Angústias e incertezas da geração milllenial
PublishNews, Redação, 27/01/2025
Em meio às ruas, aos bares e ao campus universitário de Iowa City, circula um grupo singular do último ano da pós-graduação

Descrito por Roxane Gay como “um escritor que exerce sua arte de maneiras absolutamente inesquecíveis”, o norte-americano Brandon Taylor eleva suas habilidades em Vidas tardias (Fósforo, 304 pp, R$ 104,90 – Trad.: floresta) ao criar, com destreza e sensibilidade, um mosaico de personagens, a maior parte deles jovens negros e gays, que são retratos fidedignos das angústias e incertezas da geração milllenial. Em meio às ruas, aos bares e ao campus universitário de Iowa City, circula um grupo singular do último ano da pós-graduação. Entre escritores, dançarinos e músicos estão Seamus, um jovem poeta que não esconde dos colegas suas opiniões afiadas; Ivan, que precisou abandonar a carreira na dança depois de um golpe do destino e passou a recorrer à pornografia amadora; Noah, um bailarino cuja personalidade o deixa exposto a relacionamentos tempestuosos; e Fatima, que, cercada por julgamentos dos outros, precisa conciliar turnos de trabalho em um café com os ensaios de dança na faculdade. Os quatro são confrontados por um elenco de professores, namorados, vizinhos e colegas que levam ao limite os dilemas relacionados à identidade e à carreira. Envolta em preocupações com o futuro, frustrações com a vida artística e buscas por conexão e autoconhecimento, essa constelação de vidas mostra as forças multifacetadas que operam no presente ― a falta de horizonte, as diferenças de gênero e classe, o racismo e a precarização ―, que estão refletidas nas personalidades, nas escolhas e nos relacionamentos desses jovens inquietos e talentosos.

Tags: Fósforo, romance
[27/01/2025 07:00:00]