
Veronica poderia ser apenas mais um rosto na multidão, tão incógnita quanto aqueles que servem de objeto para seus retratos furtivos. Entretanto, tudo muda quando, por acidente, é derrubada em um pequeno restaurante por um homem sem rosto. Encontrar aquele homem, quem sabe fotografá-lo, torna-se uma obsessão. Ela passa a frequentar aquele lugar decadente, o Pluna Ronar, e se envolve com seus proprietários, os irmãos Fuad e Nuno. Há ali uma atmosfera de perigo que a atrai. Assim, ela consegue um emprego no estabelecimento e, em pouco tempo se torna cúmplice dos irmãos em um negócio arriscado, que transformará Veronica de uma simples anônima na poderosa Madame Plunar ― a sedutora e influente sócia de um cassino clandestino, que não vê limites até onde pode chegar. Veronica e Madame Plunar, duas mulheres em um mesmo corpo, avançam implacavelmente para um acerto de contas devastador.
A sexta estação (Globo Livros, 192 pp, R$ 64,90) é um romance forte e com reviravoltas inesperadas, que marca a notável estreia de Jorge Nóbrega na literatura adulta. Mesclando com maestria vários gêneros e estilos, o romance é um labirinto psicológico que permanecerá na mente dos leitores muito depois de concluírem a leitura da última página.