No aniversário de 80 anos do fim do conflito mais letal da história da humanidade, os leitores brasileiros poderão conhecer os detalhes de um dos períodos mais dramáticos da Segunda Guerra Mundial: a entrada da Itália na disputa. Em M, os últimos dias da Europa (Intrínseca, 384 pp, R$ 89,90 – Trad.: Marcello Lino), terceiro volume de uma epopeia literária sobre a vida de Benito Mussolini, o premiado autor Antonio Scurati enquadra o fatídico triênio de 1938 a 1940, esmiuçando a relação entre o Duce e Adolf Hitler. O projeto de Scurati, que ganhou adaptação para minissérie em 2025 e transformou o escritor em inimigo do atual governo italiano, traça um perfil inigualável do ditador fascista ao transformar uma extensa pesquisa histórica em uma ficção documental sobre as intimidades, as vaidades e os temores de Mussolini. Na obra, o autor desenha com impressionante precisão as estruturas da guerra e mostra como Mussolini, escravo de seus delírios de grandeza, se curvou à barbárie e assumiu seu lugar na história como figura subalterna aos interesses de Hitler. Ao nos transportar para um dos mais temerosos e vergonhosos períodos de todos os tempos, Scurati cria uma obra ao mesmo tempo essencial como documento histórico, inestimável como romance literário e potente advertência quanto ao nosso presente e futuro.