Poucos romances atravessaram o tempo com a mesma envergadura e delicadeza de Maurice (Ercolano, 336 pp, R$ 125, traduzido por Antonio Farinaci). Escrita por E. M. Forster entre 1913 e 1914, e publicada apenas postumamente em 1971, a obra tornou-se um marco da literatura mundial por sua ousadia, lirismo e pela coragem de imaginar um desfecho diferente para a homossexualidade em um tempo em que o amor entre homens era criminalizado e condenado ao silêncio. O livro narra a vida de Maurice Hall, um jovem inglês de classe média-alta inglesa que, desde a adolescência, luta para conciliar os desejos de seu coração com as rígidas convenções da sociedade eduardiana. A história narra a descoberta da sexualidade, os seus encontros com amores possíveis e impossíveis e a busca incessante por existir de forma autêntica numa sociedade que insiste em negar essa possibilidade. A trama coloca em cena temas como a amizade, a repressão moral, a descoberta do desejo e a coragem de viver uma vida verdadeira. Entre as convenções da alta sociedade inglesa e a busca do desejo que desafiava as regras da época, Forster constrói um romance de formação que incita uma reflexão sobre liberdade, identidade e amor.