
Este ano, o tema será Memória e resistência: “a luta não é para hoje é para sempre”. Com cerca de 60 expositores de livros, entre editoras e autores independentes, além de 26 expositores voltados para artesanato e gastronomia, o evento espera receber 10 mil pessoas. Cidinha da Silva e Lilia Guerra estão entre os destaques da programação. A proposta desta edição da Felizs é estabelecer as continuidades entre a experiência do período ditatorial e os dias atuais nas periferias, refletindo sobre a luta contínua por direitos e voz. “Eventos como a Felizs, que dão visibilidade para autores independentes expressarem suas questões, são de suma importância para a literatura nacional, pois trazem um panorama alternativo e inclusivo”, destaca Diane Padial, idealizadora da feira.

A programação inclui saraus, encontros com autores, shows, performances, conversas literárias e oficinas. Entre os nomes confirmados estão Ana Dias, Bel Santos Mayer, Jennyfer Nascimento; Marcelino Freire e shows de Lenna Bahule com Ermi Panzo, Grupo Cupuaçu, Jonatas Petroleo, Grupo Candearte, Bloco Afro É Di Santo, Vitor da Trindade e Geraldo Magela. O tradicional Sarau do Binho também se apresentará, e desta vez terá uma apresentação extra no Museu da Língua Portuguesa.
A ativista e educadora popular Ana Dias, símbolo de resistência popular na Zona Sul de São Paulo, será a figura homenageada da edição. Viúva de Santo Dias, líder operário assassinado em 1979 durante a ditadura militar, em um piquete em Santo Amaro, Ana assumiu o compromisso de manter viva sua memória e luta.
“Mesmo alvo de ameaças, manteve-se firme, afirmando a importância da luta coletiva e da memória, por isso a nossa escolha e mulheragem”, frisa Silvia Tavares, educadora e produtora da Felizs. Ana Dias segue atuante no Comitê Santo Dias, ao lado dos filhos Luciana e Santo Filho, promovendo atos públicos no local onde o marido foi morto.
Uma das iniciativas da feira é a Moeda Literária, criada em 2018. O projeto direciona recursos para que estudantes, professores de escolas públicas e mediadores de leitura possam adquirir livros diretamente dos expositores durante a feira.
“Conseguir oferecer esse benefício fortalece a produção e difusão de obras literárias”, explica Suzi Soares, produtora curadora do evento. Em 2024, R$25 mil em Moedas Literárias circularam no evento, e a meta para este ano é alcançar R$40 mil, fortalecendo ainda mais a economia criativa local. A campanha de arrecadação está aberta na plataforma Benfeitoria.
SERVIÇO
Feira Literária da Zona Sul (Felizs)
Data: 19 a 27 de setembro
Em escolas, bibliotecas, centros culturais e outros espaços