Memórias do ano em que o WikiLeaks chacoalhou o mundo
PublishNews, Redação, 11/07/2024
Em 'O vazamento', livro de memórias que pode ser lido como um thriller jornalístico, Natalia Viana conta sua experiência junto à equipe do WikiLeaks nos anos de 2010 e 2011, quando o grupo realizou o Cablegate

Depois de 12 anos preso, o whistleblower mais famoso do mundo, o australiano Julian Assange, foi solto em junho deste ano, após acordo com o Departamento de Justiça americano. Assange fundou em 2006 o grupo ativista WikiLeaks, que ficou mundialmente conhecido pelo Cablegate, o maior vazamento de documentos da história, com cerca de 700 mil arquivos confidenciais e militares dos EUA divulgados em 2011. Em O vazamento (Fósforo, 344 pp, R$ 89,90), Natalia Viana, uma das vozes mais importantes do jornalismo brasileiro, conta sua experiência como a única brasileira a ter participado do Cablegate. Ela era uma repórter independente quando se tornou a responsável por elaborar e coordenar a divulgação em primeira mão dos telegramas das embaixadas estadunidenses relativos ao Brasil. Durante os dias intensos que antecederam o vazamento, um esforço coordenado entre publicações de calibre mundial foi realizado para dar o cobiçado furo. Ao lado de The New York Times, The Guardian, Le Monde, El País e Der Spiegel, estavam os jornais brasileiros Folha de S.Paulo e O Globo, graças a um delicado e custoso trabalho de articulação feito por Viana. Com a propriedade de quem esteve no olho do furacão, ela reconstitui com vivacidade um momento de efervescência política e otimismo incendiário, quando a internet parecia abrir novas possibilidades na luta por um mundo melhor.

[11/07/2024 07:00:00]