A que hora o mundo recomeça
PublishNews, Redação, 07/11/2024
Volume é o primeiro de uma tríade de ensaios sobre literatura pensados como folhetim, textos críticos que os leitores receberão no calor da escrita

Prêmio Camões de Literatura, o crítico, escritor e pensador Silviano Santiago lança o título O grande relógio: a que hora o mundo recomeça (Nós, 176 pp, R$ 65). O volume é o primeiro de uma tríade de ensaios sobre literatura pensados como folhetim, textos críticos que os leitores receberão no calor da escrita. Nesses livros em formato de cadernetas (ou cadernetas que foram domesticadas em livros), Santiago elabora e desenvolve anotações que deixam à mostra o longo processo de criação do romance brasileiro. Ele expõe ousadias e riscos, manobras e estratégias que surpreendem a solidez de obras canônicas da literatura dita universal por viés nevrálgico. Ele repensa, e suplementa, a maturidade alcançada nos trópicos pela literatura brasileira. Parte de projeto contrastivo entre as obras de Machado de Assis e de Marcel Proust, O grande relógio: a que hora o mundo recomeça visa abalar os fundamentos da literatura comparada eurocêntrica – a saber, as noções de influência, cópia e originalidade. No primeiro dos três cadernos, Silviano Santiago expõe as particularidades da literatura brasileira do começo do século 21. Esmiuça a literatura preta feita pelo autor preto Machado de Assis, sobretudo em Memórias póstumas de Brás Cubas, seu clássico maior. Descarta José de Alencar e toma Manuel Antonio de Almeida, de Memórias de um sargento de milícias, como precursor machadiano.

[07/11/2024 07:00:00]