Enquanto veste seu uniforme, Zé escuta os berros da mãe, as reclamações da irmã mais velha, as cantorias da irmã mais nova, as notícias da TV e as broncas do pai ao telefone. É mais uma manhã normal em família. É com a descrição desse amanhecer agitado que Alê Motta abre o seu livro O menino que sabia fingir (PeraBook, 52 pp, R$ 60), que conta com ilustrações de Vitor Hima. Ao longo da narrativa, o leitor acompanha o cotidiano de Eusébio – o Zé –, que, em um primeiro momento, parece não se abalar com as confusões de seu entorno, afinal, ele é “ótimo em fingir”. A descoberta do amor e um acontecimento trágico, no entanto, abalam essa sua capacidade, e o pré-adolescente se vê obrigado a lidar com questões complexas. Conforme questiona Alê Motta, como será que ele vai encarar “as frustrações e as perguntas sem respostas da vida?”. Alê Motta nasceu em São Fidélis, no interior do Rio de Janeiro. Para construir o Zé, se inspirou em suas duas sobrinhas, uma ainda criança e outra adolescente. A autora é arquiteta, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Despontou como escritora com suas micronarrativas.