Detalhes sobre a transição energética
PublishNews, Redação, 21/10/2025
Livro reúne reflexões que desconstroem a ideia de que atualmente existe um embate entre a transição energética e os impactos do colonialismo

Este volume de Energia e neocolonialismo (Funilaria, 96 pp, R$ 45) - com textos de Gabriel Strautman, Elisangela Paim, Lisbet Julca, Fabrina Furtado, Fabiana Barboza e Angelaine Alves -, reúne reflexões que desconstroem a ideia de que estamos diante de um processo neutro e inevitável, revelando as continuidades entre a transição energética em curso e as velhas formas de colonialismo, expropriação e desigualdade. O artigo de Gabriel Strautman e Elisangela Paim examina a atuação da cooperação alemã na promoção do hidrogênio verde no Brasil e demonstra a reprodução de lógicas neocoloniais ao priorizar os interesses europeus sobre os nacionais, em particular dos povos indígenas e das comunidades negras e tradicionais. O segundo artigo, de Lisbet Julca e Fabiana Barboza, ambas coordenadoras pedagógicas na Escola Popular Rosa Luxemburgo, do MST-SP, problematiza o avanço da agroenergia no Brasil, especialmente por meio dos agrocombustíveis. Sob o discurso da sustentabilidade e da mitigação climática, programas como o Proálcool e o RenovaBio têm, na prática, fortalecido o agronegócio, promovido a concentração fundiária e intensificado os conflitos no campo. A entrevista com Angelaine Alves, representando a Articulação Povos de Luta (ARPOLU), escancara os efeitos devastadores da expansão da energia eólica no litoral nordestino e denuncia o racismo ambiental da atual política energética. Angelaine também aponta caminhos concretos para uma transição verdadeiramente justa e popular.

[21/10/2025 08:44:43]