A obra vencedora trata, entre outros temas, o direito das mulheres às escolhas, invasão de terras na Amazônia, questão indígena e afetos familiares. O enredo se passa na Ilha de Marajó, no Pará, com as águas do rio Amazonas como pano de fundo. Salvaterra retrata uma menina que nasce e luta nesse ambiente desafiador. Em sua dedicatória do livro, Marília presta uma homenagem a conhecidos defensores da Amazônia: Bruno Pereira, Dom Phillips, Dorothy Stang e Chico Mendes, além de trazer uma citação do escritor e ambientalista Ailton Krenak.
“Fiquei muito feliz em saber que meu livro foi selecionado para este prêmio tão importante. Já tinha tentado outras vezes, e neste ano consegui. Quando soube que era uma das finalistas, já foi um sonho realizado”, diz Marília. “É uma obra para o público juvenil, mas eu considero um livro de transição para o universo adulto, o que é uma experiência nova para mim”, explica a autora. “São temas tão antigos e atuais ao mesmo tempo, como a crise climática, os desmatamentos nas florestas e invasões em terras indígenas, que interessam a todos os públicos”, destaca.
Nesta vigésima edição, o Prêmio – Barco a Vapor recebeu 1.135 textos, provenientes de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Distrito Federal. A autora Marília Lovatel foi escolhida entre os dez finalistas de toda a comissão de júri do concurso do prêmio.
Segundo Érica Carvalho, representante da Fundação SM no Brasil, o prêmio é uma chance de descobrir novos escritores, especialmente no Brasil. “Num país de tanta escassez e desigualdade, dar a oportunidade de reconhecimento a novos escritores mostra a valorização, não só da literatura e da leitura, mas também o direito a sonhar com a possibilidade de transformar vidas por meio da educação. Nós, que somos educadores, sabemos o quanto motivar crianças e jovens a ler pode transformar suas vidas”, diz.
Para Carlos Braga, Gerente de negócios de literatura infantojuvenil, o prêmio Barco a Vapor, além de ser um incentivo a descobrir novos autores, leva a leitura para dentro da escola e para sociedade. “O objetivo é fomentar a leitura e produção literária em uma sociedade que lê pouco e o acesso à leitura para muitos ainda é limitado”, explica.
Comissão organizadora:
A comissão organizadora é formada por dois corpos de jurados e a escolha do premiado contempla várias etapas, com encontros de leitura e avaliação, lendo todos os textos. A formação e definição dos jurados têm formato misto e é um processo sigiloso até a publicação dos resultados. Entre os integrantes dessa comissão estão escritores, tradutores, críticos literários, representantes do mercado editorial, educadores, bibliotecários e pesquisadores. Na triagem, o primeiro júri escolhe os 10 finalistas, e no segundo júri, chegam ao vencedor.
Sobre Marília Lovatel
Nascida em Fortaleza, em 1971, Marília cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. Escritora, redatora publicitária e professora, é também cronista no O Povo+. A escrita sempre esteve presente em sua vida, mas foi depois da experiência de escrever um livro com seu filho em 2012 que ela aflorou definitivamente – além de ter recebido uma carta de Rachel de Queiroz logo no início da carreira que trouxe mais energia à sua arte de escrever. Alguns de seus livros integram o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário.
Foi também finalista do 59º Prêmio Jabuti ainda com a obra A menina dos sonhos de renda (Editora Moderna, 2016) e do 7º Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AELIJ) com Grãos de paisagens (Editora Anzol, 2023, um selo da SM Educação).
Sobre o Prêmio
O Prêmio Barco a Vapor é uma iniciativa da Fundação SM e apoio SM Educação, que atuam no Brasil há 20 anos. Este prêmio reconhece obras de ficção nos gêneros romance e novela para o público infantil e jovens no incentivo à Educação no país. Os Prêmios SM de Literatura Infantil Barco a Vapor foram criados em 1978. Desde então, a Fundação SM tem organizado estes eventos todos os anos, a fim de promover a criação de literatura para crianças e jovens que incentive o gosto pela leitura e transmita, com qualidade literária, valores humanos, sociais, culturais ou religiosos que ajudem a construir um mundo digno. Os países que recebem o prêmio são: Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Porto Rico e República Dominicana.
