Feira do Livro de Pequim encerra 31ª edição com número recorde de expositores internacionais
PublishNews, Talita Facchini, 24/06/2025
Com foco na sua expansão internacional, a BIBF 2025 recebeu 1,7 mil expositores de 80 países e quase 300 mil visitas de 110 países e regiões

A Feira Internacional do Livro de Pequim encerrou sua 31ª edição no domingo (22) após cinco dias de negociação de direitos autorais, conferências, exposições temáticas e networking. A BIBF 2025 recebeu uma participação internacional recorde, com 1.700 expositores de 80 países e regiões, e mais de 220 mil títulos em exposição.

Foram registradas ainda quase 300 mil visitas de 110 países e regiões. Um total de 2.826 acordos de direitos autorais e memorandos de entendimento foram assinados, incluindo 1.955 de exportação, 753 de importação e 118 memorandos de entendimento sobre co-publicação — reafirmando a crescente importância da feira no mercado editorial global.

Madam Lin Liying, presidente da CNPIEC (órgão estatal do setor editorial chinês) e organizadora da BIBF, destacou a crescente expansão da Feira e o apoio às editoras que compareceram ao evento para fazer negócios. "Estou particularmente entusiasmada com a forma como a BIBF 2025 uniu um design visual inovador e mais apoio para que editoras se encontrassem e fizessem negócios. Foi uma ótima plataforma para livros que contam histórias da China e para fortalecer o intercâmbio cultural global. De salões comerciais a fóruns acadêmicos, de zonas de literatura online a bazares de livros gourmet, cada elemento foi projetado para construir um centro de cooperação editorial, diálogo intercultural e promoção internacional. Ver esses fios se unirem em um único evento — e saber que as conversas que iniciamos aqui repercutirão muito depois do encerramento da feira — é realmente o ponto alto do meu ano”, comemorou.

Entre os diversos eventos e fóruns é possível destacar alguns pontos fortes em cada um. O Fórum Internacional de Publicações, por exemplo, destacou as mudanças que a IA está trazendo ao ecossistema editorial — não como um substituto para a criatividade humana, mas como um amplificador de alcance global, colaboração e inovação. "Estamos no meio de uma transformação tecnológica. Mas, no fundo, isso continua sendo sobre pessoas", resumiu Wu Shulin, presidente da Associação de Editores da China.

Já a Conferência PubTech destacou como a China está se tornando um motor de inovação para a publicação digital. Na Conferência STM, a CEO da Associação STM, Caroline Sutton, elogiou a liderança da China na adoção de tecnologia acadêmica e reiterou que a inovação sempre foi a força vital da publicação desse segmento.

Outro ponto forte da BIBF 2025 foi o foco no autor. No Salão Literário, apresentado pelo Embaixador de Leitura da BIBF, Liu Zhenyun, houve uma conversa com Melissa Fleming, Subsecretária-Geral de Comunicações Globais das Nações Unidas. Fleming refletiu sobre o poder da literatura no combate à fadiga das mídias sociais, enquanto Liu ressaltou a ligação atemporal da narrativa com a humanidade. Além da conversa, mais de 1 mil atividades culturais — de exposições a palestras com autores — deram vida ao evento.

Com seu modelo híbrido, juntando "exposição + varejo + imersão", a BIBF integrou vendas de livros transmitidas ao vivo com eventos presenciais, unindo o físico e o digital para criar um espaço vibrante para intercâmbio literário internacional e engajamento do consumidor.

Vale destacar que a Feira deu bastante importância ao lançamento da edição chinesa de Lula: Biografia, de Fernando Morais publicada pela Yilin Press (selo da Phoenix Publishing Group) na BIBF 2025. Sendo a primeira biografia autorizada do presidente Lula, o lançamento serviu para destacar o intercâmbio cultural entre a China e o Brasil.

Zhao Haiyun (Diretor Adjunto do CIPG) e Xu Hai (VP da Phoenix Media) presidiram a inauguração que contou ainda a participação de João Batista Magalhães, Ministro-Conselheiro da Embaixada do Brasil. Em seu discurso, Magalhães destacou que Brasil e China estão no ápice do seu relacionamento bilateral e que “o livro de Lula também pode ser um catalizador de outro processo, que é aumentar o conhecimento da literatura brasileira na China. Ainda temos muito o que avançar, com inúmeros autores brasileiros que merecem ser conhecidos”.

*A jornalista viajou a convite da CNPIEC.

[24/06/2025 10:00:00]