Uma história sobre autodescoberta e a potência da sororidade
PublishNews, Redação, 14/04/2025
Novo romance de Laetitia Colombani exalta os poderes transformadores da educação e da união feminina em meio às injustiças na sociedade indiana

Em A menina e a pipa (Intrínseca, 192 pp, R$ 59,90 - Trad.: Sofia Soter), Laetitia Colombani – autora de A trança – apresenta uma protagonista que, tentando fugir de si mesma, encontra uma realidade até então desconhecida e cria novas conexões em um vilarejo indiano por meio da mais universal das linguagens: a solidariedade. Sentindo-se perdida após a morte trágica do marido, a professora Léna se exila na Costa do Coromandel, no extremo oriente da Índia. Todos os dias, ela se banha no mar antes do amanhecer e observa uma menina brincando com uma pipa. Um dia, Léna se afoga e tem a vida salva pela criança, que aciona a Brigada Vermelha, um grupo de mulheres que praticam autodefesa ali perto — há um severo problema de violência de gênero no país. Buscando uma forma de recompensá-las, Léna se aproxima de Preeti, a sisuda líder do movimento, que a ajuda a se comunicar com a família da calada menina, Lalita. Valendo-se de sua experiência com o magistério e determinada a desvendar o que há por trás do silêncio absoluto da pequena, Léna decide ensinar Preeti e Lalita a ler e escrever. Para isso, ela terá que enfrentar o tutor da menina, que depende do trabalho dela no restaurante da família, e os costumes engessados da tradição indiana, que não vê com bons olhos a educação feminina. No entanto, quanto mais conhece as histórias das duas e aprende sobre as dificuldades sofridas pelas mulheres da região, mais Léna se sente determinada a superar os próprios traumas e utilizar seus privilégios em prol da mudança.

[14/04/2025 07:00:00]