Amarcord lança HQ autobiográfica do primeiro cartunista negro a ganhar o Pulitzer
PublishNews, Redação, 24/01/2025
Em 'A conversa', Darrin Bell reconta como tomou consciência de sua negritude e se tornou uma das vozes da luta antirracista nos EUA

Darrin Bell tinha seis anos quando sua mãe disse que ele não podia ter uma arminha de brinquedo. Ela temia pela segurança do filho, pois a polícia tende a enxergar crianças negras como mais velhas e menos inocentes do que elas realmente são. Aos olhos de um policial, a arminha realista na mão do pequeno Darrin poderia dar a entender que não se tratava de uma brincadeira. Mas aquela não foi uma conversa comum entre mãe e filho. Aquela foi A conversa (Amarcord, 352 pp, R$ 99,90 – Trad.: floresta). Nesta HQ autobiográfica magistral, por meio de ilustrações primorosas e humor afiado, Darrin Bell reconta como A conversa moldou seu comportamento desde a infância até a idade adulta. Ao atingir a maioridade, o jovem cartunista passou por um processo doloroso de consciência sobre porque professores, vizinhos e policiais brancos o consideram perigoso.Vigiado, ameaçado e vivendo numa Los Angeles hostil para pessoas como ele, Darrin encontra sua voz através da charge e dos quadrinhos, e devolve seus incômodos em forma de arte. Com seus cartuns que denunciam a violência policial contra pessoas negras nos EUA, Darrin nos leva até o momento em que a população foi às ruas protestar contra o assassinato de George Floyd e Breonna Taylor, em um dos momentos mais dramáticos da vida pública estadunidense, que tornou o movimento Black Lives Matter mundialmente conhecido. Agora um profissional bem-sucedido – sendo inclusive o primeiro cartunista negro a ganhar o Prêmio Pulitzer –, Darrin revive o momento-chave que mudou sua vida e precisa decidir quando e como ele e seu filho de seis anos vão ter A conversa.

[24/01/2025 07:00:00]