O concurso literário premiou os ganhadores com valor total de R$ 80 mil, sendo R$ 60 mil ao não-estreante e R$ 20 mil para o autor estreante, além da publicação dos romances. Dez outros selecionados ganharam uma oficina de escrita criativa. Em sua primeira edição, o concurso literário recebeu 850 inscrições, 60% homens e 40% mulheres.
"O prêmio confirma o momento plural e vivaz da literatura contemporânea e abre espaço para novas vozes no mercado brasileiro”, percebe a jurada, crítica literária e psiquiatra Natalia Timerman, em nota. Ela, ao lado de Socorro Acioli e Jeferson Tenório, avaliou os originais dos autores não-estreantes, enquanto Eliane Robert Moraes, Luiz Antonio de Assis Brasil e Luiz Ruffato julgaram a categoria estreante.
Rodrigo de Faria e Silva, idealizador do projeto ao lado do CEO da Alta Books Gorki Starlin, ficou entusiasmado com a qualidade literária dos manuscritos. Segundo o editor, os vencedores apresentaram textos fortes e contundentes, escritos com segurança, estrutura narrativa contemporânea e construção de personagens atuais e provocantes. "O concurso foi um sucesso tanto pelo número de inscritos quanto pela qualidade das obras submetidas, mostrando que a produção literária contemporânea brasileira está a todo vapor", atribui o editor.
Gorki destacou que o prêmio está alinhado com o movimento de bibliodiversidade da editora e que descobre novos talentos fora dos eixos convencionais. "Promover a Literatura Nacional através deste prêmio é um privilégio. Fico muito satisfeito com o resultado e com as obras vencedoras", observa o CEO.
Sobre os livros:
Categoria não estreante - A morte da finada
Aborda a história de uma moça do sertão nordestino que conta sua vida a partir dos acontecimentos da própria morte. A narradora, com a estranheza de seu falecimento prematuro e inexplicado, revisita o passado de sua família e comunidade, abordando sua experiência como mulher em um ambiente agrário marcado por machismo, opressão financeira, religiosidade, superstição e moralismo severo. Ela explora sua adoção por padrinhos, problemas familiares e eventos pitorescos da comunidade, tudo permeado pela graça e comicidade típicas do sertão brasileiro.
Astério Moreira de Santana Neto nasceu em Tucano, sertão baiano, em 1992. É advogado, graduado em Direito pela Universidade do Estado da Bahia. Dedica seus textos à valorização do sertão do Brasil, à cultura nacional, à defesa dos direitos humanos e à promoção da justiça social. Seu primeiro romance chama-se Desgosto, publicado em 2022.
Categoria estreante - Sangue neon
Baseado em personagens e eventos reais, a história se passa entre os anos 1970 e 1990, durante a chegada da epidemia de aids no Brasil. A narrativa acompanha a trajetória de diferentes personagens cujos caminhos se cruzam na luta contra a discriminação e em favor da dignidade, liberdade e direito à vida. Entre eles, uma travesti nordestina que cria o primeiro centro de acolhimento a pacientes com HIV, comissários de bordo que contrabandeiam medicamentos, e médicos sonhando com um novo sistema de saúde.
Marcelo Henrique Silva é natural de Passos e reside em Belo Horizonte (MG). Médico com atuação na saúde pública, trabalhou com grupos vulneráveis, minorias, pacientes oncológicos e durante a pandemia da covid-19.
Vencedores da Oficina de Escrita Criativa:
- Adriane Garcia Pereira
- Ana Maria da Silva Souza Rodrigues
- Angela Issler Marsiaj
- Carla Íria Perim Guerson
- Guilherme Augusto Trigo Doin
- João Matias de Oliveira Neto
- Jordão Alves da Cruz Filho
- Paulo Furnari Gama
- Pedro Felipe Wosch de Carvalho
- Raphael Geraldo Gomes