade, a vida e obra de uma das vozes mais potentes da música brasileira. A partir de depoimentos inéditos de familiares, amigos e parceiros de palco — entre eles Nando Reis, Zélia Duncan e Oswaldo Montenegro —, o livro se debruça sobre os bastidores de uma vida guiada pela rebeldia e pela paixão. O lançamento será na próxima terça, dia 11 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa do Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 — Rio de Janeiro / RJ).

Do convívio entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, passando pela cena musical de Brasília e pelo período turbulento em São Paulo, o autor traça um retrato que combina vigor artístico e fragilidade humana. As relações com o pai militar e a mãe ex-cantora, o encontro com Renato Russo (1960-1996), o estrondo do Rock in Rio III em janeiro do ano em que morreria e a gravação do icônico Acústico MTV (em março do mesmo 2001), compõem o mosaico de uma artista que viveu com muita liberdade.

Tom também explora os momentos mais difíceis, como o enfrentamento das drogas, as pressões da indústria e a morte precoce que abalou o país, sem perder o foco na força de sua criação e no legado de autenticidade que Cássia deixou. Com prefácio de Eugênia Vieira Martins, com quem Cássia foi casada por 14 anos e mãe do Chicão, filho da cantora com o músico Tavinho Fialho, a biografia propõe uma escuta renovada da mulher por trás do mito.

Autor de biografias consagradas, Tom Cardoso já publicou obras sobre figuras centrais da cultura brasileira. Em O Marechal da Vitória (A Girafa, 2005), escrito em parceria com Roberto Rockmann, narrou a trajetória de Paulo Machado de Carvalho, empresário e dirigente esportivo conhecido como o “marechal da vitória” das Copas de 1958 e 1962. No mesmo ano, lançou 75 kg de músculos e fúria (Planeta, 2005), sobre o jornalista e boêmio Tarso de Castro, um dos fundadores do Pasquim.

Tom publicou ainda Sócrates (Objetiva, 2018), biografia do jogador e intelectual da Democracia Corinthiana; Ninguém pode com Nara Leão (Planeta, 2021), retrato sensível da cantora que redefiniu a bossa nova; e Trocando em Miúdos – Seis Vezes Chico (2024), ensaio biográfico sobre Chico Buarque. Também é autor do livro-reportagem O Cofre do Dr. Rui (Record, 2011), vencedor do Prêmio Jabuti 2012, que reconstrói o assalto ao cofre de Adhemar de Barros, em 1969.

Essa biografia da Cássia Eller promete.