Uma história sobre a resistência
PublishNews, Redação, 02/10/2024
Em novo livro, Antonio Scurati, biógrafo de Mussolini, narra a história do antifascismo na Itália a partir da vida de Leone Ginzburg, um dos intelectuais mais brilhantes do país

A ideia de A melhor época da nossa vida (Manjuba, 320 pp, R$ 88 – Trad.: Federico Carotti) surgiu em novembro de 2011, quando Antonio Scurati leu uma notícia sobre a descoberta da carta com a qual, em 1934, Leone Ginzburg, um professor muito jovem que acabava de assumir o cargo e estava pronto para uma brilhante carreira acadêmica, apresentou sua renúncia ao reitor da faculdade para não ter que jurar lealdade ao governo fascista. Dos 1300 professores universitários em atividade na Itália, apenas 13 não assinaram esse juramento. Ao se recusar a jurar fidelidade ao fascismo, Leone Ginzburg é expulso da universidade. Pronunciando abertamente e de forma inflexível o seu "não", Ginzburg se junta à Resistência. Enquanto o fascismo invade a Itália, esse jovem intelectual que se posiciona frontalmente contra o autoritarismo funda uma editora, constitui família com a sua amada Natalia e termina seus dias em 1944, assassinado em uma prisão romana. Se na trilogia dedicada a Mussolini Scurati conta sobre o fascismo através dos fascistas, em A melhor época da nossa vida narra a história do fascismo sob o ponto de vista dos antifascistas. Scurati alterna de forma muito hábil a história de Leone Ginzburg e seu círculo de amizades com capítulos dedicados aos Scurati e aos Ferrieri, ramos paterno e materno de sua família.

[02/10/2024 07:00:00]