Uma celebração doce e realista do povo brasileiro
PublishNews, Redação, 17/06/2025
'Ladeira da preguiça' apresenta um painel vivo e colorido das classes populares baianas

Adelaide e Zigue formam um casal que sobrevive por meio de trabalhos informais no centro antigo da capital baiana. Ela, lavadora de carros, se vale das águas da Fonte da Preguiça como ferramenta para ganhar a vida. Zigue palmilha as ruas atrás de materiais para vender no ferro velho. Juntos, eles vivem as dores e as delícias de habitar uma cidade paradisíaca que é um dos epicentros do turismo brasileiro, porém excludente para pessoas como eles. Escrita por Evanilton Gonçalves, a história de Ladeira da Preguiça (Todavia, 72 pp, R$ 54,90) se desenrola justamente na região que dá nome à obra, que no passado foi muito movimentada mas agora é temida e evitada pelos próprios moradores da cidade. Uma espécie de ilha em pleno centro urbano — cercada por empreendimentos de alto valor, especulação imobiliária, marginalização e abandono do poder público. Há, contudo, resistência, afeto e uma sociabilidade calorosa. Mas também uma realidade muitas vezes brutal. É com ela que os protagonistas terão que lidar a certa altura de suas trajetórias. Novela que por vezes lembra clássicos do gênero, Ladeira da preguiça é uma celebração a um só tempo doce e realista do povo brasileiro.

Tags: romance, Todavia
[17/06/2025 07:00:00]